Lembro-me com rigor quando vi este filme. E onde. Foi no piolho da Amadora, no inverno de 1981/82. Acabara de entrar na Faculdade. Estava apaixonado, num amor de um só sentido. E assim, para ganhar ânimo e para passar o tempo, fui acabar numa sessão da meia-noite. Passava uma comédia. Gostei imenso da energia do filme de George Lucas. American Graffiti é, em si, um trabalho "gráfico", divertido e cheio de acne. Esta cena quase fez a sala vir abaixo, com gargalhadas e aplausos. Quando as luzes se acenderam, às duas da manhã, olhei em volta e percebi a razão de tanto júbilo. O público, prestes a entrar ao "serviço", não gostava de polícias... Não fiz nenhuma estatística, mas posso jurar que a quase totalidade dos espetadores não estaria coletada nas Finanças e deveria dedicar-se a negócios pouco respeitáveis. De cabelo comprido e despenteado, barba por fazer e roupa em estado de avançada decrepitude, eu próprio não destoava do ambiente geral. Saí incólume...
American Graffiti é a minha escolha destes dias.
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