A recordação do episódio de Wolf Vostell trouxe-me à memória um episódio ocorrido a propósito do filme I confess de Alfred Hitchcock (1899-1980). A história desenrola-se em torno da figura de um padre que, acusado de um crime, não pode revelar que ouviu o verdadeiro delinquente em confissão. Os Cahiers du Cinema acharam que o filme tinha influências jansenistas. Hitchcock respondeu que não fazia a mínima ideia do que fosse o jansenismo. Seguiu-se uma daquelas intermináveis e sofisticadas polémicas sobre a possibilidade de se ter feito um filme com uma perspectiva filosófica sem conhecer as teorias que a sustentavam. Não faço ideia a que conclusão chegaram. O filme, de 1953, é um dos que menos gosto de Alfred Hitchcock. É muito pouco provável que o volte a ver.
.segunda-feira, 31 de agosto de 2009
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1 comentário:
Alberto Manguel em "No bosque do espelho", ed. Dom Quixote, 2009, conta: ""Não estou a dizer que não está no meu livro", disse o romancista italiano Cesare Pavese em resposta a um crítico que lhe assinalou um tema metafísico na sua obra. "Só digo que não fui eu que o pus aí.""
Manuel J. C. Branco
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