Há uns dias atrás deixei aqui um excerto de um filme chamado O veneno dos trópicos. O seu realizador, Detlef Sierck (1900-1987), tornar-se-ia mais conhecido pelo nome americano de Douglas Sirk. A passagem do tempo dá sempre outras perspectivas sobre as coisas e hoje já gosto dos melodramas de Sirk. Em Tudo que o Céu permite, de 1955, uma viúva apaixona-se por um jardineiro muito mais jovem. Muitos anos depois, Todd Haynes refez o filme dando-lhe o título de Far from Heaven (Longe do Paraíso). A história é mais radical: a viúva passou a ser uma mãe de família, casada com um homossexual reprimido. O jardineiro é negro. Há paixões cruzadas e nunca consumadas. Todd Haynes rodeou a sua trama de tons outonais (há muito que não via um filme com um tão intenso sentido da cor) e de amores impossíveis. Douglas Sirk ficaria feliz por saber que o seu filme teria, décadas mais tarde, uma tão conseguida sequela.
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Fica aqui uma brevíssima e pálida imagem do filme. Fui ver Longe do paraíso com uma amiga, a quem pedi opinião. Respondeu-me, placidamente, "acho o Dennis Haysbert um homem muito sensual". A minha amiga não me chegou a esclarecer se tinha jardim...
1 comentário:
È um filme lindo...com fotografias fabulosas...e como não tenho jardim, uma Julianne Moore no seu melhor
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