Quando, depois das eleições autárquicas de 2005, tivémos uma reunião de distribuição de pelouros o José Maria informou-me (acho que foi isso, mais que um pedido de opinião): "ficas com o urbanismo, o gabinete de estudos e projetos, os fundos comunitários e o apoio ao desenvolvimento e as atividades económicas".
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Exatamente o que conviria a alguém que fez todos os graus académicos em História.
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Meses mais tarde, e à conversa com um conhecidíssimo jornalista português da área económica, confessei os meus receios, rematando com o desabafo não percebo nada de economia. O jornalista sorriu largamente e esclareceu-me deixe lá, os economistas também não...
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Já não é só a definição que me foi transmitida por um colega de liceu, hoje banqueiro: um economista é aquela pessoa que leva seis meses a elaborar um modelo e outros seis a explicar porque é que o modelo falhou. Não é só isso, não. Faltou perspetiva política e faltou coragem em muitos momentos recentes da nossa vida política.
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Que os centros de decisão não estão dentro de portas é mais que evidente (os mercados, a Fitch, a S&P etc etc) Que a AR se torna, a este nível, de uma aflitiva irrelevância é outra evidência. Que tantos e tão reputados economistas e gestores não tiveram a capacidade ou a corgaem política da decisão (e é aí que bate o ponto) é, ainda, outra evidência.
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Sinto-me tentado a dar razão ao jornalista. E, ao fim e ao cabo, creio que não me saí assim tão mal nas minhas funções. Seguindo um conselho básico do meu amigo banqueiro: antes de usares os manuais e as receitas, usa o bom-senso. Em 2013 terá lugar um balanço. E será publicado um livro com o título A minha aventura na República Autárquica.
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Exatamente o que conviria a alguém que fez todos os graus académicos em História.
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Meses mais tarde, e à conversa com um conhecidíssimo jornalista português da área económica, confessei os meus receios, rematando com o desabafo não percebo nada de economia. O jornalista sorriu largamente e esclareceu-me deixe lá, os economistas também não...
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Já não é só a definição que me foi transmitida por um colega de liceu, hoje banqueiro: um economista é aquela pessoa que leva seis meses a elaborar um modelo e outros seis a explicar porque é que o modelo falhou. Não é só isso, não. Faltou perspetiva política e faltou coragem em muitos momentos recentes da nossa vida política.
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Que os centros de decisão não estão dentro de portas é mais que evidente (os mercados, a Fitch, a S&P etc etc) Que a AR se torna, a este nível, de uma aflitiva irrelevância é outra evidência. Que tantos e tão reputados economistas e gestores não tiveram a capacidade ou a corgaem política da decisão (e é aí que bate o ponto) é, ainda, outra evidência.
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Sinto-me tentado a dar razão ao jornalista. E, ao fim e ao cabo, creio que não me saí assim tão mal nas minhas funções. Seguindo um conselho básico do meu amigo banqueiro: antes de usares os manuais e as receitas, usa o bom-senso. Em 2013 terá lugar um balanço. E será publicado um livro com o título A minha aventura na República Autárquica.
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3 comentários:
A propósito, há por aí um conhecido especialista em assuntos económicos e que até já foi ministro das finanças que sustentou o seguinte:no nosso País temos cerca de 30% de Câmaras Municipais em que as suas receitas próprias não dão para pagar o ordenado do presidente, da respetiva secretária e carro de apoio.Aí sim, é preciso saber muito de eoonomia para gerir esses deserdados da fortuna num País pobre.Ou será que essas Câmaras Municipais podem conduzir o País a uma situação de insolvência?
Não são seguramente as câmaras que poderão conduzir o País a uma situação de insolvência.
Essa conversa de conhecidos especialistas em assuntos económicos nada tem de novo. Pela lógica dessa rapaziada mais de metade do País desapareceria. Por dar prejuízo.
É para (quase) todos evidente que este país tem graves problemas estruturais que afectam o nosso (não) desenvolvimento económico. Mas, por outro lado, é preciso cada vez mais informar as pessoas que grande parte do que agora se passa no mundo financeiro tem outras causas, gravíssimas, e que muitos tentam escamotear a todo o custo: o saque sistemático dos recursos que são, em última instância, propriedade dos cidadãos, perpetrado pelo sistema financeiro mundial com a cobertura de inúmeros governos de recorte neoliberal ou afim. Isto só irá acabar quando já não haja nada para saquear ou nos dignemos, finalmente, a agir. O resto é intoxicação informativa.
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