domingo, 10 de março de 2013

TALASSOTERAPIA - 9/10


Lenta, descansa a onda que a maré deixa. 
Pesada cede. Tudo é sossegado. 
Só o que é de homem se ouve. 
Cresce a vinda da lua. 
Nesta hora, Lídia ou Neera ou Cloé 
Qualquer de vós me é estranha, que me inclino 
Para o segredo dito 
Pelo silêncio incerto. 
Tomo nas mãos, como caveira, ou chave, 
De supérfluo sepulcro, o meu destino, 
E ignaro o aborreço 
Sem coração que o sinta.


Uma onda azul, um poema em tons de azul. Ondas portuguesas, por Noronha da Costa e por Ricardo Reis. A tela é de 1988 e intitula-se "Do Subnaturalismo ao Sobrenaturalismo" (Pintura Fria). O poema é de 1927. Só não acho a pintura fria. Um pouco triste, talvez.

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