terça-feira, 15 de março de 2011

15 DE MARÇO DE 1961

Faz hoje 50 anos que uma onda de fogo e de sangue varreu o norte de Angola. Colonos brancos, e trabalhadores negros de outras regiões, foram mortos por grupos armados da UPA. Um cenário de horror, que revejo sempre com angústia. Terror generalizado, que se prolongaria por muitos meses. Li em tempos um livro, profundamente reacionário e eivado de racismo, mas que dá uma imagem razoável de como os acontecimentos foram sentidos entre os europeus da região: Braseiro da morte, de Pedro Pires, Mário Oliveira e Orbelino Ferreira.
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Era o fim do império colonial. A obstinação do regime custaria muitas vidas mais e um trauma refletido em várias gerações. Foi preciso esperar 13 longos anos para que encontrássemos o nosso caminho. E os africanos ganhassem, em definitivo, a independência.
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O mapa da região, já com a toponímia renovada. Uíge era, no tempo colonial, Carmona. Nunca estive em Angola, mas estes sítios são-me familiares, através das fotografias e dos relatos do João.

6 comentários:

Anónimo disse...

Felizmente não fui à guerra.Foi por pouco;se o 25 de Abril de 1974 tivesse sido um pouco mais tarde certamente que não teria escapado a esse verdadeiro flagelo de toda uma juventude e de um País.Outros puderem escapar;por vontade própria ou alheias ,neste caso dos pais que, com posses e mais politizados, permitiram-lhes a fuga para o estrangeiro.Por este alentejo fora não era muito comum esta situação de "desertor".Mas da guerra e em Moura, a memória vivida e sentida era de ver os funerais dos que caíram em combate e todo o cerimonial militar em redor;quando soavam os tiros de salva um arrepio frio percorria todo o corpo e o espírito daqueles que assistiam.Só pelo fim da guerra que hoje alguém, com altas responsabilidades no Estado classificou como "Guerra do Ultramar" e voltou a utilizar o conceito de "nação",o 25 de Abril de 1974 valeu a pena.

Anónimo disse...

Felizmente não fui à guerra.Foi por pouco;se o 25 de Abril de 1974 tivesse sido um pouco mais tarde certamente que não teria escapado a esse verdadeiro flagelo de toda uma juventude e de um País.Outros puderem escapar;por vontade própria ou alheias ,neste caso dos pais que, com posses e mais politizados, permitiram-lhes a fuga para o estrangeiro.Por este alentejo fora não era muito comum esta situação de "desertor".Mas da guerra e em Moura, a memória vivida e sentida era de ver os funerais dos que caíram em combate e todo o cerimonial militar em redor;quando soavam os tiros de salva um arrepio frio percorria todo o corpo e o espírito daqueles que assistiam.Só pelo fim da guerra que hoje alguém, com altas responsabilidades no Estado classificou como "Guerra do Ultramar" e voltou a utilizar o conceito de "nação",o 25 de Abril de 1974 valeu a pena.

Francisco Seixas da Costa disse...

100% de acordo

Santiago Macias disse...

O 100% de acordo reporta-se ao conteúdo do "post".

Anónimo disse...

5 comentarios anunciados contra 4 ! E no post de hoje 3 contra dois ! Problemazinho na contabilidade ?

Santiago Macias disse...

Não faço ideia.
Há mistérios no "blogger" que não sei decifrar.