domingo, 28 de junho de 2015

CAUSAS DA DECADÊNCIA DO INTERIOR DO PAÍS

Em agosto de 1984 assisti a um curioso episódio no ramal de Montemor-o-Novo. A automotora parou no meio de um descampado. O maquinista desceu e foi fechar a cancela da passagem de nível. Regressou à automotora. Avançámos mais um pouco. Nova paragem. Nova saída para abrir a cancela. O veículo retomou a sua marcha. Esta cena, quase neorealista, pertence a um passado esquecido.

A violenta redução da rede ferroviária de passageiros (v. imagem) reflete o abandono a que o interior do país foi votado. Entretanto, veio aquele papo fino europeu (programas integrados, nuts, interreg, investimento elegível, etc). Depois, o interior continuou a envelhecer e a despovoar-se. Sem retorno nem esperança. Hoje estamos como mostra o mapa. Daqui a uns anos, e a não haver investimento sério nestes territórios, estaremos pior. Nessa altura, virá, aposto!, a proposta de supressão/agregação de municípios. Para otimizar, outra palavra corrente no burocratês...

É só uma questão de tempo. E do habitual conformismo, e da habitual falta de coragem, do "arco do poder"...

1 comentário:

Anónimo disse...

Este mapa pertence a dois counicados das ORT dos Transportes que aproveito para deixar aqui em link. Este destinado à população:
http://www.snaq.pt/images/stories/comunicados/comunicado_Ferrovia_1988_2012.pdf
e este mais recente, quadrilingue, distribuído à porta do Congresso da UIC (União Internacional dos Caminhos de Ferro), congresso sobre Formação
http://www.snaq.pt/images/stories/comunicados/papel_UIC_final.pdf