A toponímia das cidades é sempre mais bonita e interessante nos bairros antigos que nas urbanizações recentes. Nos bairros antigos há nomes como Rua dos Fanqueiros ou Rua das Tendas. A actividade comercial define boa parte dessa toponímia. Mas não em exclusivo. Há, por isso, nomes engraçados, como Rua da Saudade ou Rua da Triste Feia. Claro que todos os nomes têm uma explicação, quase sempre curiosa, com frequência divertida.
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Nos anos 60 e 70 inventámos, e nisso de inventar ninguém nos leva a palma, aquela coisa extraordinária da Rua Projectada à Avenida Xis. No fundo, uma forma de dizer que a balda urbanística nas áreas metropolitanas era generalizada e que nem sequer se conseguiam organizar as ruas e dar-lhes nomes...
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Vem isto a propósito da recusa da Câmara do Porto em dar o nome de José Saramago a uma das suas artérias. Se querem que vos diga, é assunto que me deixa meio indiferente. Não é estampando o nome dos nossos poetas, escritores e pintores em placas toponímicas que os homenageamos condignamente. E sujeitamo-nos sempre a ouvir (e já me aconteceu em Lisboa, ao pedir para ir para a Rua Cândido de Oliveira, nos Olivais) um taxista dizer onde é que essa merda fica?
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