sábado, 8 de agosto de 2009

BRITCOM

O Homem é o único ser vivo que ri. Coisa única e que nos cataloga numa categoria diferente. O riso não expressa, contudo, de uma só forma ou num só sentido. O escritor Richard Zimmler sustenta que o nosso (ocidental) humor é muito formatado pelo gosto judeu. Não tenho a certeza que assim seja, mas tenho a certeza, por experiência própria, que as expressões do humor variam muito de latitude para latitude e de continente para continente.
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Em Portugal conheceu grande popularidade entre os anos 70 e o início deste século um estilo de comédia, popularizado pela designação genérica de britcom. São-lhe tributárias, para além de Herman José, os Gatos Fedorentos e os Contemporâneos. Sem as séries da BBC, muitas vezes exibidas em horário nobre (!), nada disso existiria.
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Carlos Cruz, Raul Solnado e José Fialho Gouveia no programa Zip-Zip (1969)
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Perdeu-se, entre nós, a tradição das séries britânicas de humor. Entre a infância e até bem entrado na idade adulta tive como companhia programas tão divertidos e disparatados como Frank Spencer (Some Mothers Do 'Ave 'Em)The Monty Python's Flying Circus, The GoodiesRutland Weekend Televison, Pardon my genie, Fawlty Towers, 'Allo 'Allo e The vicar of Dibley. Sem esquecer o estilo de humor português suave de Raul Solnado, hoje desaparecido (1929-2009), e a quem aqui recordo. Aprendi a rir com eles. Aprendi a rir-me de mim próprio graças a eles.

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