Faz hoje 40 anos que Amílcar Cabral foi assassinado pela PIDE. Já não viu o dia de uma independência inevitável e que ele sabia estar prestes a chegar. José Medeiros Ferreira tem um interessante comentário no seu "Córtex Frontal": Quando tantos têm nostalgia dos «grandes líderes» convém recordar como alguns acabaram. E às mãos de quem. (v. aqui).
REGRESSO
Mamãe
Velha, venha ouvir comigo
O bater
da chuva lá no seu portão.
É um
bater de amigo
Que vibra
dentro do meu coração
A chuva
amiga, Mamãe Velha, a chuva,
Que há
tanto tempo não batia assim...
Ouvi
dizer que a Cidade-Velha
– a ilha
toda –
Em poucos
dias já virou jardim...
Dizem que
o campo se cobriu de verde
Da cor
mais bela porque é a cor da esp’rança
Que a
terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
– É a
tempestade que virou bonança...
Venha
comigo, Mamãe Velha, venha
Recobre a
força e chegue-se ao portão
A chuva
amiga já falou mantenha
E bate
dentro do meu coração!
Amílcar Cabral
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