quarta-feira, 14 de abril de 2010

PROCURAR A LUZ PARA VER AS SOMBRAS

O título é muito bonito e foi concebido por João Madeira, curador da exposição que, até dia 26 de Setembro, poderá ser visitada no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira.
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A obra de António Borges Coelho, a quem a mostra biobibliográfica é dedicada, não é do domínio do neo-realismo, mas a generosidade e entrega deste autor têm muito a ver com toda uma geração que deu tudo, mas tudo mesmo, para que Portugal fosse um país diferente.
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Texto no site da autarquia vila-franquense:
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António Borges Coelho, cidadão, historiador, professor, poeta, escritor, conferencista – um percurso intenso, generoso, verticalmente vivido, a pulso, na contramão, a dar voz “àqueles que, em baixo, fazem andar a História”.
A sua obra germina nas circunstâncias difíceis e singulares de uma cela de prisão reservada a presos políticos. As suas primeiras obras são publicadas antes de concluir a licenciatura. Proibidas, escorraçadas, circulam, até clandestinamente. Há uma preocupação e uma vontade de raiz que será perene e se desenha a traços fortes – resgatar o lugar dos sem voz na História, dos seus interesses, anseios, dores e alegrias.
Referência fundamental da segunda geração de historiadores marxistas, aberto à indagação, ao diálogo e à polémica, construiu carreira académica brilhante afirmando convicções e não cedendo a pressões. Investigador e professor, soube casar fecundamente a erosão solitária da investigação com o rasgo luminoso da docência, dentro e fora dos muros da Universidade.
Observador activo dos modos longos como se entrelaçam os tempos ao ritmo do mundo mudado. Voz telúrica de combate e amor, de ternura e utopia, onde pulsam os murmúrios, as vozes e os gritos das multidões.
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O catálogo interactivo (uma belíssima ideia) pode ser consultado em:
http://issuu.com/cmvfx/docs/borges_coelho?mode=embed&layout=http%3A%2F%2Fskin.issuu.com%2Fv%2Flight%2Flayout.xml&showFlipBtn=true
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3 comentários:

Anónimo disse...

Espreitem este link:
http://amareleja40grausasombra.blogspot.com/2010/03/praca-de-touros-de-amareleja.html#comment-form

Santiago Macias disse...

Bom, o comentário está publicado, mas a única relação com tema deve ser o facto de tanto a Amareleja como Vila Franca de Xira terem praças de touros.

Anónimo disse...

Quando há alguns anos, li os três volumes de "Portugal na Espanha Árabe", tive o prazer da descoberta de novos horizontes para o entendimento que fomos e do que somos e para o entendimento mais geral dos diferentes povos e das suas culturas. Alguns textos e poemas ali incluídos causaram-me uma tão forte impressão de beleza que ainda hoje me marcam. Penso que coube ao professor António Borges Coelho o mérito de nos desvendar esse passado que durante séculos foi ocultado.
O professor António Borges Coelho é prova de que o rigor da investigação, os valores éticos e a fidelidade a princípios ainda são possíveis na nossa sociedade.
São personalidades como estas que nos fazem acreditar que nem tudo está perdido e vale a pena viver procurando o saber, o entendimento das pessoas, a beleza e a coerência ética e política.