A minha estada em França prolongou-se mais do que habitualmente. Semana após semana, a Júlia punha na porta do frigorífico a ementa do almoço na escola dos miúdos. O hábito de ler tudo o que está afixado levou-me a notar que à sexta-feira nunca havia carne. Nunca, mesmo. A escola era oficial. Portanto laica e republicana. Perguntei à Júlia a razão do peixe na ementa, todas as sextas. Resposta lapidar: "Isto aqui é tudo muito cato (diminuitivo de católico)".
Não deixa de ser curioso. E, ao mesmo tempo, lógico. Um laicismo forte leva a que haja uma presença mais forte da religião. Mesmo em escolas do Estado.
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