Mais um filme quase falhado. Agora, de Alejandro Amenabar, tem em ambição o que lhe falta em escrita. A narrativa assenta em três colunas: primeiro, as lutas entre os cristãos radicais e todos os outros (a parábola e as implicações morais das intolerâncias religiosas de ontem e de hoje são mais que explícitas); segundo, as reflexões da filósofa Hypatia de Alexandria sobre o Cosmos; terceiro, a paixão não consumada do escravo Davus por Hypatia. Diga-se, em abono da verdade, que o único momento de grande tensão dramática do filme é a cena do beijo entre Davus e Hypatia.
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O filme naufraga numa trama narrativa que não se consuma. Salva-o a seriedade do tema, a relativa sobriedade com que é tratado, e, sobretudo, o interesse das reconstituições arquitectónicas e dos ambientes urbanos.
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E, como alguém disse algures, é sempre uma inovação ver que os cristãos não são, neste filme, a refeição das feras numa qualquer arena...
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2 comentários:
Fui ontem ver o filme. Não o achei assim tão mau, mas diverti-me com um dos planos no final onde aparece a loba romana em fundo com o Rómulo e o Remo que só foram adicionados à loba etrusca no final do renascimento :)
Eu não disse que era mau. Ficou aquém do que esperava, só isso.
Não reparei no pormenor da loba. Bem visto!
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