quarta-feira, 3 de julho de 2024

MEIO 2024

Três anos e três meses depois do meu início por estas bandas, foi este o estado das coisas no primeiro semestre de 2024 (com uma afluência de público a rondar os 85.000 visitantes).
Prevê-se um segundo semestre um pouco mais calmo. No final do ano, teremos, segundo a programação atual somado 40 iniciativas, uma média de uma cada nove dias.


22.1 – Iniciativa de homenagem das Embaixadas de França e da Alemanha de homenagem a Aristides de Sousa Mendes.

28.1 – 3º ciclo “Música no Panteão” – concerto por Pedro Santos.

19.2 – Início da gravação do programa “Visita Guiada”, difundido na RTP2 no dia 22.4.

25.2 – 3º ciclo “Música no Panteão” – concerto pelo Grupo Palazzo 1700.

10.3 – Encerramento da exposição “Modos de ver”: Alma de Lisboa, por Beatriz Lamanna.

14.3 – Exposição “Modos de ver”: Vanitas (MNAA).

14.3 – Inauguração da obra “Vanitas”, de Aryz (exposição na nave central).

15.3 – Gravação de videoclip da cantora iolanda, no âmbito do Festival Eurovisão 2024.

24.3 – 3º ciclo “Música no Panteão” – concerto Quarteto de Clarinetes de Lisboa.

27.3 – Colóquio “Escrevendo sobre a morte”, com Luís Afonso e Francisco Moita Flores.

14.4 – 3º ciclo “Música no Panteão” – concerto por Inês Cavalheiro.

18.4 – Celebração, em conjunto com o Mosteiro de São Vicente de Fora, do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.

20.4 – Dar Voz a Santa Engrácia – 10º. aniversário do cante alentejano como Património da Humanidade.

30.4 – Exposição documental “Aquilino Ribeiro e as suas paisagens literárias” (coro alto).

07.5 – Inauguração da exposição “Fausto Giaccone – o povo no Panteão” (sala de exposições temporárias).

19.5 – 3º ciclo “Música no Panteão” – concerto pelo Trio de António Carrilho

25.5 – Sessão de homenagem a Aquilino Ribeiro, promovida pelas Câmaras Municipais de Moimenta da Beira, de Paredes de Coura, de Sernancelhe e de Vila Nova de Paiva.

25.5. – Concerto pela Orquestra do Conservatório Regional de Música de Ferreirim.

28.5 – Apresentação do livro “Enquanto vamos sobrevivendo a esta doença fatal” (iniciativa promovida pela SERVILUSA).

05.6 – Apresentação os novos folhetos digitais do monumento.

08.6 – Geracante: 2ª. edição.

23.6 – 3º ciclo “Música no Panteão” – concerto

24.6 – Apresentação do livro “Sophia”, de José Manuel dos Santos (iniciativa conjunta com a Caixa Geral de Depósitos).

27.6 - Exposição "Panteão, um olhar", com a participação de alunos do Agrupamento de Escolas 4 de outubro.

27.6 - Exposição “Modos de ver”: Sardinhas no Panteão, iniciativa conjunta com a Lisboa Cultura.


terça-feira, 2 de julho de 2024

NOMES ÁRABES DE TERRAS ALENTEJANAS

Que nome tinham as terras da nossa região há 800 ou 900 anos? Como podemos saber isso? Que base temos para as informações? Já agora, que nomes se mantiveram e quais os que foram alterados? Um trabalho recente para a revista marroquina “Hesperis-Tamuda” deu-me ocasião para, a partir de fontes geográficas (ar-Razi, al-Idrisi, Ibn Hawqal), de algumas narrativas históricas (Ibn Idhari, Ibn Hayyan) e de trabalhos conhecidos de investigadores (Reinhardt Dozy, Cláudio Torres, Fernando Branco Correia, nomeadamente), tentar uma reconstituição das principais vias da região e de recapitular algumas hipóteses de trabalho.

Primeiro ponto, e repetindo um dado que faço sempre questão em recordar: Yelmaniah ou, pior..., al-Manijah não é Moura. Trata-se de um erro de interpretação, e de confusão criada há décadas, a partir do nome árabe de Juromenha: Julumaniah (o sítio surge mencionado, pelo menos, num texto de Ibn Arabi).

Depois, “vamos a contas”, em relação a um conjunto de pequenos sítios, e deixando de lado as mais que evidentes Baja > Beja e Yabura > Évora:

Moura – Trata-se do sítio mencionado nas fontes como Laqant, como parece evidente a partir dos materiais arqueológicos da Alta Idade Média (as estampilhas encontradas em Moura com o texto “Ecclesia Santa Maria Lacantensis”) e das referências nas fontes escritas que se reportam ao período emiral (séculos VIII-X). Que o nome se altere posteriormente não é caso único. Surge já como “Mura” num texto de Ibn al-Alfaradi. Essas mutações são admissíveis no contexto do que o malogrado Christophe Picard chamava “a renovação urbana”, que surge no final do emirado.

Serpa – Aqui o nome não muda mesmo. Era Shirba na época islâmica e assim se mantém, como Serpa, depois da Reconquista.

Pedrogão – Poderá ser, segundo a hipótese de Abdallah Khawli, o sítio de Riba Awtah (margem alta), junto ao Guadiana e perto de Beja, onde se travou a batalha de Ubadah Bitrushah. As palavras derivam do latim "oppidum petrosum (fortaleza pétrea) e poderão, os dois dados toponímicos, ser referência às margens do rio, naquela zona. A hipótese é plausível, até pela proximidade entre Petrosum > Bitrushah > Pedrogão.

Santo Aleixo (?) – É, com elevado grau de probabilidade, o sítio que corresponde às minas de prata de Totalica, referidas por ar-Razi. O nome vem da ribeira de Toutalga, ali bem perto. Pode também admitir-se que o topónimo não corresponda, em rigor, a um só local, mas sim a um território. Que se situaria, nesse caso, algures entre Santo Aleixo e Ficalho.

Monsaraz – É, sem dúvida, a Sharysh de al-Idrisi, que ficava junto ao Guadiana. Não só temos o microtopónimo Xarez/Xerez como a fortaleza de Monsaraz também tinha a sua torre de Salúquia (manteve-se, pelo menos, até ao século XV com esse nome: Fernão Lopes refere, na Crónica de D. João I, a porta da Çollorquia).

Cuncos – Corresponde, como demonstrou Fernando Branco Correia ao sítio de Fr(u)nksh, local referido no “Muqtbais II”. A confusão de leitura na letra inicial tem origem num erro de transcrição: as letras árabes a que correspondem os sons C e F são muito semelhantes graficamente. Uma simples falha na transcrição “transforma” essas letras. Daí a confusão, resolvida por aquele meu colega e amigo.

Alconchel – É, segundo, creio, o local que corresponde à alcaria de Ukasha, mencionado num dos périplos do al-Idrisi. Ou seja, a correspondência far-se-á lendo al-Ukasha > Alconchel.

O caminho faz-se caminhando. Ainda há poucos anos sítios como Laqant, Sharysh, Ubadah Bitrushah, Totalica, Ukasha, Fr(u)nksh estavam por resolver. Agora temos, pelos menos, explicações plausíveis. Que o tempo se encarregará de confirmar (ou não...).

Crónica em "A Planície".

A fotografia é do site do Hotel de Moura.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

HÁ SARDINHAS NO PANTEÃO!

Como surgiu a ideia? De uma forma simples. Fomos buscar a todas as sardinhas dos concursos promovidos pela EGEAC as que tinham como tema o Panteão, ou onde era dado destaque ao monumento. Assim chegámos a cerca de três dezenas de sardinhas. Não chega a ser um cabaz, mas é muita sardinha. E são bonitas, por sinal.

Até outubro, as sardinhas dão um outro modo de ver o monumento.