domingo, 9 de agosto de 2015

JORGE JESUS, AS CLASSES A e B e O POVO

Ainda a época não começou e já Jorge Jesus faz das suas. Provoca o treinador do Benfica e acende a fogueira do jogo de logo à tarde. Oxalá se lixe mas isso são cá coisas minhas...

Posto isto, devo confessar que tenho por Jorge Jesus grande simpatia. Os intelectuais troçam do estilo, do penteado, dos evidentes pontapés na gramática, das bravatas, das provocações, da maneira de pronunciar palavras em línguas bárbaras (aquela do Unaite tornou-se um clássico...). E depois? É um homem genuíno e de uma franqueza quase infantil. E como ele própria disse, não é o Eça de Queirós... Pois não, mas ganhou três campeonatos para o Benfica e levou o clube a duas finais europeias. O Sporting fez, portanto, uma boa contratação.

Quando um dia fiz notar a uma amiga o discurso incoerente e básico de um político de um certo concelho alentejano, tive como resposta "essa é a tua leitura; há aqui questões de literacia... o que te parece uma intervenção bacoca, é vista por outros como um discurso de grande nível; isso depende sempre da perspetiva em que no colocamos". E não é que tinha razão?

Jorge Jesus tem um discurso popular. Que é entendido e apreciado. Não pelas classes A e B. Mas pelos outros. No fim, quem ri é ele.

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