segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ATALANTA, HIPOMENE E OUKA LEELE

Como em todas os mitos gregos, a história é complexa. Resuma-se o essencial:
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Atalanta era filha de Jasão, rei da Arcádia. Um oráculo previra que se Atalanta se casasse seria amaldiçoada e perderia o seu talento de caçadora exímia. Atalanta compromteu-se a casar apenas com quem a batesse em corrida, tarefa que se sabia ser impossível. Hipomene, apaixonado por Atalanta, desafia-a para uma corrida, pedindo ao mesmo tempo a ajuda de Afrodite. Esta dá-lhe três maçãs de ouro do Jardim das Hespérides. Durante a corrida, Hipomene deixa sucessivamente cair as maçãs de ouro que Atalanta se distrai a recolher, acabando por perder o desafio.
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Hipomene e Atalanta acabam por casar, mas a maldição viria a consumar-se. Rhea (ou Cybele, na designação romana) transformou-os em leões depois deles terem feito amor num dos seus templos e pô-los a puxar o seu próprio carro. Acreditava-se na altura que os leões não acasalavam entre si, pelo que Hipomene e Atalanta não permaneceriam juntos.
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Madrid, 1986 - Em plena movida, a extravagante fotógrafa Ouka Leele (n. 1957), recriou a história em plena Plaza de Cibeles. Grande aparato, grandes meios e uma encenação para a História da Fotografia. Fiel ao seu estilo, Ouka Leele coloriu a imagem como se de um postal antigo se tratasse. Muitas das suas fotografias evocam o colorido dos anos 50 e um certo ambiente pop. Ouka Leele voltará a passar por aqui.
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Nem eu sei porque me lembrei agora da Plaza de Cibeles, 35 anos depois do último Natal passado em Madrid... Talvez por a alfaitaria do padrinho António ficar na Calle Fernanflor, mesmo por detrás das Cortes. O caminho de cerca de 1500 m. entre a Av. Menendez Pelayo e o local de trabalho era, com frequência, feito a pé. E por ter passado bastantes vezes pela Plaza de Cibeles vindo do Retiro. A recordação de tudo isto devia estar armazenada algures no inconsciente. Há coisas ocorridas na infância que, de vez em quando, nos recordamos. Nem nós sabemos porquê, não é verdade?
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Ouka Leele chama-se, na verdade, Bárbara Allende Gil de Biedma.

2 comentários:

Julia Macias-Valet disse...

Adorava ir com o padrinho Antonio ver os "elegantes" entrar na Zarzuela e vê-lo orgulhoso apontar as casacas que ele tinha costurado.
Ja tudo isso me parece tao longe...

"Y colorin y colorado, que este cuento ya se ha acabado !"

Anónimo disse...

Que saudades da Plaza de Cibeles...
y da Plaza del Sol...
y do Retiro...
y... de todo o tempo passado em Madrid!
Agradeço-lhe imenso por ter colocado este post... também a mim me fez recordar :-)

Moi même (yo misma)