segunda-feira, 11 de novembro de 2019

VOX POPULI

Eis a vingança póstuma de Blas Piñar (1918-2014). A Fuerza Nueva finou-se há muito. Conhecendo um pouco a realidade espanhola, nunca fiquei convencido com o enterro do franquismo. Ressuscitou ontem.

Ouvi falar do VOX, pela primeira vez, em agosto de 2014, no aeroporto de Barajas. O partido tinha poucos meses. O meu interlocutor era um advogado de Granada. De ar próspero e conservador. Sem rebuços disse "Es el VOX; vamos a cambiar las cosas". Fiquei desconfiado e atento. Os ventos sopram a favor dos populismos de extrema-direita. E em Espanha, o vírus franquista nunca foi aniquilado. Em 2015 tiveram 0,2% de votos (0 deputados). Em novembro de 2019 chegam a 52 deputados (15,1 % de votos). É certo que o bloco de direita (PP/C's/VOX) tem sensivelmente os mesmos deputados que tiveram em abril. Mas a extrema-direita deu um salto. Que é, para todos nós, um sobressalto.

A vitória em Ceuta é um alerta. Como o são os triunfos em Algeciras e em El Ejido (v. aqui).

O VOX cresceu. O CHEGA irá pelo mesmo caminho. A este, o que lhe falta em consistência política sobra em oportunismo e em falta de vergonha. A suivre...

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