Em minarete
Mate
Bate
Leve
Verde neve
Minuete
De luar.
Meia-noite
Do Segredo
No penedo
Duma noite
De luar.
Olhos caros
De Morgada
Enfeitava
Com preparos
De luar.
Rompem fogo
Pandeiretas
Morenitas,
Bailam tetas
E bonitas,
Bailam chitas
E jaquetas,
São de fitas
Desafogo
De luar.
Voa o xaile
Andorinha
Pelo baile,
E a vida
Doentinha
E a ermida
Ao luar.
Laçarote
Escarlate
De cocote
Alegria
De Maria
La-ri-rate
Em folia
De luar.
Giram pés
Giram passos
Girassóis
Os bonés,
Os braços
estes dois
iram laços
o luar.
Colete
Esta virgem
Endoidece
Como o S
Do foguete
Em vertigem de luar.
Em minarete
Mate
Bate
Leve
Verde Neve
Minuete
De luar.
Mate
Bate
Leve
Verde neve
Minuete
De luar.
Meia-noite
Do Segredo
No penedo
Duma noite
De luar.
Olhos caros
De Morgada
Enfeitava
Com preparos
De luar.
Rompem fogo
Pandeiretas
Morenitas,
Bailam tetas
E bonitas,
Bailam chitas
E jaquetas,
São de fitas
Desafogo
De luar.
Voa o xaile
Andorinha
Pelo baile,
E a vida
Doentinha
E a ermida
Ao luar.
Laçarote
Escarlate
De cocote
Alegria
De Maria
La-ri-rate
Em folia
De luar.
Giram pés
Giram passos
Girassóis
Os bonés,
Os braços
estes dois
iram laços
o luar.
Colete
Esta virgem
Endoidece
Como o S
Do foguete
Em vertigem de luar.
Em minarete
Mate
Bate
Leve
Verde Neve
Minuete
De luar.
Um Alentejo português, o de Dórdio Gomes (1890-1976), o de Almada Negreiros (1893-1970). Évora e, na poesia, outras sugestões do sul. Lembrei-me de Dórdio Gomes, nem sei bem porquê... Ainda por cima, em jovem detestava a sua pintura. Agora já não. Na poesia lê-se uma velocidade que a pintura não tem.
Evocações num dia marcado pelo circuito Moura-Safara-Amareleja. A passagem do tempo, a morte e a paisagem alentejana andaram pelo meu dia.
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