segunda-feira, 31 de julho de 2017

NEBLINA

 DANS LE BROUILLARD

Comme c’est étrange de marcher dans le brouillard !
Solitaire est chaque buisson, chaque pierre,
Aucun arbre n’aperçoit son voisin,
Chacun est bien seul.

Le monde était pour moi plein d’amis
Quand ma vie se déroulait dans la lumière ;
Maintenant que le brouillard est tombé,
Je ne distingue plus aucun d’eux.

En vérité, personne n’atteindra la sagesse
S’il ne connaît aussi les ténèbres
Qui, en silence, inexorablement,
Le séparent de toute chose.

Comme c’est étrange de marcher dans le brouillard !
La vie tout entière est solitude
Nul ne connaît son prochain
Chacun est bien seul.



A luz da tarde era meio ilusória. No meio do sol fez-se neblina.
Na aldeia da Estrela, ontem (20:25).
Poema, já antigo, de Hermann Hesse (1877-1962).

QUESTÕES DA ÁGUA, EM ALVITO

Termina um mês e já assoma o seguinte. Dia 4 é tempo, ainda antes da Festa de Santo Amador, de rumar a Alvito. As habitações do período islâmico e a hidráulica nesse período será o tema que deverei abordar. Um convite simpático do Prof. Jorge Gaspar, dando seguimento a uma colaboração recente, entre um Fórum 21 e o livro da Amareleja, que está quase quase.

Vou, aos poucos, entrando na minha "outra vida".

Punch-line: participa como conferencista o Prof. Artur Anselmo. Recordo-me de, nas tardes de domingo (1970 ou 1971), fazer comentários de política internacional na televisão. Agora integramos a mesma iniciativa. Sentir o tempo passar é isto.

sábado, 29 de julho de 2017

TIBORNA

Isto não é uma publirreportagem... Apenas e só o registo de um novo sítio no concelho de Moura. Fui lá na inauguração. Regressei mais três ou quatro vezes. Sempre em registos diferentes. Desde a simples mini a um jantar. O conceito taberna & tapas é interessante e funciona. Voltei ontem para um inesperado cirandar de tapas à base de mexilhões. A cozinha é excelente e o ambiente easygoing.

A TIBORNA fica em Santo Amador (Rua do Poço, 2).


Seg - Sex: 07:00 - 11:00
Sex: 18:00 - 23:45
Sáb - Dom: 07:00 - 23:45

Telefone 
+351 285894210

sexta-feira, 28 de julho de 2017

750.000


Prontos, foi hoje. Ou mais ou menos hoje, que isto do contador tem que se lhe diga...

quinta-feira, 27 de julho de 2017

NOCHE

Cirio, candil, 
farol y luciérnaga. 

La constelación 
de la saeta. 

Ventanitas de oro 
tiemblan, 
y en la aurora se mecen 
cruces superpuestas. 

Cirio, candil, 
farol y luciérnaga.


Um curto e bonito poema de Federico García Lorca. A noite dita de outra maneira.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

RIO GRANDE

“Sometimes I stand on the river bank
and feel the water take my pain,
allow my nostalgic brooding
a reprieve.
The water flows south,
constantly redrafting its story
which is my story,
rising and lowering with glimmering meanings—
here nations drown their stupid babbling,
bragging senators are mere geese droppings in the mud,
radicals and conservatives are stands of island grass,
and the water flows on,
cleansing, baptizing Muslims, Jews and Christians alike.
I yearn to move past these days of hate and racism.
That is why this Rio Grande,
these trees and sage bushes
the geese, horses, dogs and river stones
are so important to me—
with them
I go on altering my reptilian self,
reaching higher notes of being
on my trombone heart,
pulsing out into the universe, my music
according to the leaf’s music sheet,
working, with a vague indulgence toward a song
called
we the people.”


Chegada pela manhã à Câmara Municipal. Abro o computador e, por acaso, abro na pasta das fotografias do Novo México. Escolhi esta, das margens do Rio Grande. Só recordo a zona de estacionamento, o esplendor da paisagem e o pintas que me questionou "you've a very funny accent, man! where are you from?...". Milagre, sabia onde fica Portugal.

Texto de Jimmy Santiago Baca (n. 1952), um poeta de Santa Fé.

UM VALOR SEGURO

Há coisas assim. O Correio da Manhã é um valor seguro nos domínios da falta de ética e de escrúpulos. Podemos, naturalmente, discutir os modelos de financiamento das autarquias. Ou deles discordar. Mas aquele SACAM é todo um programa.


terça-feira, 25 de julho de 2017

O DIA DE SANTIAGO / 2017

Vai ser assim.

Há dias mais descontraídos, decerto. Mas este é, sobretudo, necessário.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

INSTAGRAM

Ando pelo instagram há um ano. Só lá coloco fotografias feitas com o iPhone. E só de vez em quando. O sucesso é mais que moderado e vem sobretudo de um pequeno e simpático grupo de seguidores. As fotografias mais vistas nem me parecem as melhores, mas estas coisas são assim...

As mais são a cores, as menos (quase sempre radicais) são a preto e branco.


TOP MAIS

53 - 18.5.2017 (Mértola)

43 - 12.4.2017 (Moura)

41 - 2.12.2016 (Moura)



TOP MENOS

4 - 29.1.2017 (Buraca)

4 - 7.4.2017 (Barrancos)

5 - 29.1.2017 (Lisboa - Palácio do Marquês de Pombal)

O COZINHEIRO VAI NU

Tinha ganho 120 euros no euromilhões. Decidi que os gastaria num daqueles restaurantes. Menu degustação a 60 por cabeça. OK, vamos a isto.

A sala era imaculadamente branca. O serviço algo lento e, no que toca à explicação dos vinhos, atabalhoado e algo incompetente. Nem a velha amiga com quem partilhei a refeição nem eu somos moços complicados. Por aí não houve problema. Da comida quase não guardo memória. Havia uma curiosidade chamada estendal do bairro, engraçada mas não mais que isso. Os cubinhos de porco preto estavam mal passados (abomino carne de porco mal passada) e alguns dos micro-pratos vieram frios para a mesa. Como pouco (quase aquilo que se designa de pisco), mas as porções eram ridiculamente pequenas. Voltarei lá? Não, mesmo que volte a ganhar dinheiro no euromilhões.

O restaurante ganhou agora num revista o título de melhor do mundo. Gostaria de saber como e porquê. Poderia mandar à revista uma série de pequenos restaurantes por este sul fora,onde voltarei uma vez e outra. Há um, aqui em Moura, que faz uma açorda incomparável (nem mesmo as de casa se aproximam). Mas é melhor não dizer nada, antes que os segredos se saibam.


sexta-feira, 21 de julho de 2017

MNEMÓNICO

O Dia da Memória foi ontem. Passagem por obras e por sítios importantes para a preservação da nossa memória coletiva. Não há futuro sem a valorização dessa memória. É importante também perspetivar novas obras e novos caminhos. É isso que se faz, sem corta-fitas nem carnavaladas em cima das eleições.

Reabilitação da igreja de Safara - fim à vista

Reabilitação de uma casa na Mouraria:
a função habitacional como opção primeira nos bairros históricos

Reabilitação do Pátio dos Rolins:
a função habitacional como opção primeira nos bairros históricos

Pátios dos Rolins - placa comemorativa

Novas iniciativas:
Casa da Juventude no antigo bar do castelo.
5000 anos de mineração no concelho de Moura.
Moura imaginada - projetos não concretizados

Lançamento do livro

Fábio Moreira (fotografia) e Joaquim Oliveira Caetano (texto)

Edifício dos Quartéis - placa comemorativa

Visita ao Bairro do Carmo - concurso para a obra a decorrer
525.000 € de investimento

Visita ao Bairro do Carmo - confiança no futuro
A obra arrancará no próximo outono

Bairro da Mouraria - placa dos prémios
atribuidos a esta intervenção 

Casa dos Poços - inauguração

UMA PONTE PERTO E LONGE DEMAIS

Perto para os ligeiros, longe para os pesados. Não há alternativa e a ponte tem mesmo de fechar para estes últimos até meados de setembro. Uma intervenção de reforço de estrutura que custa mais de 200.000 euros. A Ponte do Coronheiro, mesmo à saída de Moura, verá a sua vida prolongada e passará a permitir, em condições de segurança, a circulação de peões.

Mais uma obra com comparticipação comunitária. Mais uma etapa que é vencida, mais um momento importante neste percurso.


quinta-feira, 20 de julho de 2017

O CEU FEÉRICO DA AMARELEJA

A austeridade impera. No centro há alguns palacetes, das famílias mais ricas da Amareleja. As casas são simples. Um pouco menos simples e um pouco menos austeras, nos dias de hoje. Mas antes eram quase todas iguais. Fachada com porta e uma ou duas janelas, num primeiro jogo de simetria. Corredor, quartos de um lado e do outro, cozinha, quintal ao fundo. Taipa e caniço, telha mourisca. Cal por toda a parte.

(Excerto de um texto a publicar, dentro de semanas, num livro sobre a Amareleja)

Fachada na Rua Nova de Barrancos, hoje (10:54)

quarta-feira, 19 de julho de 2017

MOURA IMAGINADA

Tentei, durante alguns anos, levar a cabo este projeto. Dei-lhe o nome, um tanto cabalístico, de A CIDADE QUE NUNCA EXISTIU. Depois vieram muitas outras coisas e acabei por não conseguir avançar. De que se tratava? De mostrar os projetos, de urbanismo e de arquitetura, que não tinham sido concretizados. Ou seja, a existência de uma cidade fantasma, que ficara para lá da realidade, deveria ser explicada e traduzida para todos.

Eis que surge o arq. João Catarrunas propondo-se auxiliar-me neste projeto. Ou seja, seria meu assistente. Não pensei duas vezes. Passei-lhe o projeto, que ele desenvolve agora de forma autónoma. Em setembro haverá exposição. Do ponto de vista técnico serei apenas o anfitrião. Todo o trabalho de investigação e de construção do projeto pertencem ao meu amigo João.

Arranjo paisagístico (nunca concretizado) do
Castelo de Moura (c. 1980)

terça-feira, 18 de julho de 2017

KIM IL-SUNG REVISITADO

Recebi, há dias, esta extraordinária proposta. Uma empresa apresentou à Câmara de Moura um modelo de caderno para ser distribuído aos estudantes do concelho. Na capa constaria a referência à oferta e uma foto tipo-passe do presidente. Nem mais nem menos. É assim que se corta na despesa. A proposta foi direitinha para o arquivo.


ATERRANDO...

Festas, iniciativas camarárias, livro da Amareleja, Dia da Memória, lançamento de empreitadas etc. Algo teria de ficar para trás. Ficou o blogue... 1, 2, 3, 5, 8, 13, 14, 15, 16, demasiadas falhas de uma só vez. Nada acontece por acaso.

Retome-se o caminho, avenida acima.


HORIZONTE

HORIZONTE

En una tarde clara y amplia como el hastío,
cuando su lanza blande el tórrido verano,
copiaban el fantasma de un grave sueño mío
mil sombras en teoría, enhiestas sobre el llano.

La gloria del ocaso era un purpúreo espejo,
era un cristal de llamas, que al infinito viejo
iba arrojando el grave soñar en la llanura...
Y yo sentí la espuela sonora de mi paso
repercutir lejana en el sangriento ocaso,
y más allá, la alegre canción de un alba pura.

Antonio Machado veio em meu auxílio. Aproxima-se a linha do horizonte. Mais dois meses  e meio e este percurso  autárquico está encerrado. O texto evoca-me Golden Gate, uma fotografia de Richard Misrach (ou vice-versa). Não quero pensar em leituras maliciosas. Basta-me um qualquer quiet gate... 


segunda-feira, 17 de julho de 2017

DIA DA MEMÓRIA - 20.7.2017

Valorizar o passado e perspetivar o futuro.

É essa a finalidade do DIA DA MEMÓRIA, que terá lugar na próxima quinta-feira. O programa segue mais abaixo. Fecham-se dossiês (Pátio dos Rolins, igreja de Safara...) e iniciam-se outros. Sublinha-se, em particular, a importância do passado desta nossa terra. Um momento especial será o da apresentação do livro do Joaquim Oliveira Caetano. Um estudo de elevada qualidade, que valoriza ainda mais a igreja do Espírito Santo.



quarta-feira, 12 de julho de 2017

CASA DOS POÇOS

Os bocais de poço em exposição nesta casa têm origem nos do período islâmico. Dois deles pertenciam a habitações e foram encontrados no local de utilização. O outro foi encontrado durante a realização de trabalhos arqueológicos. Os motivos decorativos deste último, de tradição antiga (alguns são semelhantes aos que encontramos em peças dos séculos IV-III a.C.) foram gravados com uma estampilha de madeira.
Estes três bocais datam dos séculos XIV-XV. Tratam-se, provavelmente, de peças de fabrico local. Podem também ser provenientes de olarias andaluzas. A importação de cerâmica era comum neste período. Foram encontrados em Moura materiais de fabrico granadino e valenciano, com datação entre os séculos XII e XIV.

Há paralelos conhecidos para os poços de Moura em Córdova, em Sevilha e num museu em Buenos Aires.





O texto que acima reproduzi é um dos que integra os painéis da Casa dos Poços (projeto desenvolvido conjuntamente com as colegas Marisa Bacalhau e Vanessa Gaspar). Inaugura dia 20, à noite. Para tirar partido da luz da Mouraria e da iluminação do sítio.

Projeto - arq. Nuno Moquenco.