terça-feira, 8 de dezembro de 2009

DISPONÍVEL PARA AMAR

A única coisa errada neste filme é o título. Porque a verdade da história é outra. Que o nega.

Chow Mo-Wan, um jornalista, arrenda um quarto no mesmo edifício e no mesmo dia em que So Lai-zhen, uma secretária de uma companhia de navegação. Vão-se cruzando e conhecendo até chegarem à conclusão que os respectivos cônjuges os traem, um com o outro. Essa cumplicidade trará uma amizade reforçada. À medida que o tempo passa, e enquanto Chow e So se convencem que não são mais que amigos, e que não farão o mesmo que outros, os sentimentos dos dois vão-se aprofundando e enraizando. Chow acaba por partir para Singapura sem convencer So a acompanhá-lo. Mais tarde os seus caminhos estarão quase a cruzar-se. Mas disso não passarão.

Disponível para amar é, apesar do título, um filme belíssimo sobre a impossibilidade da paixão. E é, decerto, um dos filmes mais melancólicos que alguma vez vi.





Disponível para amar é um filme realizado em 2000 por Wong Kar-Wai (n. 1958). Protagonizam-no um par de actores de rara e exótica beleza: Maggie Cheung (n. 1964) e Tony Leung (n. 1962). Na altura em que foi estreado em Portugal um crítico, e cineasta, não hesitou em fustigar o filme como barroco e amaneirado. Pois, para quem faz filmes incompreensíveis obras destas são mesmo dispensáveis.

10 comentários:

Dulcineia disse...

E lembrar-me que o meu amigo pensava que eu o ia levar ao Balzac ver um filme do estilo "Kramer contra Kramer" !?

Dulcineia disse...

Ja agora, o titulo em português É SUPER PIROSO.
Pior so os nossos amigos espanhois com "Lagrimas y sonrisas" para "The sound of music".

Santiago Macias disse...

É verdade que nunca confiei muito nas opções cinematográficas da minha amiga "Dulcineia"...
E ir ao cinema em Paris depois de um dia na Biblioteca Nacional para ver o que poderia ser "uma coisa qualquer" me deixou de pé atrás.
Não me lembrava que tinha sido no Balzac. Mas parece-me bem esse nome.
Já agora, "Disponível para amar" vai de encontro ao título em inglês. São ambos desajustados.

Helena Romana disse...

Então se foi em França e no Balzac (não faço ideia, mas deve ser coisa boa)ficaram os meus amigos a perder. É que a "mania" das dobragens linguísticas dos franceses, retiram uma boa parte da magia a qualquer produção. A par da visão, a audição é importante. E isso, independentemente de compreendermos a língua ou não. Por muito que tentem a entoação das palavras nunca é igualada, o que faz com que se perca, quase sempre, algo daquilo que se queria inicialmente transmitir. Tudo isto, sem contar com a forma como os franceses pronunciam os nomes estrangeiros. Algum dos dois se lembra como eram pronunciados os nomes Chow Mo-Wan e So Laizhen?

Santiago Macias disse...

Não é bem assim. De facto, as dobragens são um desastre. Sempre.
Mas vi o filme em VO, com legendas em francês.

Anónimo disse...

Como também aprecio cinema já está na lista dos pedidos a um amigo cinéfalo. O filme parece ser interessante e o titulo ficaria resolvido com um simples "(in) disponível para amar"!
Fiz algumas pesquisas que me devolveram excelentes critícas ao filme. Provavelmente, esse critíco, cineasta português, não estava nos seus melhores dias.
Já agora, descobri que esse filme teve uma espécie de continuação em 2004 ("2046") embora cenas dos dois filmes tenham sido gravadas, simultâneamente.
Deixo o link, caso seja de algum interesse para quem, assim como eu, ficou com alguma curiosidade sobre este filme.

http://www.cineclubeguimaraes.org/filme.php?id=2318

BB

Dulcineia disse...

Cara Helena,
O LE Balzac é uma sala de cinema independente que fica proxima dos Campos Eliseos (é pequena e nada glamourosa). Para além de cinema também se pode assistir a concertos ao sabado à noite.
As vezes a projecçao de um filme também pode ser seguida por um debate; foi o que aconteceu depois de "Diarios de Motocicleta" de Walter Salles- o filme que retraça a vida de Ernesto Guevara. É uma sala assim um pouco diferente...
Para dar uma vista de olhos aqui fica :
www.cinemabalzac.com/

Helena Romana disse...

Obrigada Dulcineia.

Dei uma vista de olhos e pareceu-me bem.

Quanto ao filme de que fala, mesmo em sala improvisada, já o passámos por cá.

Magnolia disse...

Um filme lindissimo de facto... Recomendo o 2046 outra obra dele fantástica....

Santiago Macias disse...

Cara Magnólia,

Há um filme com este nome, que irá passar aqui pela avenida dentro de dias...

Obrigado pelo comentário.