De que se trata afinal? De criar um "pólo turístico de qualidade" (veja-se o artigo 2 do regulamento - objetivos). A Câmara Municipal fez o que lhe competia, criando condições para o investimento. Com a aprovação do plano, na Assembleia Municipal da passada quarta-feira, fica aberto o caminho. Continuaremos, como é natural, a acompanhar este processo. Registo mais este passo dado. E que aditarei ao balanço de meio do mandato.
domingo, 31 de julho de 2011
T 13 MOURA-ARDILA (HOMENAGEM A ERIC SATIE)
De que se trata afinal? De criar um "pólo turístico de qualidade" (veja-se o artigo 2 do regulamento - objetivos). A Câmara Municipal fez o que lhe competia, criando condições para o investimento. Com a aprovação do plano, na Assembleia Municipal da passada quarta-feira, fica aberto o caminho. Continuaremos, como é natural, a acompanhar este processo. Registo mais este passo dado. E que aditarei ao balanço de meio do mandato.
sábado, 30 de julho de 2011
BENCHLEARNING POÉTICO
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
Site do fotógrafo: www.lachapellestudio.com
quinta-feira, 28 de julho de 2011
DE NOVO A ROMÃ
Volto agora ao tema. Por teimosia. Porquê a romã? A ideia foi-me sugerida por uma reportagem do Expresso, onde se aludia à existência de um bairro, junto a Tunis, chamado Rumman. Um dos habitantes do bairro teria explicado que a palavra quer dizer granada. É verdade, uma vez que romã se diz grenade (em francês) e granada (em espanhol). Mas é mais bonito dizer que rumman se diz em português romã. Mais simples e mais bonito, até porque a nossa língua é a única das latinas onde a palavra se diz exatamente como em árabe. E romã tem um som suave e redondo.
Romã é também uma palavra que está presente numa bonita moda alentejana:
Fui colher uma romã
Estava madura no ramo
Fui encontrar no jardim
Fui encontrar no jardim
Aquela mulher que eu amo
Aquela mulher que eu amo
Dei-lhe um aperto de mão
Estava madura no ramo
Estava madura no ramo
E o ramo caiu ao chão
"aquela mulher que eu amo / dei-lhe um aperto de mão" tem um toque de erotismo absurdo. Mas tudo é possível.
JOÃO SERRA: GUIMARÃES 2012
O Dr. João Serra foi meu professor de História Económica e Social (séc. XV-XVIII) na Faculdade de Letras de Lisboa, em 1983/84. Foi um dos melhores professores que tive naquela casa e conseguiu que me interessasse por uma matéria que, à partida, me merecia o mais completo desinteresse. Rigor científico, capacidade de comunicação e espírito crítico eram imagens que lhe associávamos. A sua relação com os alunos era marcada pela cordialidade, à qual dava um toque de fleuma britânica.
Encontrei-o em diversas ocasiões ao longo dos anos: em lançamentos de livros, num encontro em Monsaraz e, anos depois, como Chefe da Casa Civil do Pres. Jorge Sampaio. Facto que me permitiu estabelecer os contactos iniciais para uma visita do Presidente a Moura, em Abril de 2004. A última vez que nos cruzámos foi há poucas semanas, na Livraria Barata. Continuava afável e com vontade de passar pelo Alentejo. Nos próximos meses não deve ser...
Boa sorte, Dr. João Serra!
quarta-feira, 27 de julho de 2011
CALVICIUS E ARRUS
A lápide foi dedicada a um tal M.N. Calvicius e a seu filho, L.N. Arrus. Quem se encarregou da homenagem foi Aemilia Anulla, mulher de Calvicius e mãe de Arrus. É uma peça funerária e datará de meados do século I d.C.
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Trata-se da mais recente e relevante descoberta feita no Castelo de Moura. Recolhida no meio de um enchimento recente, esta extraordinária inscrição sobreviveu, incólume, durante quase dois mil anos.
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Os trabalhos de acompanhamento arqueológico do Posto de Receção ao Turista têm sido dirigidos pelo meu colega José Gonçalo Valente, a quem se deve o achado. A equipa habitual foi reforçada pela Vanessa Gaspar; a partir de segunda junto-me ao grupo. O shuttle Moura-Mértola intensifica-se. A escavação em Moura também.
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BALBÚRDIA NO BLOGGER
segunda-feira, 25 de julho de 2011
DIA MONÁSTICO
O dia monacal foi hoje, no Instituto Superior Técnico. Check and read-back, como nos aviões. Em quase silêncio e, seguramente, em isolamento. Conferir e comparar avaliações. Verificar as muitas solicitações de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento apresentadas à FCT. Como cada pedido é avaliado por dois membros do painel e andamos à procura do nosso par, aquilo é um desassossego de trocas de cadeiras e de lugares. O speed-dating deve ser assim, mas é mais interessante, de certeza.
No meio é sempre interessante reencontrar colegas e amigos. E, sobretudo, perceber quais são os interesses e motivações das novas gerações de investigadores. A tudo isso se consagrou o dia de clausura.
Desta vez não houve vinho ao almoço. Sinal dos tempos...
Site da FCT: http://alfa.fct.mctes.pt/
domingo, 24 de julho de 2011
ACROSS THE BRIDGE
Vi o filme na casa da Elisa e do Zé, quando estava em Moura a fazer a 4ª classe (1972/73). Lembro-me que não percebi grande coisa do filme, que o homem andava em bolandas, não podia ficar no México, nem regressar aos Estados Unidos. Há uma ponte que ele não pode cruzar e que lhe custará a existência que, afinal, roubara. Pequena "investigação policial" na net, que deu resultado quando escrevi border bridge movie. O filme chamava-se, afinal, Across the bridge e foi realizado por Ken Annakin em 1957. Ao ler, num site sobre cinema, uma breve sinopse, não pude deixar de sorrir. O argumento anda à volta de trocas de identidades e de um homem cuja existência é roubada por outro. Era tema que, aos 9 anos, muito dificilmente poderia entender. Não sabia na altura que o sofisticado argumento fora delineado por Graham Greene, a quem a ideia das duplas identidades era tão cara.
Não sabia isso, tal como não sabia que Graham Greene se tornaria um dos meus autores insubstituíveis dos tempos de adolescência. Aqui fica a única cena disponível de Across the bridge, dobrada em alemão e tudo...
sábado, 23 de julho de 2011
FESTAS DE SAFARA
OS NETOS DOS MEUS NETOS - UM TEXTO DE JOAQUIM GRAVE
No passado mês de Maio fui à Ovibeja, e um amigo meu, às tantas diz-me: "Pois é, Joaquim, no tempo dos netos dos nossos netos já não haverá corridas de toiros; é a tendência, não há nada a fazer"! A verdade é que fiquei a cismar nos argumentos escrimidos de parte a parte, espectáculo arcaico, espectáculo actual, sim, não, talvez... E aguçou-me o espírito que teima em ver nos toiros um espectáculo prenhe de valores contemporâneos.
Sem dúvida, a corrida de toiros não é moderna, como diz o meu amigo Francis Wolff, mas não porque não seja do nosso tempo; é ao contrário, o nosso tempo é que não está já na modernidade. A modernidade no sentido estrito, acabou no final dos anos oitenta do século passado, com a queda das ideologias, o fim do sonho no progresso e o esgotamento dos discursos dogmáticos das vanguardas artísticas (formalmente revolucionárias, politicamente redentoras).
Talvez o mais simólico tenha sido a queda do muro de Berlim (1989). De então para cá, vivemos o que alguns chamaram a pós modernidade ou contemporâneo e que se opõe ponto por ponto à modernidade.
Pode ser que a corrida de toiros não seja nem nunca tenha sido "moderna", mas é certo que encaixa perfeitamente no "contemporâneo", senão vejamos: o moderno está ligado ao progresso, à "velocidade", à industrialização sistemática (onde cabe a ganadaria de produção de carne intensiva); por sua vez, o contemporâneo e a corrida de toiros estão ligados à biodiversidade, à ganadaria extensiva de bravo, aos equilíbrios dos ecossistemas. A modernidade só via a salvação através da comunidade e da sociedade, no "tudo é política"; pelo contrário, o contemporâneo e a corrida renovam os valores do herói solitário (pensemos no culto contemporâneo aos êxitos singulares e aventureiros de qualquer tipo), com uma ética das virtudes individuais, o valor, a lealdade, o dom de si mesmo.
A modernidade queria esconder a morte (simples "não vida", da mesma forma que se diz invisual em vez de cego), reduzi-la ao silêncio do frio das casas mortuárias ou à mecânica funcional dos matadouros. O contemporâneo e a corrida de toiros por sua vez, reconhecem que a cerimónia da morte pode contribuir para dar sentido à vida mostrando-a conquistada a cada instante sobre a possibilidade mesma da sua negação.
A arte moderna glorificava a vanguarda social e declarava o fim da "representação", o pós moderno mistura o popular e o erudito - como na corrida de toiros - que é a mais sábia das artes populares.
A pós modernidade, longe de opor o homem ao animal como nos tempos modernos, pressente que não há humanidade sem uma parte de animalidade, sem um outro a quem medir-se, como se o homem - hoje ainda mais que ontem - só pudesse provar a sua humanidade na condição de saber vencer, nele e fora dele, a animalidade na sua forma mais alta, mais bela, mais poderosa, por exemplo a do toiro bravo.
Os toiros já não são somente a Festa Nacional de Espanha. Com isso, os espanhóis perderam um pouco mas ganharam muito. Os toiros converteram-se em parte integrante da cultura da Europa meridional e, inclusivamente, património mundial. No passado mês de Abril em França, a Festa dos Toiros foi declarada Património Cultural Imaterial. Se calhar não é por acaso que o lema desse velho país europeu é liberté, egalité et fraternité; claro que Portugal e, mesmo Espanha, vão beneficiar desse facto.
Não sei se com isto consegui tranquilizar o meu amigo e convencê-lo que os netos dos meus netos terão, provavelmente, oportunidade de desfrutar deste fascinante espectáculo. Eu cá estarei para ver e se, entretanto, morrer, não faz mal porque estarão os netos dos meus netos para me contar!
A revista Mais Alentejo está, também, no facebook:
http://pt-br.facebook.com/pages/Revista-Mais-Alentejo/111274562240700
sexta-feira, 22 de julho de 2011
NOR-WAY
A brutalidade de dois atentados veio sacudir a pacatez do país. Falou-se primeiro em terrorismo islâmico, depois a polícia norueguesa veio esclarecer que se trata, em princípio, de "um grupo antissistema".
O inverno chegou, este ano, demasiado cedo a Oslo.
GUADALETE
No ocidente, olhemos para Beja entre os século V e X. Sem decifrar a bela capital pacense e os campos à sua volta não entenderemos nada sobre este processo de mudança. E resistamos à tentação das leituras e interpretações facilitistas que colocam no mesmo plano o Alentejo desses dias e o de hoje, com divisões entre bons e maus, entre opressores e libertadores. O maniqueismo nunca foi bom conselheiro...
quinta-feira, 21 de julho de 2011
A SOMÁLIA, ÀS 13.31
quarta-feira, 20 de julho de 2011
DE BAGDADE A CÓRDOVA, PASSANDO POR LAVEIRAS
Pequena correção a quem isso possa interessar, e uma vez que o autor daquele texto até é licenciado em História:
O califado tem início apenas em 929 d.C. (316 H.), quando Abd al-Rahman III se proclama califa.
Regresso ao tema depois de amanhã, por causa da batalha de Guadalete.
DÊ-ME UM ABRAÇO
A Amizade é uma coisa séria. Há abraços de circunstância e aqueles de que não nos esquecemos. Há alguns de que não me esqueço, dados em momentos de celebração ou de reencontro ou em ocasiões difíceis. A proximidade física não é apenas física. Daí que abraçar um desconhecido me seja tão absurdo como tomar uma bebida com alguém de quem não gosto.
O dê-me um abraço é o sintoma da falta de afeto no dia-a-dia e o expoente máximo da solidão. E da irrealidade de alguns quotidianos.
LE BLÉ QUI EST DORÉ
A fotografia foi feita na primavera de 2008, em Qasr el-Hajj, a sul de Tripoli.
terça-feira, 19 de julho de 2011
DRESS CODE
Lembrei-me dessa repetida cena familiar muitos anos mais tarde, na Brown University, onde fora convidado a dar um par de conferências. O prof. Rolf Wynckes alertou-me, pouco à vontade: "espero que não se importe muito com a informalidade dos nossos alunos; o dress code é bastante descontraído". Nunca liguei muito a essas coisas, mas o dress code dos alunos de História da Brown era um pouco mais que informal: sapatilhas de enfiar no dedo, bermudas, t-shirts a precisarem de lavandaria e, la cerise sur le gâteau, um dos alunos levou uma bandeja com uma sandes e uma coca-cola para a aula. O pobre do Prof. Wynckes olhava-me, esgazeado, mas eu estava com uma imensa vontade de rir e só pensava "se eu pagasse 60.000 dólares de anuidade, acho que até vinha com um fato à Tarzan...".
Sempre houve um certo complexo à esquerda com as gravatas e com os laços. E com certas formalidades que são necessárias. E que não me parecem despropositadas. Deve ser a minha costela conservadora...
A Católica vem agora impôr regras aos seus alunos e professores. É um direito que assiste a uma instituição privada. Mas fico sempre com a desconfiança que este tipo de normas são sempre o primeiro passo para a padronização e para os fardamentos.
MÉRTOLA - MAIS UM REGRESSO
Ao longo da manhã fui ligando para Moura. Nessa pendulação aumentou a minha angústia. E comecei a contagem decrescente para dia 5 de Setembro, quando conto retomar os trabalhos arqueológicos no castelo.
A UN AMIGO QUE RETIRADO DE LA CORTE PASÓ SU EDAD
Dichoso tú, que alegre en tu cabaña,
Mozo y viejo espiraste la aura pura,
Y te sirven de cuna y sepultura,
De paja el techo, el suelo de espadaña.
En esa soledad que libre baña
Callado Sol con lumbre más segura,
La vida al día más espacio dura,
Y la hora sin voz te desengaña.
No cuentas por los Cónsules los años;
Hacen tu calendario tus cosechas;
Pisas todo tu mundo sin engaños.
De todo lo que ignoras te aprovechas;
Ni anhelas premios ni padeces daños,
Y te dilatas cuanto más te estrechas.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
AINDA ÉS DO TEMPO DAS LICENCIATURAS ANTES DE BOLONHA?
Deu-me vontade de mandar um mail a responder: sim, sou do tempo das licenciaturas pré-Bolonha. 4 anos de licenciatura, mais 4 de mestrado. Estes últimos, na Universidade Nova de Lisboa, foram decisivos para o resto da vida. Os seminários, com professores como José Mattoso, Iria Gonçalves, Luís Krus ou Oliveira Marques eram tudo menos um passeio. Um trabalho escrito por seminário, a desenvolver ao longo de um ano de investigação.
Isso acabou e mestrados assim fazem parte do passado. A formação é cada vez mais pico-pico-sarapico, tocando muito coisa e não aprofundando nada. Já aqui o disse em tempos, mesmo arriscando a ser classificado como um troglodita de viseira.
O anúncio da Lusófona é uma clara visão do mundo universitário. Não resisto a transcrever o artº. 3 de um dos regulamentos:
Os diplomados que tenham terminado as suas licenciaturas ao abrigo do sistema de graus anterior ao "Processo de Bolonha" e que tenham mais de 5 anos de experiência profissional relevante, poderão obter o grau de Mestre, na especialidade [uf!, suspiro eu], solicitando para esse efeito a creditação da formação adquirida na licenciatura, num mínimo de 80 ECTS, relativos à parte curricular do 2º ciclo (mestrado), e apresentando, em alternativa à dissertação, um relatório detalhado sobre a sua actividade profissional que será objecto de prova pública e que incluirá a discussão das experiências e competências adquiridas em contexto profissional.
Gosto, em particular, da "alternativa à dissertação" e da "discussão das experiências". Ou seja, abriram os saldos no mundo dos mestrados. O descaramento é total. E quem disser o contrário, como o autor deste blogue, não passa de um troglodita de viseira.
A quem possa interessar:
http://acesso.grupolusofona.pt/index.php/component/content/article/78/610-regulamento-pre-bolonha
domingo, 17 de julho de 2011
UNA GIORNATA PARTICOLARE
O que tem Um dia inesquecível de tão especial? A história, um argumento brilhante. Uma dona de casa fica sózinha num prédio enquanto toda a família vai vitoriar Hitler, que visita Roma nesse dia tão especial (8 de Abril de 1938). Só há outra pessoa no prédio, um jornalista que acabara de perder o trabalho. Inicia-se um flirt que só durará esse dia. O jornalista é homossexual e anti-fascista, mas acabará fazendo amor com aquela mulher muito bela, a quem a vida parece passar ao lado. O ambiente de Um dia inesquecível é claustrofóbico, com os sons da manifestação e das marchas militares em fundo. O jornalista acabará preso. A mulher volta à sua rotina.
A cena do terraço tem uma fortíssima e equívoca carga erótica:
sexta-feira, 15 de julho de 2011
DE COMO ME TORNEI MODELO FOTOGRÁFICO QUASE AOS 50 ANOS
FRANCISCO COSTA (LESICO)
É uma das pessoas mais queridas na cidade de Moura. O seu percurso artístico teve início há muitas décadas. Francisco Costa (ou Lésico, como é popularmente conhecido aqui no burgo) foi desenhador profissional. E pintor por vocação, talento e dedicação.
MARIA MAIA
Do site da Câmara Municipal de Castro Verde:
quinta-feira, 14 de julho de 2011
BREAKFAST AT CANTINHO
FESTA 2011
Para todos, praticantes e não-crentes (v. programa aqui).
quarta-feira, 13 de julho de 2011
TUNÍSIA X: O PORTO DE CARTAGO
terça-feira, 12 de julho de 2011
A POESIA NA ÁGUA CASTELLO
A MÚSICA NA ÁGUA CASTELLO
ÁGUA CASTELLO - NOVOS CAMINHOS
PAMPLONA
segunda-feira, 11 de julho de 2011
GEOGRAFIA FÍSICA: OS PÉS
Cuando no puedo mirar tu cara
miro tus pies.
Tus pies de hueso arqueado,
tus pequeños pies duros.
Yo se que to sostienen,
y que tu dulce peso sobre ellos se levanta.
Tu cintura y tus pechos,
la duplicada púrpura de tus pezones,
la caja de tus ojos que recien han volado,
tu ancha boca de fruta,
tu cabellera roja, pequeña torre mía.
Pero no amo tus pies
sino porque anduvieron sobre la tierra
y sobre el viento
y sobre el agua,
hasta que me encontraron.
domingo, 10 de julho de 2011
AINDA OS PRÉMIOS GAZETA
Se eu fosse o Prof. João Carlos Espada escreveria "o júri do Prémio Gazeta, depois de ter lido atentamente o meu blogue, resolveu distinguir blablabla". Mas não sou. Limito-me a registar a coincidência. E o facto de ser um leitor atento.
sábado, 9 de julho de 2011
NEWS OF THE WORLD
O News of the World, que terei comprado um par de vezes, era um saco de lixo em letra de forma. O seu encerramento, envolto num escândalo obsceno, é uma medida salutar mas sem grande futuro nem esperança. Outros tablóides florescerão. O sr. Murdoch se encarregará de tirar partido da situação.
SUDÃO DO SUL
O assunto desapareceu das páginas dos jornais e as referências na imprensa de hoje são insignificantes, e de muito menor impacto que o problema do palco no Optimus Alive.
É tema que, a partir dos grandes trabalhos fotográficos de George Rodger, desde há muito me interessa (v. aqui e aqui). Um dia se fará a História dos interesses que se moveram e da forma como se deixa que, à conta de interesses geoestratégicos, se deixa prolongar uma guerra durante mais de 50 anos. Nessa História caberá também um capítulo, decerto, para a narrativa da pilhagem dos recursos sudaneses. Que amanhã terá, tranquilamente, continuidade.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
FELICITAÇÕES 2: MANUEL JOSÉ
FELICITAÇÕES 1: CARLOS JÚLIO
AUPRÈS DE MON ARBRE
Daí que as palavras de Georges Brassens (1921-1981) façam todo o sentido:
Auprès de mon arbre
Je vivais heureux
J'aurais jamais dû
M'éloigner d' mon arbre
Auprès de mon arbre
Je vivais heureux
J'aurais jamais dû
Le quitter des yeux
Muitas vezes tenho pensado nestas palavras, muitas mesmo.
1. O primeiro minuto da gravação é um pouco pompier. Vale a pena esperar.
2. Por causa de uma música de Brassens quis uma vez ir à Porte des Lilas, ante o ar atónito do Bruno, que não percebia o que raio de interessante haveria na Porte des Lilas. Garanti-lhe que não tinha lá nenhuma "petite amie" mas nunca expliquei as verdadeiras razões.
3. Veja-se: http://www.georges-brassens.com/
quinta-feira, 7 de julho de 2011
ZAMBUJEIRO - 840 a.C.
A oliveira bravia é também designada como zambujeiro. Um nome curioso, de origem berbere. A palavra é ainda hoje usada no norte de África, embora não se aplique necessariamente ao domínio da flora: tenho uma amiga argelina a quem a mãe chamava "zambuj", dado o seu feitio rebelde; um facto que pude confirmar, em mais que uma ocasião.
O zambujeiro de Pirescouxe tem, na base, um perímetro de 10,15 metros. E data, mais ou menos de 840 a.C. Em rigor, é em muito anterior a Viriato. É que os jornais, em momento de inflamado lusitanismo, dizem que a árvore é contemporânea do célebre guerreiro. É verdade. Mas teria sido mais rigoroso dizer que o zambujeiro é da idade de Homero. Mais verdadeiro e mais poético.
DESAFIO
Fotografia (da autoria do meu camarada e amigo Rafael Rodrigues) feita nos dias em que, bem protegido - à minha direita, Paulo Macedo, atual ministro da Saúde; à minha esquerda, Fernando Nogueira, secretário-geral da Fundação Millenniumbcp -, pensava estar imune ao rating.
MATILDE MARÇAL
Os bodegones do grande pintor espanhol de origem extremenha têm aqui uma digna citação. E antes que o Joaquim Caetano diga que me vendi ao maneirismo, esclareço que o interesse em Zurbarán, ou em Josefa d'Óbidos, tem sobretudo a ver com leituras arqueológicas que os objetos representados permitem.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
QUIZZ ADEQUADO AO MOMENTO (solução)
Fácil, fácil, fácil: Raymond W. McDaniel, Jr., CEO da Moody's
Lê-se, entretanto, num despacho da AFP:
BERLIM, Alemanha — O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, declarou nesta quarta-feira que é preciso "romper o oligopólio das agências de classificação e limitar sua influência", um dia depois que a agência Moody's reduziu inesperadamente em quatro escalões a dívida de Portugal. "Não consigo ver o que há por trás desta valorização", declarou Schäuble, referindo-se à classificação da Moody's.
Para os alemães estarem tão interessados no minúsculo Portugal algo me diz que estão entalados com esta história. Digo eu, mas eu sou de História da Arte, não de Economia. Embora goste que me tratem por "Santiago" e não por "sr. professor".
CAMPO MAIOR: tic tac TOE
Durante uma semana a vila há-de ser um mar de cores. Este ano conto fazer a primeira incursão por essa celebração do Alto Alentejo. Depois da Festas de Santo Aleixo, bem entendido.
As Festas do Povo têm uma irregularidade salutar e pouco helvética. As últimas foram em 2004. Reata-se agora a iniciativa. De 27 de Agosto a 4 de Setembro.
HÁ COISAS QUE EU GOSTAVA DE PERCEBER
Teve um percurso de sucesso, obtendo reconhecimento generalizado por parte da crítica especializada;
Em 2007, o secretário de estado da cultura Mário Vieira de Carvalho resolveu dispensá-lo em nome de uma qualquer renovação;
A saída foi feia e, tanto quanto li, não houve sequência para o trabalho que estava a ser desenvolvido;
Paolo Pinamonti foi agora escolhido, de entre 27 candidatos, para dirigir a prestigiadíssima Zarzuela, de Madrid.
Há, de facto, coisas que eu gostava de perceber.
terça-feira, 5 de julho de 2011
QUIZZ ADEQUADO AO MOMENTO
Então aqui vai a pergunta:
Como se chama o indivíduo da fotografia e qual o lugar que ocupa?
Uma dica para facilitar: é ele quem manda em Portugal.
ACABAM AS GOLDEN SHARES, É A VEZ DO GOLDFINGER
Fica-se, sei lá porquê, com a ligeira sensação de que o nosso destino não está nas nossas mãos, mas algures lá longe, nos mercados.
Aqui fica um dos começos mais interessantes de um filme de James Bond. Com a voz de Shirley Bassey. Neste caso 007 contra Golfinger (1964). Que era o vilão que queria dar cabo do ouro guardado em Fort Knox, para depois manipular os mercados à vontade. Tem maningue Goldfingers nos nossos dias...