terça-feira, 8 de maio de 2018

CRÓNICAS OLISIPONENSES - IV

Um dos elementos mais fascinantes, na leitura das cidades, é tentarmos ler e decifrar as cidades anteriores no meio da malha urbana atual. Um exercício de arqueologia visual, cuja memória não é, ainda, muito distante do que, em tempos, pude ver.

No início dos anos 70, ainda existiam, de facto, as estradas e as azinhagas que hoje perduram na toponímia. Lembro-me de ir à Quinta de S. Vicente, na zona de Telheiras, por entre muros de quintas que delimitavam, de um lado e do outro, a estrada. Dessa Lisboa desaparecida restam sítios como a Azinhaga da Fonte Velha, restos de uma cidade rural que o crescimento levou.

A antiga estrada que levava a Algés mantém troços do velho traçado. Quase a chegar ao mercado há ainda palacetes oitocentistas arruinados. E restos de antigas vendas à beira da estrada. Fechamos os olhos e passamos de novo as páginas de Eça. Por quanto tempo mais?

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