sexta-feira, 19 de junho de 2015

UMA CIDADE E O SEU MUSEU: 14/20 - LISBOA

Talvez não seja o principal museu de Lisboa. Ou aquele com maior notoriedade. Mas foi o primeiro que visitei, no final de 1973 ou no início de 1974, numa visita de estudo da Escola Preparatória Conde de Sabugosa. O museu ainda era assim, como se vê na fotografia. Na secção de etnografia ainda havia vitrines em madeira, altíssimas e neolíticas ou neomanuelinas. Uma delas está no átrio do primeiro andar, junto à sala com tetos de alfarje, onde costumam ser as conferências e encontros.

O Museu Nacional de Arqueologia marcou momentos importantes do meu percurso. Um eles foi a incomum Lisboa Subterrânea (1994), a única exposição que visitei que podia ser vista um duas perspetivas cronológicas: avançando ou recuando. Mais significativo foi o trabalho desenvolvido em 1997/1998, quando, em conjunto com Cláudio Torres, comissariei Portugal Islâmico: Os últimos sinais do Mediterrâneo. Foram muitos meses de idas e vindas, até à inauguração, em 15 de julho de 1998. Foram tempos de aplicação e de aprendizagem, com os colegas da equipa do museu, na qual me integrei. Compensação maior: a exposição teve mais de 100.000 visitantes. E ainda: o catálogo esgotou rapidamente, apesar de custar 14.000$00 (70 euros, na moeda atual), uma pequena fortuna.

Lisboa é a minha terceira cidade (Moura e Mértola andam ex-aequo, no primeiro posto). A localização do museu, na Praça do Império, é perfeita, entre a luz da cidade e a luz do Tejo. Poucos sítios como aquele estão tão no meu coração.

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