O incansável Prof. Jorge Gaspar continua a dinamizar, ano após ano, iniciativas no Alvito. Ora são as sessões dos Estudos Gerais, ora as exposições no Espaço Adães Bermudes. Ainda no passado sábado pude visitar uma extraordinária mostra do prematuramente desaparecido Carlos Correia. A escolha das obras foi feita por Ana Marin Gaspar, num percurso cuidado e coerente. Parte importante era dedicada às migrações. Com um regresso a La radeau de la méduse, de Théodore Géricault. Aqui revisto e retomado. Com tanta originalidade e brilhantismo como outra obra de Carlos Correia que, a partir de Veronese, retoma as As bodas de Canaã.
Quem mais se pode evocar? Cecília Meireles, bem entendido.
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Quem mais se pode evocar? Cecília Meireles, bem entendido.
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
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