quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

THE CATCHER IN THE RYE

Aconteceu na semana passada, mas só hoje o soube. J.D. Salinger morreu aos 91 anos. Escreveu o seu livro maior aos 31. Viveu a maior parte da sua vida em reclusão e especula-se agora sobre a existência de um espólio inédito. The catcher in the rye (traduzido primeiro como Uma agulha no palheiro e, mais recentemente, como À espera no centeio) começa assim:
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If you really want to hear about it, the first thing you'll probably want to know is where I was born and what my lousy childhood was like, and how my parents were occupied and all before they had me, and all that David Copperfield kind of crap, but I don't feel like going into it, if you want to know the truth. In the first place, that stuff bores me, and in the second place, my parents would have about two haemorrhages apiece if I told anything pretty personal about them.
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Qualquer adolescente à procura de respostas se revê em Holden Caufield e na sua distância do mundo. Foi isso que aconteceu comigo. O cinismo de Caufield seria relativizado pelas experiências quotidianas, de uma sensibilidade à flor da pele, do jovem telegrafista Homer Macauley na Comédia Humana, romance escrito em 1942 por William Saroyan (1908-1981), um autor hoje quase esquecido entre nós.
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A vida de reclusão de J.D. Salinger esteve na base do filme Finding Forrester, de Gus Van Sant (2000). Não é uma obra-prima, mas é um filme sensível, com nervo, livros, palavras e gente dentro. Nos dias de hoje já não é coisa pouca.
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5 comentários:

Anónimo disse...

Apenas uma achega ao seu post:

O Livro "À Espera no Centeio" foi encontrado na mochila do homicida de Jonh Lennon e na biblioteca do indivíduo que tentou assassinar Ronald Reagan.

Li há poucos dias uma matéria sobre J.D. Salinger e fiquei curioso, uma vez que não conhecia o escritor. Tenho procurado livros dele mas não encontro, pelo menos aqui na região.

Se alguém souber onde posso encontrar obras dele, agradeço a informação.

Luís Amor

Anónimo disse...

O nome deste escritor também não me diz nada, mas gostei do excerto. Existe mesmo a tradução "Á espera no centeio"(?)
Também não conheço muito da obra do Gus Van Sant... Só sei que (talvez) pela sonoridade do nome lembrei-me, de repente, do Lars von Trier e de mais um daqueles filmes que ficaram a vaguear pelo meu subconsciente - Dogville...um filme que, na minha opinião, é mesmo uma obra-prima dos últimos anos. O primeiro filme em que reconheci o grande potencial da Nicole Kidman enquanto actriz.
Quanto ao Gus Van Sant, e como não conheço o filme em questão, vou limpar o pó aos arquivos da "minha" cinemateca...e tentar seguir a sugestão.
:)

BB

Santiago Macias disse...

Salinger publicou muito pouco. A melhor opção para tentar encontrar outras obras é o site da Amazon.

O título do livro é esse mesmo. Vê o site www.wook.pt. Lars von Trier (um grande cineasta) não tem nada a ver com Gus van Sant. Talvez encontres o filme num clube de vídeo. Actualmente não está à venda em Portugal.

Anónimo disse...

Luís, deixou-me preocupada.
Está a pensar matar alguém importante? :)
Veja se consegue encomendar os livros do autor por aqui, mas não me denuncie como sua cúmplice caso seja apanhado, mais tarde, com o ditoso livro:

http://www.difel.pt/catalog/index.php?manufacturers_id=148

Realmente,o Gus Van Sant não tem nada a ver com o Lars von Traier (foi só um flash cerebral do Van para o von)...Já o resumo que li sobre o livro e onde se refere que através do romance, somos progressivamente desafiados a questionar a atitude da sociedade perante a condição humana, talvez tenha alguma (ou mesmo muita) relação com o enredo do filme que referi.
Em qualquer dos casos,a ausência ou a desvalorização de valores essenciais, conduzirá sempre ao vazio e ao inevitável desfecho trágico... quer seja do individuo, da pequena comunidade onde se vive ou de toda uma sociedade minada por sentimentos e objectivos mesquinhos e fúteis.
No entanto,julgando-me imune a muitos desses sentimentos,também eu fiquei agradavelmente rendida ao massacre, ao incêndio e ao destruir de uma cidade, no final do Dogville.
Quanto ao que não está à venda, talvez se encontre qualquer coisa no "mercado negro"...
Obrigada pelo esclarecimento.


BB

Anónimo disse...

Cara BB

Não se preocupe. Mas olhe que às vezes bem que me apetece :)

Obrigado a si e ao Santiago pelas sugestões. Vou ver se encontro o dito livro e também "Uma Agulha no Palheiro". Entretanto soube que "Nove Contos" está disponível no poló da Biblioteca Municipal em Sobral da Adiça.

Bom fim de semana.

Luís Amor