segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PECADO ORIGINAL

A recordação da travessia aventurosa do Parque da Liberdade leva-me direitinho a um dos quadros da minha vida: La cacciata di Adamo ed Eva dal Paradiso Terrestre, de Masaccio (1401-1428). Confesso que gosto mais de ver a pintura "fora de contexto", que no seu local de origem, à entrada da capela Brancacci, onde a representação se perde por entre a magnificência do resto da Chiesa di Santa Maria del Carmine. Adão e Eva são expulsos e todo o drama do castigo se reflecte de forma exemplar na dor e na vergonha do momento. Espantosa é ainda a maturidade desta obra de Masaccio, que haveria de falecer prematuramente.
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O frescos estiveram, durante longos anos, envoltos nas ramagens do pudor. Podemos vê-los hoje em toda a sua magnificência.
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A pintura de Masaccio, antes e depois do restauro, outra forma de dizer pudor...

4 comentários:

Anónimo disse...

Gostava mais quando Adão e Eva tinham as ramagens, apesar de estarem agora actuais e de acordo com a falta de "pudor" que se vive.

Anónimo disse...

mais saramago agora...

anamarafada disse...

Gostava mais que o "pudor" estivesse mais conotado com outras "vergonhas" da nossa sociedade que não a nudez. Muito menos a nudez pintada por um artista.

Santiago Macias disse...

É claro que não, "anamarafada". Penso que a nudez. Não é problemática. Veja-se a representação de Cristo nu no mosaico do baptistério dos Arianos, em Ravenna.