terça-feira, 27 de julho de 2010

OPERA BUFFA

Júlio César foi apunhalado no Senado, Henrique IV de França teve a mesma sorte, Murad I morreu em plena batalha. O califa Umar ibn Abd al-Aziz foi envenenado. Até mesmo Félix Faure teve uma morte com uma certa grandiosidade, ao finar-se nos braços da amante. Dele diria Clemenceau: il voulait être César, il ne fut que Pompée (a tradução é dispensável...).
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À boa e branda maneira portuguesa, tudo se passa sem grandeza nem clamor. O fim do fascismo começou a desenhar-se com toda a clareza devido a um problema de carpintaria. A cadeira de lona onde Salazar se sentou quebrou-se, causando a queda do velho ditador, o que lhe provocou um hematoma no cérebro. Foi o princípio do fim. Oliveira Salazar faleceu faz hoje 40 anos.
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Se quisesse ser chocarreiro poderia caracterizar assim o fim de uma época em Portugal. Infelizmente, algumas das análises "sérias" que por aí andam não têm mais seriedade que a caricatura da carpintaria.
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Leia-se o texto do doutor Rui Ramos no Expresso de sábado: [o Estado Novo] deixou morrer três dezenas de anarquistas e comunistas no campo do Tarrafal, em Cabo Verde, entre 1936 e 1945. Perseguiu e exilou o bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, em 1958-1959. E pelo menos encobriu ou não investigou o assassínio do general Humberto Delgado por agentes da PIDE em 1965.
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Deixou morrer? Também terá deixado morrer Alex e Dias Coelho? O nacional-pachequismo está a fazer o seu caminho. E o diácono Remédios é o modelo da nova elite vigente.

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