sábado, 31 de julho de 2021

GRANDE MARCHA DE LISBOA 2020 - com talento safarense

Vi o nome do autor da letra e pensei "olha, um homónimo do meu amigo Joaquim Isqueiro...". Passam os dias e, às tantas, constato "qual homónimo, qual quê, é mesmo ele!".

Facto: o meu patrício Joaquim Isqueiro, natural de Safara, escreveu uma bonita e imaginativa letra para a Grande Marcha de Lisboa de 2020 (música e voz de José Reza). A pandemia levou a parte festiva, mas a Marcha fica.


VIVA LA MUERTE!

Millán-Astray ficaria orgulhoso com algumas coisas que se estão a passar no Brasil. Depois do incêndio no Museu Nacional, foi agora a vez de parte da Cinemateca. Mais um desastre, anunciado há cerca de um ano (v. aqui). Aconteceu agora. Não há acasos. A direita cavernícola que hoje dirige aquele grande (em todos os sentidos) País promove e permite este apagamento da Memória e da Cultura. Talvez por aqui possamos aprender qualquer coisa...

sexta-feira, 30 de julho de 2021

MULHERES MECENAS - https://coloquiomulheresmecenas.dgpc.pt/

Por ocasião do V Centenário do Nascimento da Infanta D. Maria, Duquesa de Viseu e fundadora da primeira igreja de Santa Engrácia, o Artis - Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Panteão Nacional organizam o Colóquio Mulheres Mecenas, que se realiza nos dias 25 e 26 de novembro de 2021, no Palácio dos Marqueses do Lavradio (Campo de Santa Clara). A iniciativa conta com a parceria da Direção de História e Cultura Militar e da Biblioteca do Exército.

Ver - https://coloquiomulheresmecenas.dgpc.pt/




VALSA DA ÁGUA CASTELLO, POR ALFREDO KEIL

Isto foi escrito em 30 de julho de 2016, faz hoje 5 anos. A sessão de apresentação do CD foi muito pouco concorrida. Um facto que, na altura, constatei "sem ler". O tempo e a distância deram/dão outras interpretações a pequenos factos.

Em conclusão: esta tarefa é daquelas que voltaria a fazer. Esta e mais umas dezenas de outras. 






quinta-feira, 29 de julho de 2021

2.000.000 DE VISUALIZAÇÕES

Às 17:50 de hoje o blogue atingiu dois milhões de visualizações. Uma média diária superior a 400 visualizações. Nada mal, para um trabalho individualista e solitário.




PEDRO TAMEN (1934-2021)

Deixa-nos um excelente poeta. Discreto e sensível. Repito aqui um poema de Pedro Tamen, já publicado neste blogue:

A luz que vem das pedras
 
A luz que vem das pedras, do íntimo da pedra, 
tu a colhes, mulher, a distribuis 
tão generosa e à janela do mundo. 
O sal do mar percorre a tua língua; 
não são de mais em ti as coisas mais. 
Melhor que tudo, o voo dos insectos, 
o ritmo nocturno do girar dos bichos, 
a chave do momento em que começa o canto 
da ave ou da cigarra 
— a mão que tal comanda no mesmo gesto fere 
a corda do que em ti faz acordar 
os olhos densos de cada dia um só. 
Quem está salvando nesta respiração 
boca a boca real com o universo? 

A imagem desta cor de terracota esteve(-me) presente ao longo do dia.



quarta-feira, 28 de julho de 2021

CENSOS 2021 - A PERIFERIA DA PERIFERIA

O mapa dos Censos é de uma triste e límpida clareza. A zona raiana afunda-se e Portugal está inclinado para o litoral. O concelho de Moura perdeu 2.000 habitantes nos últimos 10 anos. Dos 29.106 de 1960 passou-se para os 13.267 de agora. Uma quebra de 54,5%.

Uma catástrofe que nos asfixia. Comentava-me há pouco um amigo "é o fim". Não é, mas andamos perto disso. Há uns 12 ou 13 anos, ouvi um responsável político falar no território do chamado "interior" aludindo à necessidade de se virem a sacrificar sítios e concelhos por serem irrecuperáveis. Assisti, arrepiado, à explicação dessa lógica de "eugenia espacial". Está mais perto do que se pensa... 

terça-feira, 27 de julho de 2021

CUMUNICASSÃO ZOOCIAL

Um jornal promove um "debate" sobre as autárquicas. Esqueceram-se de convidar o outro partido representado na Câmara Municipal.

Outro jornal recolhe as opiniões dos partidos na sequência de uma reunião com o INFARMED. "Esqueceram-se" de um partido. Qual? O mesmo que está representado na Câmara de Cascais.

E qual é esse partido? O Partido Comunista Português. O silenciamento é sistemático. Acho imensa graça é virem depois os da cumunicassão zoocial virem dar lições de moral... Oh, se acho! Devem estar a começar as palpitantes reportagens sobre o perigo público que é a Festa do Avante!...






PROTOCOLOS

Na ausência de trabalho e de iniciativas, marcam-se cerimónias, assinam-se protocolos, tiram-se fotografias, fazem-se declarações "vai ser, tá quase, tá garantido, agora é que é". Uns meses depois, repete-se a dose. Mais uns apertos de mão (agora são cotoveladas), mais umas fotografias, mais umas assinaturas, "está mesmo, mesmo quase" e mais umas promessas do que vai acontecer e das coisas extraordinárias que irão brotar. Um clássico da política em versão fraquinha.

Se uma coisa a vida me ensinou é que a prosápia é, por norma, inversamente proporcional à capacidade de realização. Muita conversa e pouca ação.

Os protocolos que por aí se assinam (há uma Câmara Municipal que tem a medalha de ouro na modalidade) devem ter o mesmo destino dos papéis nesta secretaria do Estado de Bihar (Índia), tal como Jan Banning a fotografou em 2003.

Site - https://www.janbanning.com/


segunda-feira, 26 de julho de 2021

SARDENHA CONNECTION

Agora que tanto se fala na Sardenha, lembrei-me dos paralelos que há entre os monumentos funerários sardos e os nossos. As cupas, em forma de meio cilindro, marcam a paisagem das necrópoles desta área do Mediterrâneo. Um facto que sempre me fascinou, o destas proximidades num mundo arcaico e com redes de comunicação que eram intensas, mas sem a velocidade das nossas.

Nunca fui à Sardenha. Mas irei. À minha custa.


domingo, 25 de julho de 2021

OTELO SARAIVA DE CARVALHO (1936-2021)

Nunca fui "otelista". O seu estilo incongruente e errático nunca me atraiu, tal como radicalismo por que enveredou sempre me causou arrepios.

Há coisas mais importantes que isso? Há, muito mais. Há o 25 de abril e tudo aquilo que devemos ao 25 de abril. Otelo teve aí um papel decisivo. Obrigado, Otelo, mil vezes obrigado.




UM MONUMENTO NO CORAÇÃO DE LISBOA

A campanha é de promoção do nosso turismo. Cerca de metade do clip tem o Panteão Nacional como protagonista. A escolha deixou-me contente e o resultado mais ainda. Um longo voo culminando no zimbório, de onde se tem a melhor perspetiva sobre a Lisboa oriental.

As imagens são inspiradoras, de facto. E lançam ideias para o futuro. De momento, interessa termos um monumento no coração da cidade.



sábado, 24 de julho de 2021

BISSAU EM VILA FRANCA DE XIRA

Foi, admito, um momento um pouco invulgar. A visita à exposição A família humana, organizada por um minucioso e conhecedor Jorge Calado, foi compensadora. O projeto deu um belíssimo resultado.

Ter lá uma fotografia é um privilégio muito especial. Pedi à Isabel para me fazer uma fotografia (enquanto tirei a máscara e sustive a respiração). Não tanto por se ver a imagem de Bissau, que o Jorge escolheu, mas por estar "ao lado" de Pierre Verger.

No Museu do Neo-Realismo, até 29 de maio de 2022.



sexta-feira, 23 de julho de 2021

AMÁLIA - 101

Início da manhã com uma visita da Fundação Amália Rodrigues. A fadista cumpriria hoje 101 anos.

A parte mais comovente é a dos anónimos que pedem para entrar só para colocar flores. Um ritual que não esmorece. E que hoje, uma vez mais, se está a repetir.


quinta-feira, 22 de julho de 2021

STARDUST MEMORIES N°. 55: O HOMEM, ESSE INVENTOR

Há muitos anos, mas muitos mesmo, que não me lembrava deste livrinho, publicado entre nós pelas Edições Salesianas. Não me lembro como foi parar lá a casa, mas sei que o li durante a minha 4ª. classe (1972/73). A edição original era de 1956 e o livro tinha alguns "arcaísmos", dos quais só me dei conta depois. E era escandalosamente parcial e italianíssimo, o que não é de estranhar sendo os seus autores daquele país: Dino S. Berretta e Roberto Costa.

Foi uma leitura estimulante e que me foi recordada agora, ao seguir os passos de um certo desenhador quinhentista, que bem merecia o título de Duarte Darmas, esse inventor...


UMA PARAGEM COM ESPERANÇA

A próxima paragem é sempre o futuro. Como neste inspirado cartaz da CARRIS. É essa, sempre, a nossa esperança.

No meio de uma semana mais tranquila dei comigo deitando contas à vida e aos 4 meses no novo local. E aos meses que virão: uma temporada de concertos a partir de outubro, uma exposição em fevereiro, outra em março, a edição de livros, a homenagem a Aristides de Sousa Mendes e mais alguns etc..

Quase a fechar o ciclo Duarte Darmas e da arquitetura do século XX está na altura de mudar de rumo. Sempre com esperança.


quarta-feira, 21 de julho de 2021

O DIREITO DOS MAIS RICOS À ESTRATOSFERA

E eis que leio isto no twitter:

Não vivemos num país livre quando não podemos pagar cuidados de saúde, habitação, cuidados infantis e temos de trabalhar até cair para o lado enquanto alguns malditos multimilionários nos pagam salários de miséria para poderem usufruir de uma viagem ao espaço financiada pelos contribuintes. Isso é uma série de coisas, mas não é liberdade.

O autor da frase não é um radical marxista. Chama-se Warren Gunnels e é um dos principais conselheiros de Bernie Sanders. Não creio que a nossa comunicação social "lhe pegue". Ou se ocupe com a opressiva condição dos trabalhadores na Amazon. Anda demasiado ocupada com as bambochatas do costume sobre Cuba...


CLÁUDIO TORRES, MAIS UM RECONHECIMENTO (E ANTES QUE HAJA A TENTAÇÃO DA REESCRITA DA HISTÓRIA)

É mais um prémio? De facto, é mais um prémio. Mas é sempre, seguramente, muito mais que isso. Fiquei muito contente ao tomar conhecimento hoje deste reconhecimento. Este galardão, atribuído pela Associação de Municípios com Centro Histórico, soma-se a muitos outros. Ainda bem.

Conheço bem o valor e a importância de Cláudio Torres. Trabalhei com ele de muito perto, ao longo de quase 15 anos. Sei bem o que ele representou para tantos e tantos ao longo de décadas.

Mértola não seria o que é sem o Cláudio. Ponto. Já por várias vezes o tens escrito e hei-de repetir isso, e poderei demonstrar o que digo, tantas vezes quantas for necessário.

Há sempre a tentativa de reescrever a(s) História(s). No que a Mértola diz respeito cá estarei/estaremos para por a verdade nos carris. Até porque o Cláudio não é uma qualquer esquina dos acontecimentos. Como esta distinção vem agora recordar. Uma vez mais.



terça-feira, 20 de julho de 2021

MOURA "FORA" DA ORDEM DO HOSPITAL...

Li a notícia no site da Rádio Planície. Li-a com surpresa e tristeza. O Município de Moura não participará numa iniciativa que envolve os outros municípios da raia que integraram a Ordem do Hospital: Aracena, Serpa e Aroche. Não se percebe como é que o principal município da região pode ficar de fora.

Em 2019, Moura participou. Nesse inverno tive o prazer de ir a Aracena dar uma conferência sobre o Castelo de Moura. Irei repeti-la, neste verão, na minha terra. Pelo menos em espírito o nosso concelho irá estar presente.




NOSTALGHIA

Fé e pensamento mágico. É o final do filme "Nostalghia" (1983), de Andrei Tarkovsky (1932-1986). Vi-o por essa altura, meados dos anos 80, com a estranha sensação de assistir a algo irrepetível.

Há muito tempo que a queria ter aqui colocado, mas só agora a encontrei, na sua versão total, ou seja, juntando a cena da piscina ao final do filme. É o meu plano-sequência preferido. Pergunto-me, cada vez mais, se ainda há espaço para filmes assim.



segunda-feira, 19 de julho de 2021

FOI QUASE FESTA

2020 foi um ano de paragem total, 2021 deu alguns sinais positivos. Fica a esperança de um recomeço em 2022. Não chegou a ser bem Festa, mas sentiu-se a vontade de que houvesse.

Foi pena isto assim? Foi. A começar pela Comissão de Festas, cuja capacidade e energia mereciam muito melhor sorte.

No dia 14 de julho de 2022, uma quinta-feira, tudo recomeçará. Tenhamos esperança de que tudo será melhor, na próxima Festa de Nossa Senhora do Carmo.




sábado, 17 de julho de 2021

O CARMO

Na realidade, o desenhador do século XVI escreveu "ho carmo", mas essa grafia é-nos hoje incompreensível.

Era assim o Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Moura, por volta de 1510. Hoje, a fachada é muito diferente, claro. A igreja enquadrava-se no que hoje conhecemos como gótico alentejano. Um certo "ar de família" está presente, por exemplo, nas igrejas de Viana do Alentejo e de S. Brás (Évora), com os contrafortes cilíndricos e os coruchéus cónicos. A igreja de Moura, com três naves, e o corpo central mais alto, tinha uma certa imponência. O convento começava a prosperar.

Ontem foi dia de Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Moura.






quinta-feira, 15 de julho de 2021

DUARTE DARMAS, COM PÉ DE CABRA, FORCEPS etc.

Um "parto" lento e difícil...

Centenas de fotografias, filmagens a partir de um drone e umas dezenas de páginas de texto e a maquetagem arrancou. Mais tarde do que gostaria, mas arrancou.

Os primeiros sítios foram Moura e Mértola, por evidente e próximo conhecimento dos locais. A comparação nem sempre foi fácil ou evidente, por razões que explicarei no livro. Numas, porque o crescimento da localidade dificulta a sua leitura (como no caso de Elvas), noutras porque Duarte Darmas mostrou o sítio do modo que lhe era "conveniente" (como no espantoso exemplo de Nisa).

Livro e exposição no outono, que "o pior" já lá vai. Fica só um excerto do que vai ser a capa - um trabalho mais que inspirado do Pedro Cabral Gonçalves -, em jeito de teaser.



quarta-feira, 14 de julho de 2021

SAN FRANCISCO ON TAGUS

Erros todos cometemos. Todos. Tenho um par deles (vários pares deles...) na minha carreira. A minha preocupação é evitar os erros disparatados, absurdos e ridículos.

Hoje, mandaram-me uma fotografia deste outdoor. Custa a crer. Custa mesmo. Ilustrar um Festival Estoril Lisboa com uma fotografia da Golden Gate? "Ó Zé, chega-me aí uma foto da Ponte sobre o Tejo? Sim, é vermelha, é!"


terça-feira, 13 de julho de 2021

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE MUSEOLOGIA: 2021/2024

Há "vida" para lá dos mandatos autárquicos? Há, claro que sim. Para quem tem vida profissional, há. Para quem não tem, passa por um processo de boyização, saltando de cargo em cargo.

Nesta fase, há desafios profissionais mais diretos (como o do monumento que dirijo), outros menos diretos. Neste último "setor" está a Associação Portuguesa de Museologia, cujos corpos sociais passei a integrar. A tomada de posse foi esta tarde, no Palácio Nacional da Ajuda.



segunda-feira, 12 de julho de 2021

AO TEMPO DE CONSTANTINO - MODA PRIMAVERA/VERÃO

Foi um dos pontos de arranque de um trabalho já com umas décadas. Os mosaicos da Villa del Casale, na Sicília, serviram de inspiração para um par de páginas. O sítio deve ser espantoso - ainda não perdi a esperança de um dia ir à Sicília... - e as publicações em torno do sítio arqueológico em Piazza Armerina pautam-se por uma elevada qualidade.

As cenas com animais são interessantes? São, mas o mais engraçado são as mulheres em algo semelhante a um biquini, estávamos ainda muito longe das bombas e da providencial inspiração que isso deu a Louis Réard (1896-1984).

Estas senhoras - as do mosaico - parecem saídas de um catálogo de moda primavera-verão, algures nos inícios do século IV.

Sobre a Villa del Casale ver: https://www.villaromanadelcasale.it/


NA MORTE DE UM HUMORISTA

Quando a morte de um humorista cria uma peça de humor... Vi, por várias vezes, a referência a "desenhador de Moura". Fiquei mais que intrigado. Vasco (1935-2021) conhecido e mais que talentoso desenhador, era transmontano e não tinha qualquer dado que o ligasse à minha terra.

Desenhador de Moura? Não! Desenhador de humor. O DN põe isto (e ainda não corrigiu) na página de cultura. Não me parece nada mal.









domingo, 11 de julho de 2021

CDU - MOURA 2021

Das 16:35 às 03:00. Saída e chegada. Menos de 11 horas entre Amadora, Sobral e Amadora. Com passagem pela Casa do Benfica, em Moura. Valeu a pena? Se valeu! A apresentação dos candidatos da CDU no Sobral foi mais um passo numa caminhada que me parece cada vez mais importante.

O meu compromisso é com estes meus camaradas e amigos (com o André Linhas Roxas, com a Helena Costa, com o Bruno Monteiro e com todos os outros!). Estarei presente ao longo deste verão, e depois do verão. Tudo farei para contribuir nesta renovada esperança.

Tal como me é cada vez mais claro que este sítio (este meu concelho de Moura) é, cada vez mais, o meu território. Para sempre.





FOI HÁ 5 ANOS

Fez ontem cinco anos. Gosto quase tanto daquela imagem do autocarro da empáfia, da sobranceria e da arrogância (Campeões da Europa 2016 / Orgulhosos de ser azuis), antes do jogo, como do pontapé de Eder.

Na noite da vitória portuguesa, a Torre Eiffel iluminou-se com as cores de França. Parece que havia um regulamento. Adoro regulamentos.



sábado, 10 de julho de 2021

DESENHADORES NO PANTEÃO

Começou às 10 e vai até às 13. Os Urban Sketchers estão, hoje de manhã, de "assalto" ao Panteão, numa iniciativa que deu muito prazer em organizar, em conjunto com a USKP, à nossa micro-equipa. Um grupo simpático de desenhadores (ou sketchers, se preferirem), ao qual foi dado acesso a sítio menos habituais: o coro baixo e o zimbório. Haverá partilha de desenhos e uma publicação.

Sou quase imune à inveja. Duas exceções: pessoas que sabem desenhar e tocar um instrumento musical.



sexta-feira, 9 de julho de 2021

MADAME LA MARQUISE

Agora que tanto se fala em marquises, eis uma, num edifício público, na Rua do Jardim do Tabaco. Almoço, com regularidade, na esplanada em frente, perguntando-me "como é que é possível?". É possível porque, como diz uma velha amiga de Reguengos, há coisas que não têm explicação.



EM VILA FRANCA DE XIRA, MAS SÓ EM ESPÍRITO

A inauguração é amanhã à tarde, mas a essa hora estarei a caminho de Moura.

"Estou" na exposição, mas não para já, tanto quanto percebi pela conversa com Jorge Calado, alma da iniciativa. Na impossibilidade de mostrar tudo de uma só vez, haverá rotação de fotografias, daqui por uns meses.

A coleção reúne 375 fotografias de mais de 175 artistas de 25 nacionalidades, que fotografaram em 60 países dos 5 continentes. Um dos 175 é um amador mourense, autor deste blogue.

"A família humana" vai estar patente em Vila Franca de Xira até maio do próximo ano.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

GUERRA FRIA E DETERGENTES QUENTES

Juro que isto é verdade!
Em 1975 ou 1976 houve um debate no 1º canal (nome da RTP 1, nessa altura). Era um programa de defesa do consumidor, moderado por Pitacas Antunes. Havia três modelos em confronto: o das multinacionais (representado pelo detergente SKIP), o das multinacionais com incorporação de tecnologia portuguesa (representado pelo detergente RENAMATIC) e das empresas maioritariamente nacionais (e aqui entrava o detergente XAU). Não me lembro o que se passou, mas sei que a discussão foi dura. Lá em casa, aquilo deu direito a claques esquerda/direita e tudo.

Lembrei-me disso hoje, ao encontrar este espantoso anúncio (do qual me recordo) no facebook. Data de maio de 1976, segundo a informação que me avançaram. EUA vs URSS através da exibição de filmes? Sim, na altura tudo era possível.


MONTE NEBO

Andando aqui às voltas com papéis fui dar com esta fotografia, feita no final de 2006, na Jordânia. Foi o sítio onde Moisés morreu, sem ter chegado à Terra Prometida. Do Monte Nebo via-se o que ele nunca atingiu. Poder-se-ia ter perguntado, como Vinicius de Moraes no poema, se tinha chegado ao fim de todos os caminhos. Curiosamente, na porta da igreja faltam o alfa e o ómega, que marcam o início e o fim das coisas...

A finitude das coisas é-me mais evidente no local onde trabalho. O que se tona, afinal, mais um motivo para celebrar a beleza de todos os dias.

FIM
Será que cheguei ao fim de todos os caminhos
E só resta a possibilidade de permanecer?
Será a Verdade apenas um incentivo à caminhada
Ou será ela a própria caminhada?
Terão mentido os que surgiram da treva e gritaram — Espírito!
E gritaram — Coragem!
Rasgarei as mãos nas pedras da enorme muralha
Que fecha tudo à libertação?
Lançarei meu corpo à vala comum dos falidos
Ou cairei lutando contra o impossível que antolha-me os passos
Apenas pela glória de tombar lutando?

Será que eu cheguei ao fim de todos os caminhos...
Ao fim de todos os caminhos?

quarta-feira, 7 de julho de 2021

QUIZZ FACHO MAN

Um partido de extrema-direita, rasteiro e homofóbico, terminou uma recente convenção ao som dos Village People. YMCA, nem mais... Nunca pensei que me fizessem rir, mas fizeram.

Lembram-se de Jörg Haider?...

terça-feira, 6 de julho de 2021

STARDUST MEMORIES N°. 54: RAFFAELLA CARRÀ

Partiu Raffaella Carrà (1943-2021). Era uma das estrelas da canção italiana. Marcava presença, com regularidade, em Espanha. Lembro-me de estar, há uns 42 ou 43 anos, na praia de La Antiga e de os altifalantes anunciarem, com regularidade, que Raffaella Carrà iria atuar no Club Raúl, em Lepe. Era um sítio inatingível para mim. Verdade se diga que, na altura, a minha onda era muito mais o ska e o reggae.

O tempo passa e há coisas a que passamos a achar graça. E que vemos, agora, com outros olhos.

Aqui fica este vídeo de Hay que venir al sur. Uma música censurada em muitos sítios, pelo seu explícito atrevimento. O melhor é a coreografia, ao melhor estilo mal de s. vito. Um perfeito desatino.

EM TRIPOLI, OLHANDO O FUTURO

Desaconselharam-me o uso daquele rolo, mas não fiz caso. Um Ilford Pan F Plus 50 ASA. Sem margem para falhas e onde qualquer meio ponto de desvio dava asneira. Interessava-me experimentar contrastes extremos. Meti-me na medina de Tripoli, munido da máquina e só com esse rolo.

Não me recordo exatamente onde a fotografia foi feita, talvez na zona de Suq al-Turk... Os miúdos andavam por ali, fazendo-me caretas e querendo ser fotografados. No último instante, um escondeu-se.

A luz ficou assim, dura como eu queria. O que será feito deles, 13 anos que são passados?

La lluvia lenta

Esta agua medrosa y triste,
como un niño que padece,
antes de tocar la tierra
desfallece.

Quieto el árbol, quieto el viento,
¡y en el silencio estupendo,
este fino llanto amargo
cayendo!

El cielo es como un inmenso
corazón que se abre, amargo.
No llueve: es un sangrar lento
y largo.

Dentro del hogar, los hombres
no sienten esta amargura,
este envío de agua triste
de la altura.

Este largo y fatigante
descender de aguas vencidas,
hacia la Tierra yacente
y transida.

Llueve... y como un chacal trágico
la noche acecha en la sierra.
¿Qué va a surgir, en la sombra,
de la Tierra?

¿Dormiréis, mientras afuera
cae, sufriendo, esta agua inerte,
esta agua letal, hermana
de la Muerte?

Gabriela Mistral



 

segunda-feira, 5 de julho de 2021

HENRIQUE POUSÃO EM ROMA

Uma vida brevíssima, a deste alentejano de Vila Viçosa. Morreu aos 25 anos e o pouco que produziu revela todo o potencial que tinha. Andou por Itália - são célebres os seus trabalhos em Capri - e deixou-nos esta paisagem romana. Sobre ela escreveu Raquel Henriques da Silva:

O conjunto de pequenos formatos de Pousão (...) foram realizados em Itália, durante os derradeiros anos da sua vida, em 1882 – 83.
Registe-se, em primeiro lugar, uma vista ao longe, Castelo de Santo Ângelo – construída numa situação de mobilidade manchista do movimento urbano.

É a terceira ou quarta referência a Henrique Pousão em 13 anos de blogue. Reincidirei em breve.

domingo, 4 de julho de 2021

HENRIQUE RUIVO (1935-2020)

Depois de ter comprado uma edição do "Portugal na Espanha Árabe" telefonei ao António Borges Coelho, prometendo uma visita, a ter lugar um destes dias. Às tantas perguntei "quem é o autor daquelas bonitas capas?". A reposta foi imediata: "o Henrique Ruivo". Um pintor e ilustrador alentejano, falecido há pouco mais de um ano. Na busca de algo que ilustrasse o sue trabalho encontrei várias pinturas, algumas delas fazendo parte do espólio da Fundação Calouste Gulbenkian. Mas o que mais me agradou foi este cartaz, de meados dos anos 70, produzido em pleno PREC. Grafismo de grande qualidade, com cores a anteciparem o pósmodernismo...

Abaixo a reação? Sempre!




IMPÉRIO - FANTASMAS E VISÕES

Temos, continuamos a ter, um império por descobrir, por estudar e por exorcizar. O Padrão dos Descobrimentos tem uma magnífica exposição sobre o império colonial e sobre as suas múltiplas visões.  Esteve em exibição um importante documentário de Ariel de Bigault sobre os nossos fantasmas. Neste último, gostei em especial da entrevista a Faria de Almeida (n. 1934) e a história do seu dramático Catembe (1964). 

Apresentam-se fotografias extraordinárias - olhando para elas pensei muitas vezes no que ainda falta fazer, nesse domínio -, sempre vistas a partir de cá. É a nossa visão sobre a realidade deles. Uma das imagens mais expressivas é a da visita do Ministro das Colónias à Guiné, em meados dos anos 30. De ar triunfal, rodeado de corpos seminus (com uma separação masculino/feminino que talvez resulte da encenação), o governante acena à "espontaneidade". A essa, de Elmano Cunha e Costa, junto outra, de início do século XX, com uma multidão alinhada debaixo de dois poilões.



sábado, 3 de julho de 2021

MEDIEVALISTA - Nº 30

Epílogo de uma pequena "saga" iniciada em 2018 (estas coisas demoram tempo, caramba...). A Isabel Cristina Fernandes convidou-nos (ao Joaquim e a mim) para fazer uma resenha da exposição do MNAA. Não é bem um texto científico (em boa verdade, não é tal, ponto), mas fica para memória futura. Acaba de sair na "Medievalista":

https://medievalista.iem.fcsh.unl.pt/index.php/medievalista/article/view/448

sexta-feira, 2 de julho de 2021

A COR DO CAVALO BRANCO DE D. JOSÉ

É um dos sítios mais invulgares da cidade de Lisboa. E, também, um dos menos conhecidos. Pertence ao Museu Militar e fica em instalações do Exército, a menos de 200 metros do núcleo central daquele museu.

Visitei-o há dias, para poder ver a imponência do molde da estátua de D. José, justamente a que podemos ver, em todo o seu esplendor, no Terreiro do Paço. Temos de subir à mezzanine, para melhor apreciar a obra. Ao seu lado, quase parecem insignificantes outras obras pelas quais passamos com regularidade: a do Duqe de Saldanha, na praça do mesmo nome, a de Afonso de Albuquerque, que está em Belém.

Um belo local, sem dúvida.