É, no essencial, uma história TI-PI-CA-MEN-TE portuguesa. Falta de direção política, cedência do SEC a pressões de ordem diversa, improviso, ausência de visão de longo prazo. O diretor do museu demite-se em conflito com a tutela, o processo vai em frente, mas sem coerência. Foi a curiosidade de saber o que iria encontrar que me levou à exposição "Narrativa de uma coleção - Arte Portuguesa na Coleção da Secretaria de Estado da Cultura (1960-1990)", inaugurada há duas semanas no Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Foi uma experiência de prazer, pela quantidade e qualidade das obras, mas foram também horas penosas. Não há uma folhas explicativas ou um só (um, para amostra) texto de enquadramento que nos explique o que estamos a ver ou que sugira uma linha condutora. Vogamos entre autores e tendências, sem que resulte clara a lógica do percurso. As peças são ótimas. Algumas delas são de crucial importância para se perceber a evolução dos artistas. Mas a exposição, do ponto de vista didático, é uma inexistência. Uma lástima, com tanta matéria-prima. Não era isto, de certeza, que os curadores tinham preparado...
Aguardemos o que se vai passar. Esperemos, em especial, pelo catálogo.
António Palolo, Sem título, 1973
Sem comentários:
Enviar um comentário