Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu
desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável
pelo que me fizeste ontem.
A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando,
sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu
corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,
aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos. Até nos mais íntimos
lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós
ocorreu durantea noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar.
Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força.Quero te apertar
com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o
sangue quente do teu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, mosquito Filho da Puta!
O ar mefistofélico do fauno, e é só essa a justificação, fez-me recordar este divertido texto de Carlos Drummond de Andrade, um dos poetas mais presentes no blogue. O fauno é tentado por quatro (!) ninfas a tomar cálices de Porto. Sine Cerere et Baccho friget Venus. Uma terrível tentação.
Hoje é noite de Reis. Um bom pretexto para beber vinho do Porto. Tal como em todos os outros dias do ano.
Os anúncios da Casa Ramos Pinto, do início do século XX, são um exemplo de bom gosto e de ousadia.
4 comentários:
Vivemos em guerra contra os pernilongos. Drummond descreve nosso drama diário.Haja ar condicionado e inseticidas e conscientização. Quanto ao vinho... d e l í c i a !!!
Mas com a subida geral das temperaturas são de esperar, em breve, doenças tropicais no sul da Europa...
Doutor,
Permita-me informá-lo de que os titulos que usa no seus posts, assustam as pessoas...
(...maldito mosquito, né?...)hum?
Olá, Anônimo,
Não assustam não. Acho os títulos do avenida muito criativos. Os textos são sempre agradáveis de ler,até mesmo aqueles que tratam de assuntos mais dificeis como politica e economia (dificeis para mim).
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