Não sou entendido ou conhecedor de Arte. Mas a minha formação de base, neste domínio, está sempre subjacente aos interesses ou à leitura do quotidiano. Fui alertado, há muitos anos, por um texto de Lionello Venturi, para o caráter vanguardista de parte da obra de John Constable (1776-1837). Venturi não se referia às obras "acabadas", mas aos estudos e a versão não-oficiais dessas mesmas obras. Imagino que muitas delas - como este Seascape Study with Rain Cloud (c.1824) - não despertassem grande interesse ao público daquele tempo.
A paixão por essa faceta secreta de John Constable permanece intacta, até hoje. Foi importante para me ajudar a perceber a duplicidade que, tantas vezes, a realidade tem. Mas iluminou, sobretudo, o facto de ser o aspeto "inacabado" e "imperfeito" das coisas que mais estimulante as torna.
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