É uma história com quase 20 anos. O então primeiro-ministro Cavaco Silva contratou Michael Porter, mago da Harvard Business School para dizer aos portugueses como é que era. Durante meses não se falou de outra coisa. O Porter vai cá estar, o Porter já cá esteve, o Porter vem, o Porter não vem. No fim saiu um relatório, que um conhecido economista meu amigo (bem conservador) me classificou como "um chorrilho de banalidades".
Do site Compromisso Portugal:
Os principais benefícios desse estudo foram a discussão pública que promoveu à volta de temas até então relativamente novos como a produtividade, a competitividade e o papel das empresas, empresários e Estado no desenvolvimento económico e que se tem prolongado até aos nossos tempos.
Alguns aspectos relevantes foram salientados no Relatório Porter:
- A importância dos factores de enquadramento desde a Educação (já então se falava num novo sistema de governo para as escolas e na avaliação e responsabilização dos professores) até à política da I&D, passando pelas vantagens da existência de mercados abertos e em sã concorrência, e de consumidores educados e exigentes.
- A vantagem de existirem clusters industriais, devendo Portugal, sem prejuízo de criar novos, aproveitar os existentes modernizando-os.
Ao contrário do que por vezes se escreveu, Porter não disse que nos devíamos basear apenas nas indústrias tradicionais e que para aí deviam ir todos os apoios públicos.
O que ele disse é que a existência de clusters em certas indústrias consideradas mais tradicionais não era necessariamente um ónus, mas uma oportunidade a explorar pois elas poderiam vir a ser fonte de criação de riqueza se a inovação e novas tecnologias nelas fossem devidamente aplicadas.
Também para Porter estava claro que não cabe ao Estado escolher as indústrias com sucesso no futuro. O Estado e os governantes não são os melhores decisores nessa matéria.
Cabe ao Estado criar um enquadramento favorável à atracção e retenção de investimento de qualidade, devendo os clusters resultar das iniciativas mais ou menos concertadas dos empresários.
O Estado poderá conceder algum apoio acessório logo que o cluster ganhe forma e obtidas provas do seu sucesso, nomeadamente promovendo a criação de condições específicas de enquadramento de suporte a essas indústrias/clusters.
Fim de citação. Queriam mais? Chamem de novo o Porter. Talvez ele, os seus ajudantes de feiticeiros, mais os economistas todos que, na Pátria, todos os dias nos apontam o caminho do paraíso, nos possam dar uma ajuda.
Do site Compromisso Portugal:
Os principais benefícios desse estudo foram a discussão pública que promoveu à volta de temas até então relativamente novos como a produtividade, a competitividade e o papel das empresas, empresários e Estado no desenvolvimento económico e que se tem prolongado até aos nossos tempos.
Alguns aspectos relevantes foram salientados no Relatório Porter:
- A importância dos factores de enquadramento desde a Educação (já então se falava num novo sistema de governo para as escolas e na avaliação e responsabilização dos professores) até à política da I&D, passando pelas vantagens da existência de mercados abertos e em sã concorrência, e de consumidores educados e exigentes.
- A vantagem de existirem clusters industriais, devendo Portugal, sem prejuízo de criar novos, aproveitar os existentes modernizando-os.
Ao contrário do que por vezes se escreveu, Porter não disse que nos devíamos basear apenas nas indústrias tradicionais e que para aí deviam ir todos os apoios públicos.
O que ele disse é que a existência de clusters em certas indústrias consideradas mais tradicionais não era necessariamente um ónus, mas uma oportunidade a explorar pois elas poderiam vir a ser fonte de criação de riqueza se a inovação e novas tecnologias nelas fossem devidamente aplicadas.
Também para Porter estava claro que não cabe ao Estado escolher as indústrias com sucesso no futuro. O Estado e os governantes não são os melhores decisores nessa matéria.
Cabe ao Estado criar um enquadramento favorável à atracção e retenção de investimento de qualidade, devendo os clusters resultar das iniciativas mais ou menos concertadas dos empresários.
O Estado poderá conceder algum apoio acessório logo que o cluster ganhe forma e obtidas provas do seu sucesso, nomeadamente promovendo a criação de condições específicas de enquadramento de suporte a essas indústrias/clusters.
Fim de citação. Queriam mais? Chamem de novo o Porter. Talvez ele, os seus ajudantes de feiticeiros, mais os economistas todos que, na Pátria, todos os dias nos apontam o caminho do paraíso, nos possam dar uma ajuda.
Há melhor? Há. Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006) é melhor:
Vamos ver o povo
Que lindo é
Vamos ver o povo.
Dá cá o pé.
Vamos ver o povo.
Hop-lá!
Vamos ver o povo.
Já está.
in Nobilíssima Visão (1959)
2 comentários:
Nos anos 90 apanhei com o "Competitive Advantage" do M. Porter, e acho que na altura faziam sentido os novos conceitos. Hoje, a maioria deles já não aplicam em razão de muitos factores globais económica e politicamente falando.
Bye Porter
Comentário, de um anónimo, "editado" por mim:
Viva o Mário Cesariny!
Que se ***** os economistas!
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