quarta-feira, 31 de maio de 2023

LIGA EUROPA, HOJE

Eram 26, ficam 26.

É sorte... Peçam uma análise a Antonio Cassano. 


26 troféus

8 campeonatos nacionais (em 4 países)

4 taças (em 4 países)

5 supertaças nacionais (em 4 países)

4 taças da liga

2 ligas dos campeões

2 taças uefa

1 liga conferência


É tudo apenas sorte... E mais um "penalty" repetido...










Porto

  • Primeira Liga: 2002–03, 2003–04
  • Taça de Portugal: 2002–03
  • Supertaça Cândido de Oliveira: 2003
  • UEFA Champions League: 2003–04
  • UEFA Cup: 2002–03


Chelsea

  • Premier League: 2004–05, 2005–06, 2014–15
  • FA Cup: 2006–07
  • Football League Cup: 2004–05, 2006–07, 2014–15
  • FA Community Shield: 2005
  • UEFA Super Cup finalista: 2013

Inter Milan

  • Serie A: 2008–09, 2009–10
  • Coppa Italia: 2009–10
  • Supercoppa Italiana: 2008
  • UEFA Champions League: 2009–10


Real Madrid

  • La Liga: 2011–12
  • Copa del Rey: 2010–11
  • Supercopa de España: 2012


Manchester United

  • EFL Cup: 2016–17
  • FA Community Shield: 2016
  • UEFA Europa League: 2016–17
  • FA Cup finalista: 2017–18
  • UEFA Super Cup finalista: 2017


Roma

  • UEFA Europa Conference League: 2021–22
  • UEFA Europa League finalista: 2022–23

terça-feira, 30 de maio de 2023

RENÉ TAVARES

É pouco provável que passasse pela cabeça de Manet o que iria suceder com aquela sua obra. Serviu de inspiração a uma multidão de artistas. Esta é a visão de René Tavares.

Nova, em todos os sentidos, pintura africana.


segunda-feira, 29 de maio de 2023

ARQUITETURA(s) E GRAFISMO(s)

Já na ARCO/2018 tinha reparado que os meus gostos pessoais - não sou conhecedor, nem crítico, ne entendido, porque falo de simples gosto - apontavam para terrenos conhecidos, com poucas exceções. Voltei a reparar no mesmo, na visita à Feira. A arquitectura e o grafismo na fotografia, e alma mediterrânica, de Ramiro Guerreiro (n. 1978) e de Inês d'Orey (n. 1977). E também em René Tavares. E em João Penalva. E em Pedro Calapez.

Não vi Paulo Nozolino nem Pauliana Valente Pimentel. Não têm interesse ou importância comercial?

Estarei a ficar velho?










AQUI MESMO AO LADO

Aqui mesmo ao lado isto não está para brincadeiras. Em Valência, onde há poucos dias houve um incidente racista num jogo de futebol, o PP vai governar em articulação com o VOX. Este duplicou a percentagem e o número de votos e triplicou o número de vereadores eleitos.

Um episódio caricato: na Paymogo dos meus antepassados, o PP teve 1 (um) voto. Os candidatos não votaram em si próprios...




domingo, 28 de maio de 2023

O OUTRO MARQUÊS

Muitas vezes tenho pensado nas originalidades de Moura, a minha terra.

Há um espírito inventivo muito engraçado, com qualquer coisa de indisciplina bem do sul. Ontem, em Moura também houve Marquês. Em frente à sede do Moto-Clube.

Não fui ao Marquês, em Lisboa. Teria ido festejar neste Marquês, bem entendido.


sábado, 27 de maio de 2023

OBRIGADO, JOSÉ GONÇALO VALENTE!

Bem, eu sei que a fotografia tem 10 anos, mas isso é o menos. O mais é teres batalhado por uma revista chamada LACANT. Sim, eu sei que ainda tenho uma artigo em dívida. E que prometo que é desta.

O que importa é teres construído uma revista sobre história local, com contributos importantes, relevantes e pertinentes. E, o que não é coisa menor, com um bom projeto gráfico. Globalmente, um projeto de alta qualidade. Ainda não ganhou "prémios"? E depois? Olha, um dos filmes mais radicalmente inovadores da segunda metade do século XX, One from the heart, também não ganhou prémios... A qualidade não se mede assim.

Tens sido discreto na direção LACANT. Sempre te disse que fazes mal em ser TÃO discreto. Mas sempre te disse que fazes BEM em ter coragem. E em discordares alto e bom som. Mesmo quando é comigo. Tem acontecido um par de vezes 😀, ruidosamente.

O essencial é isto. Tenho a agradecer-te enquanto profissional e enquanto amigo. Moura também te agradecerá. "Al alba vincerò", lembra-te disso.



COR PORTALEGRENSE

O Museu da Tapeçaria de Portalegre é um sítio extraordinário. Não encontro outra palavra. Não creio que tenha muitos visitantes, a despeito da qualidade da exposição e das iniciativas que ali têm lugar. Portugal já não é só Lisboa, mas os horizontes continuam curtos. O que se passa fora de um certo círculo geográfico não existe.

E temos este museu, que é extraordinário de Arte e de pedagogia. Não pude deixar de sorrir ante o desenho preparatório de uma tapeçaria de Maria Helena Vieira da Silva, que podia muito bem ser o rascunho de um desenho de campo de uma escvação. O museu até tem um pantone, versão local da Munsell Soil Chart...


































Ver:

https://www.cm-portalegre.pt/blog/locais/museu-da-tapecaria-de-portalegre-guy-fino/

quinta-feira, 25 de maio de 2023

PORQUE HOJE É DIA DE ÁFRICA

Não creio que este músico seja muito conhecido em Portugal. É pena. Sem mais conversa ou explicação aqui fica o enorme talento de Humbertona (Humberto Bettencourt Santos - n. 1940):



quarta-feira, 24 de maio de 2023

VINICIUS JR. E O 28 DE MAIO

Um jovem jogador brasileiro, Vinicius Jr., foi insultado e apupado, durante um jogo de futebol. Os termos e as palavras foram as do habitual discurso racista. No meio de uma condenação quase generalizada, já vieram vozes desvalorizar o que se passou "que são uns jovens que não sabem o que fazem" etc.

Foi um acaso? Não foi. A crescente onda racista manifesta-se de muitas formas. Esta é uma delas. Vale a pena olhar para as sondagens eleitorais. Para chegarmos à fácil conclusão que o VOX está a um passo de poder participar no governo de Valência, a cidade onde os atos tiveram lugar.

Aguardemos pelos resultados de domingo e olhemos para o que cá se passa. Nos momentos em que não andarmos distraídos com questões secundárias, bem entendido.


terça-feira, 23 de maio de 2023

GEOMETRIA

Não é uma janela, mas pouco importa. Aquele teto É Rilke.

Deambulações lisboetas, de uma ponta à outra da cidade.









N'es-tu pas notre géométrie

N'es-tu pas notre géométrie, 
fenêtre, très simple forme 
qui sans effort circonscris 
notre vie énorme ?

Celle qu'on aime n'est jamais plus belle 
que lorsqu'on la voit apparaître 
encadrée de toi ; c'est, ô fenêtre, 
que tu la rends presque éternelle.

Tous les hasards sont abolis. L'être 
se tient au milieu de l'amour, 
avec ce peu d'espace autour 
dont on est maître.

PAISAGEM ORIENTAL

O sítio fez-me lembrar as fotografias de Thomas Weinberger. Só que aqui havia fábricas e agora já não há. A mudança está a ser extremamente rápida. Deixa marcas sem retorno. Agora há empresas e muito dinheiro estrangeiro. A igreja de um antigo convento agora é um cenário operático. Um toque de irrealidade passa pela Lisboa Oriental. Álvaro de Campos anda por ali.




















ODE TRIUNFAL

 

À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica 

Tenho febre e escrevo. 

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, 

Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

 

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! 

Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! 

Em fúria fora e dentro de mim, 

Por todos os meus nervos dissecados fora, 

Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 

Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, 

De vos ouvir demasiadamente de perto, 

E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso 

De expressão de todas as minhas sensações, 

Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!

domingo, 21 de maio de 2023

LIVRO DEZ

Foi o décimo de uma série iniciada em 2005, numa edição da Câmara Municipal de Mértola para o Festival Islâmico.

A apresentação teve lugar hoje, ao final da manhã.

Próximo festival: 2025.





sábado, 20 de maio de 2023

ERA MELHOR ASSIM? ERA!

Apareceu no facebook, com a data 1974/75. Será, aparentemente, uma fotografia feita na penúltima jornada do campeonato. O empate (1-1) deu o campeonato ao Benfica.

Não é o resultado que está aqui em causa, mas sim o convívio amigável entre dois rivais: Nené (n. 1949) e Damas (1947-2003). Um deles tem a camisola da outra equipa, uma prática que o tempo matou. O era melhor assim refere-se a isso, a um tempo em que o jogo acabava no final de 90 minutos e não tínhamos de ser massacrados dia após dia com as cenas, cada vez piores, da bola

A MINHA AVENTURA NA AVENIDA DA REPÚBLICA...

Cruzar uma avenida tornou-se um exercício de alto risco para um peão. Saímos do passeio e há uma faixa para carros, depois há duas faixas para as bicicletitas dos urbanitas da nova upper class. Um dia, distraído, quase fui abalroado por um daqueles emproados que têm "dirâitos", que me berrou "ciclovia, senhor!". Às vezes, também há trotinetitas. Depois da ciclovia (que, frequentemente, não chega e os que têm "dirâitos" passam para o passeio, pois claro), há três faixas de rodagem, depois mais três. Como os sinais vermelhos passaram a significar "bom, passa lá, mas depressa, enquanto os outros não arrancam", temos de ter redobrada atenção. Depois há um bocadinho de passeio e depois mais uma faixa de rodagem. Chega-se ao outro lado exausto e com os nervos num estado desgraçado...

Má sorte ser peão, entre tanto "dirâito", de uns e de outros...


sexta-feira, 19 de maio de 2023

COMO ENSURDECER EM TRÊS DIAS

Tudo aquilo foi insuportável e ensurdecedor. Durante três dias, mal se conseguiu falar, na Feira de Moura. Não percebo, nunca percebi (toda a vida, não só agora, numa idade mais avançada) a necessidade ou a utilidade daquela imensa barulheira.

Ninguém espera ir para uma feira para estar em silêncio ou a ouvir música de câmara (salvo seja...). Mas também ninguém espera não conseguir falar com a pessoa que está na cadeira ao lado. Aquela estoiraria que ali se viveu é o expoente máximo da cultura-grunha.


ENTRE...

Há alturas assim. Ter de estar entre dois sítios, pelo menos em espírito.

E logo no domingo... Entre o lançamento de um livrinho sobre Mértola e mais um concerto (o sétimo) do segundo ciclo "Música no Panteão".

Os mini-livros que vão saindo - autoria, co-autoria ou colaboração - já vão em 10Mértola-Chefchaouen (2001), Síria (2005), Mar do Meio (2009), Moura-Bissau (2010), Mosaicos de Mértola (2011), Alcaria dos Javazes (2012), Casas do Sul (2013), Mesquitas (2019) e Bolama (2021). Prevejo mais três até este percurso terminar.

Os concertos no Panteão afirmaram-se e já são, desde 28.11.2021, 16. Sempre, e com exceção do primeiro, com casa cheia. Uma programação de alta qualidade, dirigida pelo Prof. Paulo Amorim.

MÉRTOLA









E LISBOA

quinta-feira, 18 de maio de 2023

A ESTÁTUA E OS SEIOS

Martinho Fernando (n. 1956) foi uma escolha pessoal para este catálogo. Um fotógrafo moçambicano junto às palavras de Sophia. O catálogo (ed. Panteão Nacional, 2023) é bilingue.

A ESTÁTUA
Nas suas mãos a voz do mar dormia
Nos seus cabelos o vento se esculpia
A luz rolava entre os seus braços frios
E nos seus olhos cegos e vazios
Boiava o rastro branco dos navios.


ΤΟ ΑΓΑΛΜΑ
Στα χέρια του η φωνή της θάλασσας κοιμόταν
Στα μαλλιά του ο άνεμος σμιλευόταν.
Το φως κυλούσε ανάμεσα στα χέρια του τα παγωμένα
Και στα τυφλά τα μάτια του τα αδειασμένα
Πλέανε τα ίχνη που τα πλοία άφηναν τα ασπρισμένα.































Seios em desenvolvimento,
Província de Tete, 1992

quarta-feira, 17 de maio de 2023

AUGUSTO & AMÁLIA

Imagens e pessoas que inspiram. Augusto Cabrita (1923-1993) é um dos grandes fotógrafos portugueses do século XX. Durante a década de 60 retratou, por várias vezes, Amália Rodrigues. Algumas das mais belas imagens da fadista são dele. Como esta, por exemplo, feita em 1965.

terça-feira, 16 de maio de 2023

INSPIRAÇÕES SONORAS: REBECA CSALOG & HARPA

Último vídeo de seis.

Rebeca Csalog interpreta um excerto de “L' égyptienne”, de Jean-Philippe Rameau.

O vídeo foi produzido pela videoteca da Câmara Municipal de Lisboa, num projeto desenvolvido conjuntamente com o Panteão Nacional.



segunda-feira, 15 de maio de 2023

MUITA MÚSICA, POUCA OLIVEIRA...

Deixo estes números:

Olivomoura 2012 - 100 expositores, incluindo cerca de três dezenas de representantes do setor da olivicultura

Olivomoura 2023 - 60 expositores

Que aconteceu ao Centro Documental da Oliveira? Qual a data de inauguração?

Que aconteceu ao Prémio de Mérito Académico, destinado a premiar trabalhos de investigação na área do Ensino Superior? (a última edição teve lugar em 2016)

Que aconteceu às exposições temáticas?

Que aconteceu à música alentejana, quase sufocada pelas "grandes estrelas"?

As perguntas são simples:

* Que feiras queremos ter para o futuro?

* Uma OLIVOCOPOS?

* Um festival de música? Delfins + Diogo Piçarra = 65.000 euros.

São opções legítimas, bem entendido. Mas acrescentam alguma coisa à nossa terra? São as opções de fundo de que precisamos?


domingo, 14 de maio de 2023

ISTO É TUDO NOSSO...

A Pastelaria Suíça já lá vai. A Camisaria Moderna também. À pastelaria nunca fui muitas vezes. Nunca me senti confortável naquele ambiente em que os empregados faziam um esforço desmesurado para nos atenderem. À camisaria fui algumas vezes. Uma das gravatas mais bonitas que tenho foi comprada lá. Não por mim, bem entendido.

O quarteirão da Suíça está em obras. Que agora é que vai ser. Acaba-se a ruína e faz-se uma coisa-como-deve-ser. Deve ser, para quem puder pagar...

Passo pelas pancartas da obra e vejo uma imagem que me é familiar. Aquela planta da Lisboa islâmica já a vi algures. Mas onde?... Foi preciso ir a Mértola e ver na estante o "Lisboa Subterrânea", de 1994, para ter a certeza que era daquele livro. Era mesmo. Foi nesse catálogo que Cláudio Torres publicou uma proposta, bem pensada e muito sólida, do urbanismo lisboeta entre os séculos X-XII.

Na propaganda da obra está a planta, mas não a referência à fonte ou ao autor. Nem uma legendazinha, nada.

Isto é tudo nosso. Ou seja, deles.


 

sexta-feira, 12 de maio de 2023

PLEILISTE

Pediram-me, há dias, que fizesse uma lista das seis músicas mais significativas ou mais marcantes da minha vida. Excluindo tudo o que tem a ver com Moura (porque isso está noutro patamar...), a lista é esta. Tive duas hesitações, não mais.

DOS GARDENIAS – Antonio Machin

MAR PISCINA DI NHAS LÁGRIMAS – Os Tubarões

O QUE FAZ FALTA – Zeca Afonso

SÁBADO EM COPACABANA – Gal Costa

SENHORA DO MONTE – Carlos Ramos

TENHO BARCOS, TENHO REMOS – Grupo Coral da Casa do Povo de Serpa


quinta-feira, 11 de maio de 2023

INSPIRAÇÕES SONORAS: EDUARDO ALCÂNTARA & CONTRABAIXO

Quinto vídeo de seis.

Eduardo Alcântara interpreta, no contrabaixo, parte de um concerto de Sergei Koussevitsky.

O vídeo foi produzido pela videoteca da Câmara Municipal de Lisboa, num projeto desenvolvido conjuntamente com o Panteão Nacional. 

FORTALEZAS DE FRONTEIRA

É hoje, entre as 10 e as 12. É sempre um prazer colaborar com o Turismo de Portugal. E esta é uma mias uma oportunidade para falar do projeto Duarte Darmas.

Para assistir:


quarta-feira, 10 de maio de 2023

FEIRA

A feira de maio começa amanhã. E passaram ontem dez anos sobre a abertura da última feira de maio em que tive responsabilidades diretas de organização.

Sempre entendemos a feira como um momento importante para se contribuir para o desenvolvimento de região e não apenas para uma parada de estrelas, pagas a peso de ouro. Gostava de trabalhar na organização da feira? Sim, muito. Por muito estranho que isso parecesse à família e a alguns amigos. Voltava a organizar a feira segundo os mesmos princípios? Sem dúvida que sim.

Foi de 9 a 12 de maio de 2013: 70 iniciativas numa só feira.










terça-feira, 9 de maio de 2023

PANTEÃO NA EUROVISÃO

Rima e é verdade!

A filmagem do vídeo de Mimicat decorreu no passado dia 28 de março. A equipa da RTP pediu-nos sigilo. Que cumprimos. A escolha do sítio não foi nossa, mas acolhemos a ideia de bom grado, pela visibilidade que proporciona ao monumento. O resto é "papo furado".


INSPIRAÇÕES SONORAS: RUI CAEIRO & FLAUTA

Quarto vídeo de seis.

Rui Caeiro interpreta, com a flauta, parte da peça "Jet", de João Pedro Oliveira.

O vídeo foi produzido pela videoteca da Câmara Municipal de Lisboa, num projeto desenvolvido conjuntamente com o Panteão Nacional.





segunda-feira, 8 de maio de 2023

ERA UMA VEZ UMA FINAL DA TAÇA

O Benfica estava fora da final. O primo Jorge perguntou-me "queres vir à bola com a gente?". A gente era ele, mais o filho Jorge, da minha idade, e mais primos e amigos todos sportinguistas. Vi-me no meio da claque verde e branca, no topo norte do Jamor. Nunca tinha ido a uma Final da Taça. Logo no início, o Jorge apresentou-me aos amigos "aqui o Santiago é lampião", eu mais que enfiado, toda a gente a rir, para depois ele rematar "mas é bom moço".

O jogo foi uma barraca colossal. Com o Porto em vantagem, é assinalado "penalty" a favor do Sporting. Sururu, tudo em volta do fiscal de linha, o Gabriel exaltado - exaltado é favor, despiu a camisola, enfiou-a na cabeça do "bandeirinha" e nem amarelo levou -, num começo de pressão sobre os árbitros que se tornaria imagem de marca do FCP. Fiz claque pelo Sporting, pois claro.

O jogo acabou empatado. Uma semana depois houve uma finalíssima, que também deu que falar, e não foi pouco, com o Sporting a levar a taça. Na imagem, a festa dos jogadores, num altura em que as camisolas eram mesmo trocadas e envergadas no final do jogo.

A minha primeira final no Jamor foi no dia 17 de junho de 1978. Lembrei-me disso na semana passada, no dia em que o Jorge deixou de estar entre nós.


domingo, 7 de maio de 2023

E AGORA, A METROPOLITANA

Os Solistas da Metropolitana no Panteão Nacional, no dia 20 de maio, às 19 horas. A iniciativa é da Câmara Municipal de Lisboa, em articulação com as freguesias. Neste caso, com a nossa, a de S. Vicente.

Programa:

A. Dvořák Canções Que Minha Mãe Me Ensinou, Op. 55/4
A. Dvořák Quinteto com Piano N.º 2, Op. 81
Carlos Damas, Nonna Manicheva (violinos), Valentin Petrov (viola), Jian Hong (violoncelo), Anna Tomasik (piano)


sábado, 6 de maio de 2023

REGRESSO AO SUL

Uma cena onírico de um filme onírico. Nestes dias dá-me vontade de algum "exotismo". Um pouco nostálgico, como este.

A música é de Enrique Granados e não podia haver melhor acompanhamento para aquele desfilar de postais coloridos.

"El sur", de Victor Erice, é considerado um dos melhores filmes espanhóis de sempre. Sobre isso não posso dar opinião. Mas é um dos meus filmes.

CARLOS III

Não é lá grande coisa.

Temos aguardentes vínicas bem melhores.


sexta-feira, 5 de maio de 2023

LADRÃO XULO CORRUPTO

CABO CANASTRO - fico triste ao ver tu vindo de uma familia de ditadores tal como tu um comunista ditador xulo ladrão e corrupto, senão vejamos o que fizeste por moura só museus, arranjar a tal variante que se fala há anos nem vela, arranjar buracos das ruas já foi o bairro 25 de abril está a decadas para o pavimento ser arranjado e nada portanto como tu comunista ladrão e xulo nada fizeste a não ser explorar a camara quem paga as tuas deslocacões aos fim de semana nos carros da autarquia


Agora para acabar com chave de ouro tu e os comunista dizem que os outros partidos se vendem ao grande capital, e tu xulo que foste vender um terreno que foi doado à camara não te vendeste ao Belmiro de Azevedo (Sonae) quanto meteste ao teu bolso com este negocio, junto às escolas se o transito já era uma merda agora vai ser inferno, mas voces comunistas de merda, gastaste o dinheiro e carros e carrinhos só tens um nome xulo ladrão corrupto.

Por fim mais havia para dizer, mas só espero que vais embora MORRER LONGE SE possivel contra um chaparro.

ladrão xulo
corrupto
comunista de merda
vai-te fuder


Recebi esta carta anónima há seis anos. Foi um sucesso total, com cerca de 7.500 leituras. Nada como uma carta anónima para espicaçar a curiosidade. A carta fez-me rir com gosto. Em especial pelo poema final "ladrão xulo / corrupto /comunista de merda / vai-te fuder". Seis anos passaram. Desejo ao bravo anónimo longos anos de vida. E dedico-lhe este desenho de Henrique Ruivo, pedindo-lhe que não dê ouvidos à reação.

Canastro é a alcunha da minha família, na Amareleja (mesmo em Moura, há amigos que assim me tratam). Cabo Canastro era o nome pelo qual o meu avô, Francisco Ferreira (1910-1989), era conhecido.



quinta-feira, 4 de maio de 2023

QUANDO O GOVERNO SE AUTO-SUSPENDEU

Bem vistas as coisas, quase (eu disse quase...) tenho saudades de políticos assim.

O almirante Pinheiro de Azevedo (1917-1983) igual a si próprio.

O melhor de tudo? O final: "e eu agora... eh pá, vou almoçar, pá!".


VÊM AÍ OS TURISTAS! VÊM AÍ OS TURISTAS!

Restaurantezinhos popular, aqui perto do local de trabalho (não digo o nome).

Entra um casal nórdico (suecos, noruegueses, algo assim, pelo linguajar) bcbg. Começaram por se portar bem: uma dose de sardinhas assadas para cada um. Assim à homem, mainada. Depois a coisa descambou. Pediram água das pedras. Na mesa ao lado estava um trabalhador de umas obras ali perto, habitué do sítio, despachando uma travessa de dobrada com meio litro de tinto. Olharam para ele com curiosidade zoológica. Para mim nem tanto, ninguém liga a pré-velhotes. Ainda eu estava com alguma esperança no universo quando o dono lhes apareceu com um galheteiro com azeite. Esbracejaram muito horrorizados, que não!, que não! Então não querem ver que aquelas almas comeram as sardinhas assim peladas, sem tempero?

Comentei o facto com o dono do restaurante. O melhor foi a resposta dele. Olhou para mim e disse: lá na cozinha eu já tinha posto um pouco de azeite. Chama-se a isso sapiência, digo eu.


ORGANISER

É um clássico dos aniversários e dos natais. Oferecem-nos bem intencionados organisers. Às vezes com capas em cabedal e tudo. Já me aconteceu, várias vezes. Ao fim de duas semanas, os organisers são uma balburdier. Há folhas rasgadas, separadores fora do sítio, etc.

Os apontamentos das imagens - deliberadamente esborratadas - são os rascunhos da planificação dos próximos 30 dias. Gosto de trabalhar em folhas largas e enchê-las da garatujas. Fiel a um princípio: desarrumado, mas organizado.


quarta-feira, 3 de maio de 2023

INSPIRAÇÕES SONORAS: MADALENA MASSANO & VOZ

Terceiro vídeo de seis.

Madalena Massano com um excerto da "Carmina Burana", de Carl Orff, ocupa, com a sua voz, todo o Panteão Nacional.

O vídeo foi produzido pela videoteca da Câmara Municipal de Lisboa.

CAMBIO POR LA ESPALDA

Gosto muito de ver fazer isto.

Sobre a discussão em torno deste passe ver: https://www.toreoyarte.com/technique/el-mal-nombrado-pase-cambiado-por-la-espalda/

terça-feira, 2 de maio de 2023

STARDUST MEMORIES Nº. 68: AVIS DE RECEPTION

Deve ser o exemplo derradeiro de uso da língua francesa neste tipo de documentos. Ainda tive carta de condução das antigas, rosadas e luso-francesas, como este aviso de receção. Que continua a ser, gloriosamente, bilingue (português-francês), herança dos tempos em que Paris era a luz cultural do ocidente. Por quanto tempo mais?

EM MINHA DEFESA

Há palavras que se gastam com tanto uso. E que, depois, deixam de fazer sentido. Uma das mais absurdamente gastas é, nos últimos, tempos, a palavra icónico (e seus derivados).

Usei pouco as palavras ícone (dez vezes), icónico (uma vez) e icónica (duas vezes) ao longo que quase 15 anos, em mais de 7350 textos. É pouco e é demasiado. Acabo de rever textos e cortei isto para menos de metade.

Curiosamente, a palavra ícone foi usada mais a propósito, e há mais de uma década.


Um ícone a sério (o Cristo Redentor), de Andrei Rublev, de inícios do século XV:

segunda-feira, 1 de maio de 2023

CINCO QUILÓMETROS DE PAISAGEM

O meu bisavô José Perfeito (1887-1975) nunca foi a Beja. Tinha nascido em Aldeia Nova de S. Bento e viveu toda a vida em Moura. Em 1973 ou 1974, o meu pai ainda pensou levá-lo a Lisboa. Mas a saúde do avô Zé era frágil e ele optou por não o sujeitar a uma viagem longa.

A redação de um trabalho de investigação sobre as vias medievais tem-me levado a recordar, muitas vezes, o avô Zé. Lembro-me muito bem dele, sentado na sua cadeira de braços, na cozinha da Avenida da Salúquia, nº. 34. Quase sempre sorridente, quase sempre silencioso.

Do mundo, levou a imagem do sítio onde nasceu, de Moura e da Herdade da Defesa, onde laborou toda a vida. Foi trabalhador rural até o corpo ceder, numa idade já avançada. Um homem digno.

E tenho-me lembrado, sistematicamente, dele porque o percurso de casa para o campo, com regresso ao fim do dia, foi o quotidiano de quase toda a gente, até tempos recentes. Do mundo se saia conhecendo os poucos quilómetros de paisagem que permitiam a ida e vinda num mesmo dia, antes que o sol se escondesse. Viajar? Viajavam os militares, os mercenários, os comerciantes, os aventureiros e, bem entendido, os aristocratas. Uma das minhas bisavós, que trabalhou nos campos do Montijo, contava que tinha visto as luzes de Lisboa, lá ao longe. Essa dúzia de quilómetros que a separava da Civilização nunca foi vencida.

Ao longo de centenas de anos, assim foi. A realidade era imutável, o tempo quase não se movia. Lemos o “Itinerário de Antonino” (que talvez date do século III) ou o “Anónimo de Ravenna” (uma descrição dos caminhos que deverá ter sido escrita no século VIII) e estamos ante idênticas paisagens. Passamos depois às descrições geográficas de Ibn Hawqal, do século X, e de Idrisi, do século XII, e muito poucas coisas mudam. Havia uma estrada ao longo da costa algarvia, outra que se dirigia daí até Alcácer do Sal, e depois para Lisboa. Havia vias que cruzavam o território em direção ao centro da Península. Até ao século XVIII viveu-se nessa realidade lenta. As estradas de macadame, primeiro, os caminhos de ferro, mais tarde, e um rápido acelerar da vida vieram mudar o mundo. Mas, mesmo depois disso, uma vasta maioria de pessoas continuou a viver uma vida modesta, marcada por ritmos antigos. Nascia-se, vivia-se e morria-se num sítio, sem nada se ter sabido do que estava para lá dos cerros que determinavam o fim do mundo conhecido.

Pela minha secretária espalham-se fichas com nomes estranhos como Dimiana, Kanisat al-Gurab, Laqant, Ukasha, Shirush, Byza e outros assim. São esses sítios que me ajudarão, assim o espero, a reconstituir uma malha de caminhos. Por eles passaram gerações de homens, que na retina levaram apenas uns poucos quilómetros de paisagem. É esse mundo mais pequeno e íntimo que me interessa. Mesmo sabendo a impossibilidade que a escrita da História comporta e mesmo com a plena noção que as reconstituições que ensaiamos nos devolvem sombras, mas não a luz plena da realidade de outros tempos.

Crónica de hoje em "A Planície"