Nú
Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.
(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.
Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.
Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.
Teus exíguos
- Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos -
- Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos -
Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!
Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.
Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.
Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu'alma
Nua, nua, nua...
Poema e fotografia em tangente ao tema. Nem tudo tem que ser explícito. O poema é de Manuel Bandeira, a fotografia de Francesca Woodman (1958-1981), artista de grande e precoce maturidade. E que decidiu, um dia, que a sua missão estava terminada.
De teu ser, lá onde
Me sorri tu'alma
Nua, nua, nua...
Poema e fotografia em tangente ao tema. Nem tudo tem que ser explícito. O poema é de Manuel Bandeira, a fotografia de Francesca Woodman (1958-1981), artista de grande e precoce maturidade. E que decidiu, um dia, que a sua missão estava terminada.
2 comentários:
Em dia de english wedding nada como este poema... : ))
E ja agora porque em English pia mais fino...aqui fica, enjoy :
http://www.poemsfromtheportuguese.org/
por consideração e justiça, será sempre imprescindível identificar a autoria da fotografia.
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