terça-feira, 13 de abril de 2010

EM ARQUEOLOGUÊS NOS ENTENDEMOS...

Escrevia Umberto Eco, citando um ditado popular, e a propósito dos cientistas terem de dominar o jargão técnico: "Quem não mija em companhia ou é espião ou ladrão". Ou seja, quem não fala a linguagem comum a uma determinada área de estudo é porque não domina essa mesma área
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Na arqueologia, o falar cientifês é levado cada vez mais a sério. Inventam-se expressões cada vez mais abstrusas e de feíssima sonoridade.
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Aqui vão algumas:
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Arqueossítios
Vestígios arqueoplásticos
Rubefacção
Ecofacto
Artefacto gráfico
etc.
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É capaz de dar um ar sério aos textos. Mas que tem pouca elegância e soa mal é ainda mais verdade. Além de serem, muitas vezes, neologismos de uma absoluta irrelevância...
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7 comentários:

Dulcineia disse...

Pois , pois... e ja agora, um briefing e um brainstorming acerca do mock up para decidir o layout.
"Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso"

E ja para nao falar que a seguir temos que analisar os GRP's. Ahhhh ???? Gross Rating Point.

O brushing ? Esse também tem que estar no estrinque ; ))

Santiago Macias disse...

Ó querida, ainda assim os arqueólogos não chegam aos calcanhares do Zeinal Bava:

http://www.youtube.com/watch?v=XcnXMyGS0Xo

Dulcineia disse...

Esperto foi o gajo do pull-over cor-de-laranja !

Santiago Macias disse...

A cor é salmão.

Miguel Serra disse...

Pior ainda é que acho que um dos termos era "Arqueoclástico???"

No início de certos congressos devia ser obrigatório a elaboração de um glossário!!!

Nesse mesmo encontro ainda registei um termo mais "conclusivo". Em vez de silo ou fossa, passa a ser "...estrutura negativa multifuncional de longa diacronia..."

Santiago Macias disse...

Fonix, Miguel!!!

Miguel Serra disse...

Pois...deixo aqui mais uns mimos do novo léxico da arqueologia nacional:
- "Complexo Arqueo-biológico"
- "processo de estratificação de vertente"
- "depósitos intra-estratificados"
- "dados arqueográficos"

and so on, and so on...