terça-feira, 16 de junho de 2015

AGORA QUE ELES ESTÃO TÃO PREOCUPADOS COM O FUTURO DO FOTOVOLTAICO...

Republicação de um texto, saído em "A Planície", em finais de 2008. Donde se prova que a falta de vergonha só tem paralelo na falta de memória...


A finalização da Central Fotovoltaica e a sua próxima entrada em funcionamento, bem como o projecto da Fábrica de Painéis, estão a dar origem a todos os delírios. Alguns revelam a mais absoluta falta de vergonha mas não são surpreendentes.

Perdoem ao PS/Moura pela falta de memória. Perdoem-lhes porque já esqueceram tudo o que disseram e já se esqueceram como votaram. Compreendam a posição deles (nunca estiveram de alma e coração com um projecto essencial ao desenvolvimento do concelho e agora não sabem que dizer) e perdoem-lhes. Desculpem-lhes a atitude que tiveram em 17.4.2002 (na Câmara) e em 29.4.2002 (na Assembleia) quando se abstiveram a propósito da criação da AMPER, a empresa que deu corpo ao projecto da energia fotovoltaica, porque queriam “conhecer este processo mais profundamente e perceber o que está por detrás desta questão para que não tomem uma posição da qual mais tarde venham a arrepender-se”. Oxalá já tenham percebido que por detrás da questão está o progresso da nossa terra.

Perdoem ao vereador do PS que declarou que a Central poderia vir a ser posta em causa devido a um eventual decréscimo dos dias de céu limpo, fruto de uma mudança climática causada pela barragem de Alqueva…

Perdoem-lhes porque vêm agora declarar que foi uma sorte (sic) a Câmara ter “encontrado” a ACCIONA, mas esquecem que os vereadores do PS não aprovaram a venda da posição accionista do município à ACCIONA (30.8.2006), assim não aprovaram as versões preliminar e final do contrato com a ACCIONA (3.1.2007 e 18.1.2007, respectivamente). Perdoem-lhes a amnésia e, principalmente, a falta de pudor.

Perdoem-lhes porque não aprovaram o licenciamento da 1ª e da 2ª fases da central (12.9.2007 e 16.1.2008). Relevem-lhes a temível falta de memória que os leva a esquecer a abstenção na ratificação do Plano de Pormenor da Central (7.11.2007).

Perdoem aos que dizem que este projecto é coisa pouca e que perguntam quais os benefícios, quando foram eles os primeiros a inscrever-se nas candidaturas à micro-geração e são eles os primeiros a beneficiarem do Fundo Social de 3 milhões de euros que este projecto já gerou. Perdoem-lhes porque se abstiveram quando foi necessário tomar decisões sobre o zonamento da UP 11 (19.7.2006), a tal onde está hoje a fábrica de painéis solares.

Por favor, perdoem aos vereadores do PS que votaram contra a constituição da empresa municipal que vai gerir o parque tecnológico de Moura (26.9.2007). Que votaram contra a desanexação dos terrenos no Baldio das Ferrarias (24.10.2007), necessários ao avanço do processo da Central. Perdoem-lhes ainda porque votaram contra a atribuição de uma comparticipação no custo da linha eléctrica (24.10.2007), num momento delicado do processo.

Perdoem, por favor e por caridade, ao vereador do PS que disse que “a duração do processo por si só denota como foram pertinentes algumas observações atendendo à complexidade do mesmo” (o que é que raio isto quererá dizer?). Perdoem-lhe o disparate de ter dito que “as tomadas de posição por unanimidade, características de países totalitários e fascistas, não me parecem ser uma mais-valia em regimes democráticos”.

Perdoem-lhes porque nunca quererão valorizar o papel do meu amigo José Maria Pós-de-Mina na condução deste processo. Perdoem-lhes, porque só o PS/Moura não quis entender a dimensão do projecto. Nos Estados Unidos sim (irónico, não é?), e o site americano us.oneworld.net escolheu José Pós-de-Mina como finalista de um prémio internacional. Finalistas em 2006? Evo Morales e Al Gore. Deve ser coisa pouca, portanto…


O Natal vem aí. Abram os corações e perdoem-lhes. E tenham a certeza que a falta de memória os vai voltar a atacar no dia da inauguração. Aí voltarão a querer aparecer como grandes protagonistas de um projecto pelo qual nada fizeram. Como dizia o outro, “é a vida”…

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