Era um jovem na casa dos quarenta, bem falante e convincente. Foi parar à presidência sem saber ler nem escrever. Vinha cheio de ideias, claro. E de muitas acusações ao antecessor. Que aquilo estava falido, que iam ser necessários muitos anos para pagar a dívida. Que era preciso muito trabalho e era imprescindível arejar tudo. Portas abertas à inovação, que era preciso dinamismo e fechar o passado.
A presidência deu balbúrdia. Promessas por cumprir, muita conversa e poucos resultados. Quando aquilo começou a correr mal, fez de calimero, a culpa era dos outros, que eram todos uns maus e não entendiam a sua estratégia. Quando saiu, empurrado pelos maus resultados, a dívida crescera 40%. Continuou bem falante e petulante.
Alfonso Cabeza, o senhor Cabeça desta história, acabou a carreira animando conferências-espetáculo nos cabarets de Marbella. O Atlético de Madrid, do qual foi presidente, só voltou a ser campeão 15 anos depois dele ter saído. Uma presidência trágica. Como adepto do clube, nunca lhe perdoei.
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