O vinho estimula o amor, se não se tomar em excesso. Públio Ovídio Naso (43 a.C.-17 d.C.) sabia destas coisas, mas não sabemos a opinião da senhora da fotografia sobre o vinho ou sobre Ovídio.
Não tenho o hábito de repetir fotografias, mas esta, de Katy Grannan, merece bem uma repetição. Faço-o por causa da celebração do vinho, da pose festiva da senhora e, bem entendido, por causa de Ovídio.
No Livro III, da Arte de Amar, eis os versos 59-66:
Tende desde já na lembrança que a velhice há-de chegar;
e não deixeis, por isso, esvair-se tempo algum na ociosidade;
enquanto vos for consentido e conservardes, ainda, a idade da Primavera,
gozai; vão-se os anos, do mesmo modo que a água corrente;
nem a onda que passou voltará de novo a ser chamada,
nem a hora que passou logra tornar atrás.
Há que aproveitar a idade. Com passo rápido se escapa a idade,
e não é tão boa a que vem depois, quão boa foi a que veio antes.
Tradução de Carlos Ascensões André, Arte de Amar, Livros Cotovia, Lisboa, 2006.
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