O anúncio da realização de um mestrado em França, por parte do
ex-primeiro-ministro José Sócrates foi, na altura, motivo de grande
atenção.
José Sócrates é hoje aluno do Institut
d´Études Politiques (popularmente conhecido como Sciences-Po). Para os
menos familiarizados com o sistema francês aqui vai: trata-se de uma das
grandes escolas de formação de quadros políticos de França, juntamente
com a ENA (École National d'Administration, cujos graduados passam a ser
conhecidos como énarques) e a École Polytechnique (cujos formandos têm a "etiqueta" de X). O sistema de acesso é rigorosíssimo. Bem como as avaliações.
Se é verdade que José Sócrates não tem perfil nem currículo para as frequentar (não tem mesmo, deixemo-nos de brincadeiras) percebo que para uma escola dessas fosse difícil recusar a entrada de um político com o percurso político de Sócrates. O embaraço deve ter sido evidente e a admissão foi sujeita a um estatuto especial (v. Expresso de hoje).
Que José Sócrates frequente este ou aquele curso, em França ou em qualquer outro sítio, é-me indiferente. Nem me dizem respeito as suas condições de admissão. São assuntos que interessam ao candidato e à escola e a mais ninguém.
Não venham é depois - o agora aluno voluntário ou outros por ele no futuro - falar na exigência dos percursos, na importância dos estudos avançados e na necessidade de excelência dos curricula. É que o discurso não cola minimamente com a prática...
3 comentários:
Não sei nada sobre a pessoa em questão,mas sendo como você diz, o tal instituto é que tem dois estatutos, duas maneiras de admissão,dois tipos de clientela. Isso vai ficar (talvez já esteja) confuso.
"trata-se de uma das grandes escolas de formação de quadros políticos de França"
Sempre havia vocação!
melhor tarde que nunca.
talvez se a formação tivesse sido feita antes?!
Ouvi dizer que a escola abre especialmente, so para ele, aos domingos : )))
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