sexta-feira, 11 de setembro de 2015

POUCO CIENTÍFICOS E AINDA MENOS TROPICAIS - pergunta: quem foi a grandessíssima besta?

A vontade de conhecer e a necessidade de conhecer acompanham-nos. Pelo menos, a muitos de nós. Grande parte da nossa História foi marcada pela procura do Conhecimento. A aventura marítima andou, de perto, ligada à pesquisa científica. Portugal formou, ao longo de décadas, de séculos, gente nestes domínios. A Botânica, a Zoologia, a História, a Linguística, a Antropologia, devem imenso a gente esforçada e competente. Muitos deles trabalhavam numa instituição agora extinta: o Instituto de Investigação Científica e Tropical. Não interessam complexos neocolonialistas ou tentações ligadas a um passado que urge esclarecer e combater. Mas sim, e sempre, o Conhecimento.

Somos, cada vez mais, um País tristemente virado sobre si. Ou que, fora de portas, apenas procura o seu reflexo. Fazemos lembrar, como dizia em tempos o meu amigo Joaquim Caetano, uma tirada de Groucho Marx: "But enough talk about me, let's talk about you...What do you think of me?". Extinguir uma instituição como esta é um ato analfabeto, de pequena vingança sobre a investigação. Os cientistas são integrados algures, o arquivo é integrado noutro, a alma do sítio perde-se. Mas isso do genius loci não é para esta rapaziada...

Foi último presidente do IICT e seu coveiro Jorge Braga de Macedo, especialista em Economia Internacional, Macroeconomia, Economia do Desenvolvimento e formado em Yale. Ou a prova de como a Ivy League não garante, à partida, coisa nenhuma...

A sua gestão teve um momento inesquecível e o único que ficará para a História: quando o IICT apoiou exposições da sua própria filha, artista plástica. Isso explica tudo, o durante e o depois.

O IICT foi extinto, cobardemente, faz agora um mês.


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