Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Ricardo Reis, in "Odes"
Dia de pausa. Helena Almeida é um discreto nome de grande valor. Este seu trabalho data de 1977, é mais moderno que muita duchampice barata que por aí anda. Study for Inner Improvements é o título do trabalho. Pintem-se os dias de azul. O futuro, em particular.
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