quinta-feira, 30 de abril de 2009
L' AGNEAU MYSTIQUE
quarta-feira, 29 de abril de 2009
A JUSTIÇA DE FAFE (VERSÃO INSTITUCIONAL)
terça-feira, 28 de abril de 2009
DIA MUNDIAL DO LIVRO
TEU CORPO CLARO E PERFEITO
Teu corpo é tudo o que cheira...
Teu corpo branco e macio
Rosal queimado do estio,
Teu corpo é a brasa do lume...
Teu corpo é chama e flameja
É puro como nas fontes
Volúpia de água e da chama...
A todo momento o vejo...
Teu corpo é tudo o que brilha,
Manuel Bandeira
segunda-feira, 27 de abril de 2009
RODCHENKO E ALGO MAIS
domingo, 26 de abril de 2009
PAESE D'SOLE
A canção data de 1925 e usa expressões do dialecto napolitano. Esta interpretação de Franco Corelli (1921-2003) é, salvo erro, de 1963. Foi registada numa altura em que a voz do grande tenor italiano não apresentava ainda os sinais de degradação que o obrigou a uma prematura retirada dos palcos.
Se tiverem curiosidade, está ainda disponível uma versão ligeira da mesma canção. É a interpretação de Miranda Martino, embora a beleza dos sons seja, por vezes, ofuscada pela dentadura da cantora...
25 DE ABRIL, NUNCA
A inocente afirmação do presidente da câmara local "foi inaugurado na primeira oportunidade que houve" (que raio de coincidência...) só tem uma resposta e uma observação: as actos de sacralização nunca são coincidências e a criação da mitologia dos mártires no Cristianismo Antigo estava ligada à santificação do lugar. Ou seja, o pobre João Lourenço acaba de criar mais um local de peregrinação para a extrema-direita lusitana exibir o seu novo santo.
AINDA O EDIFÍCIO DOS QUARTÉIS
Gostava de saber como se pode aceder a esse concurso
25 de Abril de 2009 20:16
Anónimo disse...
Sr. Vereador não se sabe nada sobre o que irá sair dos Quartéis, pelo menos eu não sei. Gostava de saber onde nasceu a ideia para a ocupação dos espaços e para que serão destinados. Obrigado.
Deixo aqui o endereço na net da Câmara Municipal de Moura, onde todos os elementos referentes a este assunto serão anunciados: http://www.cm-moura.pt/.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
25 DE ABRIL, ÀS VEZES
Ramalho Eanes, Belmiro de Azevedo e Pacheco Pereira animam um debate em Grândola na antevéspera do 25 de Abril. O colóquio foi uma ideia do presidente da autarquia.
Um general, um empresário e um historiador vão participar no dia 23 de Abril, à noite, num super-debate em Grândola, a convite de Carlos Beato, militar que integrou a coluna de Salgueiro Maia no dia 25 de Abril e que é actualmente o Presidente do Município da Vila Morena. O moderador será Adelino Gomes, um dos mais emblemáticos repórteres portugueses.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
LES BUREAUCRATES DANSENT SANS SOURIRE
O mundo do sr. Hulot, com quem tantas vezes me identifico numa crónica falta de jeito, é um mundo de sons e cores. É o mundo da poesia, que choca de frente com a aborrecida e asséptica maison Arpel.
BLOGUE - MODO DE USAR
É isso que faço durante uns minutos à noite ou à tarde. Foi isso que expliquei ao meu amigo do reparo. Que preciso dos 15 minutos que um post leva a escrever ou a preparar para me reequilibrar das agruras do quotidiano. E que gosto de trabalhar de forma precisa e com antecipação.
Próximos temas, e não contando com alguma coisa sobre a actualidade:
Pharos e Pharillon (E.M. Forster)
PARA COMPREENDER A BELEZA DA SALÚQUIA
A Salúquia nunca foi um bairro como os outros. Ninguém, até há trinta anos, se preocupava muito com a Salúquia. As placas com os nomes das ruas eram, muitas vezes, uma simples chapa preta com letras a branco e a iluminação pública era diferente, muito diferente, da das ruas do centro, onde viviam os poderosos de então. A Salúquia de hoje não tem, a esse nível, nada a ver com a de então.
A minha família é da Salúquia. A Júlia vivia na Avenida da Salúquia, no 43, o João no 16 (que hoje tem o nº 34). As casas eram em frente uma da outra, o que simplificou as coisas. Namoraram (5 anos e 10 dias, à janela), casaram e tiveram 3 filhos. Uma história banal e idêntica a muitas outras da Salúquia.
A casa onde o João viveu é hoje o nº 34 porque a avenida tem agora mais casas. Na parte de dentro da porta ainda se conserva uma cruz de cana, pregada à pressa pelo João, já lá vão 60 anos, porque nessa noite o diabo ia andar à solta. E com uma Terra tão grande logo o diabo haveria de escolher a Salúquia.
A Salúquia não tem monumentos, nem igrejas, nem centro histórico. Não há circuitos turísticos, nem lojas de roupa cara. A Salúquia é um bairro com gente dentro. Todas as manhãs sou acordado pelos comentários de quem passa e de quem se encontra à esquina. As esquinas do bairro são a mais complexa e completa rede de informações do mundo. Casamentos, arrufos, traições, má-língua, acidentes e desgraças, doenças, tudo, mas mesmo tudo, é passado a pente fino em conversas rápidas. Na esquina seguinte, novo encontro e mais conversa. Uma vez, numa grande cidade do norte da Europa, os meus passos faziam eco na rua deserta, a meio da manhã. Foi o dia, em toda a minha vida, em que tive mais saudades da Salúquia.
A Salúquia é o reino das mulheres, e das batas de algodão vestidas pelas mulheres. É vê-las, às mulheres da Salúquia, caiando pela manhã, nas compras, nas idas à loja do Joaquim Romão, tomando conta dos netos. É vê-las, às mulheres da Salúquia, de bata, conversando às esquinas.
Os cafés e as tabernas de ontem já não são os mesmos. Os donos já não são os mesmos mas a alma dos sítios não se perdeu. Num café que já não existe bebi o primeiro poejo, durante um Ajax-Juventus, em Maio de 1973, um poejo num copo minúsculo que durou quase até ao fim do jogo, sob o olhar atento do Francisco, que não permitiu a segunda rodada. Mas não era esse o sítio que mais curiosidade me causava. Havia outro, em plena Avenida, daqueles com porta à filme de cowboys, onde se entreviam um cartaz do grande Tony de Matos e outro do infalível Armando Soares, a olhar de lado, a olhar para o touro com cara de mau, espera aí que já vais saber o que é uma manoletina e um passe de peito. Dessa taberna eu gostava mais, mas uma venda não era sítio para rapazes.
O resto da alma da Salúquia está na rua, que é tomada todas as noites de Verão pelos habitantes. Cadeiras à porta e completa-se então a conversa que se deixou a meio há umas horas. Os condutores de fora não percebem que as ruas não lhes pertencem e enfurecem-se contra a Salúquia. E quem lá mora vinga-se, desafiando os carros como Armando Soares desafiava as feras e olhando para os condutores como se eles fossem invisíveis.
São todas essas pequenas coisas que fazem a beleza de uma bairro. Os putos a cirandarem, os sons, as mulheres, a loja do Joaquim Romão, as pessoas que usam a rua como se ela fosse, e é, o prolongamento da casa. São coisas que há noutros bairros, dir-se-á. Talvez, mas o meu bairro é a Salúquia.
Há um poema célebre que termina com “o rio da minha aldeia não faz pensar em nada./ Quem está ao pé dele está só ao pé dele”. É essa a beleza do meu bairro, aquele sítio chamado Salúquia e onde a primeira casa da família foi construída, por volta de 1925. Oitenta anos, cinco gerações e três casas depois, continuamos na Salúquia.
Texto publicado no jornal A Planície em 1 de Outubro de 2004.
Fachada do nº 34 da Avenida da Salúquia, no dia 22 de Abril de 2009.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
ALBERTO JANES
terça-feira, 21 de abril de 2009
PLANO SEQUÊNCIA - II
A sede do mal é um portento de perversão e não podia começar melhor. Sombras na noite, um carro que ziguezagueia pelas ruas, um casal apaixonado, nós sabendo de antemão o que vai acontecer. Tudo devidamente acompanhado pelo movimento de uma grua. E por um dos mais explosivos beijos da história do cinema.
Veja-se uma listagem, não exaustiva, em:
http://www.dailyfilmdose.com/2007/05/long-take.html
PLANO SEQUÊNCIA - I
segunda-feira, 20 de abril de 2009
CENTRAL DA AMARELEJA - TEXTO COMPLETO
A Central Solar Fotovoltaica de Amareleja vai produzir, durante os próximos 25 anos, 93 gigawatts/hora de energia por ano.
Lusa
17:31 Segunda-feira, 20 de Abr de 2009
Da alvorada ao poente, 2.520 seguidores solares, com 104 painéis fotovoltaicos cada um, "perseguem" e "alimentam-se" do Sol que irradia a vila alentejana de Amareleja (Moura), para produzir energia "limpa" através da maior central solar do mundo
Com uma capacidade total instalada de 46,41 megawatts (MW), a Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, propriedade da empresa espanhola Acciona, líder mundial de energias renováveis, "salpica" de azul 250 hectares perto da "terra mais quente de Portugal", devido aos recordes de temperatura máxima no Verão.
A qualidade e a quantidade da radiação solar na zona da Amareleja, aliadas à "disponibilidade de terreno", levaram a Acciona a "apostar" e a investir 261 milhões de euros num projecto idealizado há seis anos pelo "sonho renovável" do presidente da Câmara de Moura, José Maria Pós-de-mina.
A funcionar em pleno há quase quatro meses, a central vai produzir, durante os próximos 25 anos, 93 gigawatts/hora (GWh) de energia por ano, precisou à Lusa Francisco Aleixo, director-geral da Amper Central Solar, empresa que instalou e gere a central e propriedade da Acciona.
Uma produção suficiente para abastecer 35 mil habitações e poupar cerca de 90 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa (CO2).
A central, que durante a fase de instalação empregou temporariamente 220 trabalhadores, vai criar cerca de 15 postos de trabalho permanentes, a maioria nos serviços de manutenção, disse Francisco Aleixo.
O projecto, acrescentou, engloba ainda uma fábrica de produção de painéis fotovoltaicos, também propriedade da Acciona e a funcionar em Moura e que deverá criar "100 a 110" postos de trabalho directos.
Por outro lado, lembrou Francisco Aleixo, a Acciona, quando adquiriu a Amper, criada pela Câmara de Moura para construir e gerir a central, disponibilizou dois fundos para a autarquia.
Um deles, no valor de três milhões de euros, será para o arranque do Tecnopólo de Moura, dedicado à investigação e à criação de empresas do sector das energias renováveis, e o outro, de 500 mil euros, destina-se à construção de infra-estruturas sociais no concelho.
A central, que anda nas "bocas do mundo" por ser a maior, tem também um carácter "didáctico" e é uma "montra" do "potencial" da tecnologia fotovoltaica, que, apesar de ainda não estar "completamente madura", "já está muito evoluída", disse Francisco Aleixo.
Uma tecnologia que, salientou, pode ser usada para produzir energia através de grandes e de minis centrais e de microgeração, um novo regime que permite aos consumidores produzirem electricidade a partir das suas casas ou edifícios e através de micro sistemas tecnológicos de energias renováveis.
Além da central de Amareleja, no distrito de Beja, que tem a maior potência fotovoltaica licenciada em Portugal, existem outras sete centrais, três no concelho de Ferreira do Alentejo, duas no de Mértola, uma no de Serpa e outra no de Almodôvar.
35.000 FAMÍLIAS PORTUGUESAS e mais duas ou três coisas
Central fotovoltaica da Amareleja já produz o suficiente para abastecer 35 mil famílias portuguesas
20.04.2009
Fonte: Lusa
Da alvorada ao poente, 2.520 seguidores solares, com 104 painéis fotovoltaicos cada um, «perseguem» e «alimentam-se» do Sol que irradia a vila alentejana de Amareleja (Moura), para produzir energia «limpa» em Portugal.
VIVA O ATLÉTICO!
O MAC tem site - http://www.mouraatleticoclube.web.pt/ -, que também inclui o hino do clube.
INTERMEZZO
sábado, 18 de abril de 2009
JOSÉ MANUEL RODRIGUES
Como esses trompe l'oeil de um muro, que parece um lago, e de uma árvore, que parece um golpe na paisagem, não estão disponíveis aqui ficam três fotografias conhecidas do José Manuel.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
A LEI DO SILÊNCIO
UM NOVO PAVILHÃO NAS CANCELINHAS (AMARELEJA)
O projecto dos arquitectos Victor Mestre e Sofia Aleixo tira partido das potencialidades da energia solar e criam um espaço que, para além de garantir várias funcionalidades, pode abrir (ou não) por completo ao exterior, consoante as necessidades, e tendo até em conta as condições atmosféricas.
O ar arrojado do projecto está de acordo com o toque futurista que a central fotovoltaica veio conferir à paisagem da freguesia.
O projecto para o Pavilhão Multiusos das Cancelinhas está concluído. Falta o financiamento. Que terá de ser conseguido, para que o projecto seja concretizado. E vai sê-lo.
Dizia um treinador de Derby County (sim, é um clube de futebol) que o drible que não resulta em golo é um drible inútil. Mutatis mutandis, todo o projecto que é feito tem de ser realizado na prática. Caso contrário, serve para quê?
quinta-feira, 16 de abril de 2009
UMA FRASE INTEMPORAL
NINGUÉM É OBRIGADO A GOSTAR DE MOURA
Ninguém é obrigado a gostar de Moura. Mas é estranho que o representante do Partido Socialista naquele debate – e que é membro da Comissão Política Concelhia do PS de Moura – ponha em causa o interesse patrimonial do Edifício dos Quartéis, a sua classificação e as obras que ali estão a ser concretizadas (estas frases estão gravadas).
Comecemos pelo interesse patrimonial. Dizer-se, como disse o representante do Partido Socialista de Moura, que os Quartéis têm pouco interesse é, no mínimo, ofensivo. Duplamente ofensivo. Primeiro, porque o Partido Socialista, enquanto foi maioritário na Câmara, nunca desenvolveu qualquer iniciativa de recuperação do edifício. Depois, porque a afirmação revela pouco interesse e pouco respeito por uma das mais belas peças arquitectónicas do nosso concelho. As pessoas não são obrigadas a ter conhecimentos ou interesse pelo património cultural. Nem são obrigadas a gostar de Moura. Mas seria aconselhável um pouco mais de comedimento. Até porque os Quartéis de Moura são uma peça rara no contexto da arquitectura militar do século XVIII (há mais dois ou três exemplares deste género no nosso país) e a sua pureza de linhas e o seu equilíbrio formal fazem deles uma peça de referência em qualquer tratado de arquitectura vernacular.
Em segundo lugar, o representante do Partido Socialista de Moura pôs em causa o interesse da classificação do Edifício dos Quartéis (isto também está gravado). Clarifiquemos dois pontos: em primeiro lugar, os Quartéis estão classificados como imóvel de interesse público desde 1967 (não se trata, portanto, de uma “invenção” recente); em segundo lugar, a recuperação dos Quartéis é uma obrigação de qualquer Câmara de Moura digna desse nome. Pela parte que me toca, sinto, e enquanto mourense, um enorme orgulho em pertencer ao executivo camarário que está a promover a reabilitação do edifício. Gostaria de ter visto o Partido Socialista de Moura a fazer algo semelhante em tempos passados. Infelizmente, tal não sucedeu.
Ninguém é obrigado a gostar de Moura. Mas Moura, e a Salúquia, são a minha Pátria. Sinto, por isso, cada um dos seus edifícios como se fosse meu. Teria vergonha de, um dia mais tarde, olhar para trás e constatar que nada tinha feito pelo património da minha cidade. É por isso um absurdo que alguém venha dizer para um debate que seria preferível ter começado pelo parque de estacionamento para se fazer depois a recuperação do edifício. Não é assim que as coisas se fazem e não será esse o procedimento: recuperaremos primeiro o edifício (e a obra ronda os 800.000 euros) e depois a área envolvente. E não pararemos enquanto este processo não estiver concluído.
O representante do Partido Socialista de Moura naquele debate não é obrigado a gostar de Moura. Mas tem a obrigação de ter respeito pelos mourenses. Que somos nós.
Fotografia algures na Nova Caledónia. O fotógrafo é Yann Arthus-Bertrand (n. 1946). O site do fotógrafo é uma experiência única: http://www.yannarthusbertrand.org/
Yann Arthus-Bertrand nasceu no seio de uma família de joalheiros. Às vezes ser rico deve dar um certo jeito...
quarta-feira, 15 de abril de 2009
HANDEL - 250 ANOS DEPOIS
George Frideric Handel (1685–1759) viveu sobretudo em Inglaterra, embora tenha nascido em Halle (Alemanha). A sexta ópera que compôs - de entre um lote de cerca de cinco dezenas - foi Agrippina, em 1709. Esta peça dos seus tempos de juventude é, ainda hoje, uma das suas óperas mais representadas. Em jeito de homenagem aqui fica a ária Ogni vento, pela soprano Véronique Gens (abençoado youtube!).
Uma nova encenação de Agrippina vai ser apresentada, no próximo dia 17 (20 h.), no Teatro Nacional de S. Carlos.
Colocado ontem no blogue e aparecido apenas hoje. Alguém me explique porquê...
terça-feira, 14 de abril de 2009
O PODER DO FUTEBOL
Pelé marcando um pouco vulgar golo, em 1965. Já lá vão uns anos.
PORTUGAL, O MEDITERRÂNEO E O ATLÂNTICO - II
Olival nas imediações de Moura (fotografia de Orlando Fialho). A oliveira (olea europea L.) é, por excelência, a árvore do Mediterrâneo. Atenas recebeu o nome da deusa Atena, por causa de um concurso em que a oliveira foi usada como argumento decisivo. Mais poético que os reality-shows da actualidade.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
A ESQUERDA EM LISBOA
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Quando a coligação desapareceu, fora-se também o élan do PCP e da CDU como força maioritária na cidade.
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Agora, e perante o risco de um Presidente Santana, a esquerda toca de novo a rebate - http://www.petitiononline.com/porlx/petition.html - e procura uma coligação abrangente, incluindo PS, PCP e o BE.
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domingo, 12 de abril de 2009
UMA INVESTIGADORA ESTÉE LAUDER
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O que é uma investigadora Estée Lauder? É aquela que, tal como os perfumes, apenas vai às cidades chiques: Paris, Londres, Washington, Zurique...
Já agora, a informação que fez passar sobre o metro do Cairo (uma cidade perigosa, diz M.F.M., mas não explica porquê) é factualmente errada. Não há carruagens para homens e outras para senhoras. Há, sim, uma carruagem na parte da frente dos combóios para as senhoras que não desejam entrar nas outras, que são "mistas". Será que foi ao metro do Cairo ou contaram-lhe a história?
PORTUGAL, O MEDITERRÂNEO E O ATLÂNTICO
quinta-feira, 9 de abril de 2009
ENTRE NÁPOLES E O CAIRO
E ao Cairo regressarei um dia, talvez para sempre. Espero poder resolver melhor a dúvida que Jacques Berque expressa, no notável Mémoires des deux rives, quando confessa, durante um regresso ao Cairo (e atrevo-me a traduzir) "Pergunto-me, para minha grande surpresa, se não seria aqui que eu me deveria radicar até ao fim dos meus dias..."
Do Borgo Santa Lucia a Zamalek a distância é mais curta do que parece.
Enrico Caruso (1873-1921) foi um grande tenor italiano. Jacques Berque (1910-1995) foi um académico francês, cuja carreira se centrou, em grande parte, no estudo do Magrebe.
MUSEU DE ARQUEOLOGIA
O elenco de El Dorado preparando-se para elaborar um relatório sobre o futuro do Museu de Arqueologia.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
UMA CURA PARA TODOS OS MALES
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.
António Gedeão
ALAIN OULMAN
A sua ligação artística a Amália Rodrigues data dos inícios da década de 60. Foi com ele que a grande cantora se tornou ainda maior, incluindo no repertório poetas como David Mourão-Ferreira, José Régio, Alexandre O’Neill, Manuel Alegre ou mesmo Luís de Camões.
Lutou contra o fascismo, foi preso e expulso para França. A sua biografia é expressamente referida do site do Partido Comunista Português, o que nos deixa poucas dúvidas sobre as ligações que tinha. Coerente e corajoso, foi dos poucos que saiu em defesa de Amália Rodrigues, quando sobre ela, logo a seguir ao 25 de Abril, quiseram fazer cair a infâmia de ter pertencido à PIDE.
Alguns dos mais célebres fados de Amália têm a sua música: recordemos Gaivota, Com que voz, Madrugada de Alfama, Fado português, Havemos de ir a Viana, Meu amor, meu amor, Povo que lavas no rio ou Abandono (também conhecido como Fado Peniche). Curiosamente, os fados de Oulman não eram especialmente apreciados pelos músicos de Amália que os intitulavam, de forma pouco respeitosa, “as óperas”…