segunda-feira, 12 de abril de 2010

A FLÓBER

Ainda me lembro. O melhor presente que tive foi sem dúvida aquela flóber. Toda a garotada da terra colaborou no meu entusiasmo. Íamos para o campo, pam pam, pardal aqui, pam pam, pardal ali.
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A única arrelia que tive com ela foi quando um dia, sem querer, pam, acertei em cheio na tia Albertina.
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Para castigo não me deixaram ir ao enterro.
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in Novos Contos do Gin
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Por mais que tentasse, não consegui arranjar nenhum poema sobre a caça para ilustrar o post anterior. Lembrei-me deste, que é sobre uma arma mas não podemos dizer que seja sobre a caça... Mário-Henrique Leiria (1923-1980) foi um importante autor surrealista. Os textos, de forte carga irónica, muitas vezes dentro do limite do absurdo, exerceram/exercem grande fascínio sobre os jovens. Fiquei quase eufórico ao constatar que um moço aqui de Mértola, 30 anos mais novo que eu, conhecia o autor. Novos Contos do Gin é um livro cuja primeira edição data de 1974.

2 comentários:

Alexandre disse...

o que eu ainda hoje me rio com o nazi que foi pescado..

Anónimo disse...

O Fausto musicou este poema de forma magistral (como sempre).

JP