sábado, 31 de outubro de 2020
POST SABÁTICO
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
CRÓNICA DOS BONS LALIQUES
O convite para a inauguração tinha chegado dias antes e não estava assim muito convencido a ir. Fim de tarde, covid, as noites que começam cedo etc. Mas havia o nome Lalique e houve um mail do Mariano Piçarra. E sempre era uma quebra na rotina irmos até à Gulbenkian.
Bendito impulso. A sorte de se poder contar com uma visita à exposição, pela mão e com a simpatia da curadora Luísa Sampaio, a felicidade de poder ver o melhor que há para ver, num percurso verdadeiramente excecional e pedagógico, a raridade daquela montagem, entre rosas e transparências que prolongam e multiplicam o espaço, tudo se conjugou para momentos de proveito e de prazer.
Ao Lalique, cidadãos!
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
GUERREIROS E MÁRTIRES - MNAA: 19.11
Aproxima-se, assim o desejamos, o fim de mais um projeto. Foi iniciado em 2018 e passou por uma notável série de inesperadas circunstâncias, que foram sendo ultrapassadas e resolvidas, não sem esforço.
Avança agora a montagem de "Guerreiros e Mártires - a Cristandade e o Islão na formação de Portugal". A inauguração está prevista (nesta fase das nossas vidas já só prevemos) para dia 19 de novembro, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Daqui a três semanas. Como se diz no texto de divulgação, a exposição temporária “Guerreiros e Mártires irá permitir aos visitantes desvendarem as vivências deste importante período. Isso será feito através de um conjunto de peças (ourivesaria, cerâmica de luxo e comum, peças militares, tesouros monetários, pintura, iluminura, escultura, têxteis, marfins e artes do fogo), num projeto envolve que mais de setenta instituições (museus, bibliotecas, igrejas e coleções particulares) de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Marrocos e Reino Unido.
Partilho o comissariado desta exposição com Joaquim Oliveira Caetano, diretor do M.N.A.A., um colega e amigo de várias décadas.
Ver - http://www.museudearteantiga.pt/exposicoes/guerreiros-e-martires
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
NA SÉ DE LISBOA, ATÉ JANEIRO DE 2021
É o final de um processo iniciado em 2012 ou 2013. Foi anunciado como estando quase em 2015. Quase me parece impossível que tenha demorado tanto tempo. Não foi por dificuldades técnicas, nem pela complexidade do catálogo. Apenas e só porque as múltiplas solicitações de todos os intervenientes tornaram esta exposição numa dificuldade inesperada. A partir de terça-feira, por entre o esplendor do tesouro da Sé Patriarcal, poderão ser vistas 29 pinturas de um pintor do século XX, Moita Macedo (1930-1953).
O catálogo, que também coordenei, tem textos de D. Manuel Clemente, do Pe. Vítor Melícias e do autor do blogue. As fotografias, de grande qualidade, são de Fábio Moreira, que fez impossíveis, tendo em conta as condições de trabalho.
Até dia 29.01.2021 há pintura na Sé de Lisboa.
OS PRIVADOS OS PRIVADOS OS PRIVADOS OS PRIVADOS OS PRIVADOS OS PRIVADOS
O disco riscado de sempre. A beatitude dos privados face ao satanismo do que é público. Ao fim de todos estes anos, ainda não engoliram o Serviço Nacional de Saúde, nem o 25 de abril. De acordo com o Prof. Doutor José Gomes Ferreira estamos a caminho de ser a Venezuela da Europa, seja lá isso o que fôr.
O Estado é uma coisa péssima? A questão nunca foi essa. O Estado é uma coisa excelente quando o que é de todos fica ao serviço de alguns (cf. infra). Uma velha tradição das classes dominantes. Os condes e os duques deram lugar às empresas multinacionais, esse outro lugar de beatitude.
Como o jornalismo é, hoje, maioritariamente, uma central de propaganda, a mensagem vai passando. Tal como a obrigação cívica de resistir deve continuar.
Quem escreve estas linhas está, orgulhosa e convictamente, ao serviço da República há 33 anos, 1 mês e 3 dias.
terça-feira, 27 de outubro de 2020
MOURARIA DE MOURA - LANÇAMENTO DO LIVRO (DIA 31.10 - 17 HORAS)
No passado mês de julho resolvemos (o José Gonçalo, o José Finha e eu) avançar com a apresentação do nosso livrinho sobre a Mouraria de Moura. Deveria ter sido no dia 5 de julho.
Entretanto, a situação da pandemia melhorou um pouco e chegámos a pensar que seria possível uma sessão ao vivo. Com grande pena nossa, vemos agora que não há condições para lançamentos "ao vivo".
A sessão terá lugar, de vez, no próximo sábado, 31 às 17:00. Serão intervenientes o Prof. Doutor André Teixeira (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Universidade Nova de Lisboa), que apresentará o livro, e os autores. Será uma sessão curta, entre 20 a 30 minutos. E que marcará o fim da quase-saga que este livro foi.
Dois agradecimentos muito especiais: a Jaime Coll Conesa, Diretor do Museo Nacional de Cerámica (Espanha) e a Isabel Cristina Ferreira Fernandes. Foram autores do prefácio e do posfácio, respetivamente.
Vamos ter livro em dois tempos:1. Esta apresentação virtual, via zoom;
2. O lançamento, real e ao vivo, na Taberna do Liberato, logo que possível. Esperemos que o mais depressa possível.
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
DIA DE S. ANACRONISMO
Jorge Jesus:
Um capitão de equipa não é só escolhido por ter anos de clube. Isso era no tempo do Dom Afonso Henriques.
As entrevistas de J.J. são um manancial. Esta é quase tão boa como a de Eça de Queirós.
domingo, 25 de outubro de 2020
DEPOIS DE CALIGRAFIAS, VIRÁ BOLAMA
Faz hoje dois anos que a exposição "Caligrafias" foi inaugurada, em Évora. Andou depois por cinco outros locais. Regressou a casa, na passada sexta-feira.
2018 (out.) - Évora (Direção Regional de Cultura)
2019 (fev.) - Alvito (Centro Cultural)
2019 (mai.) - Cuba (Biblioteca Municipal)sábado, 24 de outubro de 2020
MIN NADRA ILA SHIRBA
Tarde de trabalho em além-Guadiana. Não mando em mim... O sr. Duarte Darmas obriga-me a usar os minutos livres fotografando e lendo.
Há um par de anos que não ia a Noudar. O sítio tem o esplendor de sempre, um lugar de vigilância que há muito deixou de ter essa função. Noudar vem do verbo árabe NADARA (olhar, ver), tal como o Cerro da Nodre, em Almodôvar. Final de tarde fotografando as antigas portas de Serpa. A velha Shirba não perdeu nada do seu encanto.
Duarte Darmas avança, com toda a confiança.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
MOITA MACEDO - DIÁLOGO NA SÉ
"Moita Macedo - diálogo na Sé" é o título da exposição que pode ser vista na Sé de Lisboa, entre 27 de outubro e 29 de janeiro de 2021.
O projeto, que arrancou em 2013 ou em 2014 (foi anunciado aqui no blogue como "recente" em 22 de março de 2015). Não é que seja complicado, do ponto de vista técnico. É um projeto bem fácil, diga-se de passagem... O pior foi lidar com o Sr. Cronos. E, ultimamente, com a Pandemia. E com outras limitações. Mas o projeto está terminado, haverá exposição e catálogo. A partir de dia 27 de outubro, na sala do tesouro da Sé Patriarcal.
O catálogo, que também coordenei, tem textos de D. Manuel Clemente, do Pe. Vítor Melícias e do autor do blogue. As fotografias, de grande qualidade, são de Fábio Moreira, que fez impossíveis, tendo em conta as difíceis condições de trabalho.
Do meu texto para o catálogo:
Os tons nacarados do algumas das suas obras parecem ter sido pensados para o ambiente operático do tesouro da Sé Patriarcal. Vermelhos cardinalícios, ouro e prata estão perto da cor das pinturas de Moita Macedo. Tal como Cristo Crucificado pertence a este sítio. Foi esse jogo, de temas, de cores, de evocações, de palavras que ecoam na Catedral, que quisemos criar e dele fazer diálogo.
A BOLÍVIA NÃO EXISTE
Teve grande impacto, há meses, a imagem de Patricia Arce, uma autarca boliviana arrastada pelas ruas pelos apoiantes dos golpistas anti-Morales. Houve de tudo, nos jornais desses dias. A cobertura aos acontecimentos foi generosa. A simpatia da imprensa portuguesa por Evo Morales era/é escassa.
Um ano depois, os seus apoiantes ganharam as eleições. Patricia Arce foi eleita senadora. Na imprensa portuguesa, os acontecimentos recentes na Bolívia mereceram escassa atenção. O que não é uma surpresa. Há notícias assim, que não existem.
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
67 MESES VOLVIDOS
No dia 22 de março de 2015 escrevi isto, aqui no blogue:
Castelo de Moura - escavações arqueológicas. Deve ser um dos raros casos em que o segundo volume foi impresso antes do primeiro. Este, por seu turno, já está redigido e em correções. Dois ou três meses mais? Deve ser mais ou menos isso... Para um livro longamente prometido, tem que se lhe diga.
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
UM DIA INESQUECÍVEL: 20.10.2017
No dia 21 de outubro de 2017 escrevi isto:
Fui ontem surpreendido por esta prenda da rapaziada do Gabinete de Informação. Das muitas imagens recolhidas ao longo de quatro anos escolheram esta sequência do outro lado da presidência. Um registo menos formal, em contraponto às horas de gabinete...
Ao mostrar isto a um amigo de longa data, comentou "não achas que vão dizer que andaste o tempo todo a divertir-te?". Respondi que a extensa lista de obras, de iniciativas, de projetos, de foros, de financiamentos, de encontros, de apoios etc. clarificam o que, de facto, se fez. Depois, porque tentei realmente tirar partido dos momentos de descontração. Depois, porque sempre desconfiei dos políticos, dos artistas, dos investigadores etc. que estão sempre em pose e com ar de compungido sofrimento. E depois, na verdade, porque me estou nas tintas para o que pensem ou deixem de pensar os bem pensantes...
Hoje, pela manhãzinha, fui surpreendido pela mensagem de uma jovem safarense recordando-me a data. É engraçado, mas estava convencido que a prenda tinha sido no início do mês, não por esta altura.
Dos anos passados em Moura tenho recordações impressivas deles os três. Perdi a conta ao número de vezes que, em sessões públicas, elas passavam por detrás de mim, murmurando "tem a gravata torta" (um clássico pessoal), "a gola do casaco está dobrada" (outro clássico pessoal), "está todo despenteado" (outro ainda) ou "está ali uma pessoa que já olhou várias vezes para si; deve querer cumprimentá-lo e está com vergonha". Ele esbracejava ao longe, para eu me colocar no sítio certo para fotografar, garantindo, ante a minha eterna dúvida com "aquilo" do autofocus, que a imagem estava focada, com a luz e a velocidade nos sítios certos. Tinha sempre razão.
É mais que evidente que tenho saudades deles os três. E da extraordinária qualidade de trabalho que produziam. Boas fotografias e textos em bom português, sem erros ortográficos ou de sintaxe. Uma tradição que se perdeu.
terça-feira, 20 de outubro de 2020
TERRORISMO E ASPIRINAS
O Sudão vai pagar uma compensação (mais de 300 milhões de dólares) às vítimas e aos familiares das vítimas do terrorismo. O Sudão estava na mira do governo americano.
Fiquei com curiosidade em relação a um ponto. Quem irá indemnizar o Sudão por tropelias como o bombardeamento de uma fábrica de aspirinas?
Ler:
https://www.theguardian.com/world/2001/oct/02/afghanistan.terrorism3
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
CEMITÉRIOS DO PERÍODO ISLÂMICO - DIA 22, EM BEJA
Mais que um tema de trabalho é uma quase "fixação". Trabalhei sobre estas necrópoles há quase 30 anos. Depois, fui pegando e largando, sem objetivo fixo, ainda que por várias vezes tenha pensado em escrever um trabalho monográfico sobre o tema.
Dia 22 retomo, uma vez mais. Irei participar num ciclo de conferências, organizado pela Câmara Municipal de Beja, pela EDIA e pela Direção Regional de Cultura do Alentejo.
Quinta, às 21.30, lá estarei, num regresso a Pax Iulia.
domingo, 18 de outubro de 2020
BROWN UNIVERSITY - MOMENTO MONTY PYTHON
Num documento promovido por alunos lemos coisas como:
We strongly oppose this proposal and urge the Public Art Committee—and any community members or donors who are invested in the role of public art at Brown—to replace both the statue of Augustus and the statue of Marcus Aurelius (currently on Ruth Simmons Quad) with new works of art commissioned from local Black and Indigenous artists.
These monuments [estátuas de Augusto e Marco Aurélio] were brought to our campus with the goal of upholding the ideals of the “perfect” white form, white civilization, white supremacy, and colonialism—ideas that we believe are incompatible with Brown today. Consequently, removing and replacing these statues is a crucial step in confronting such legacies. We see this as a moment of immense opportunity for transformation and reflection, and we hope that the broader campus community, the Public Art Committee, and potential donors will, too.
We recognize that the removal of these statues alone does not constitute decolonization at Brown. Instead, this is one step in a broader project of decolonization by confronting Brown’s institutional and ideological legacies of colonialism and white supremacy. Our focus on monuments is a recognition that these kinds of statues physically and metaphorically occupy our imaginations and understandings of what has passed and what is possible.
Quem difunde coisas deste calibre diz também que
"O que os alunos fizeram, e estão a fazer, é questionar a presença de determinadas estátuas num campus universitário e a propor a sua remoção.
Matias: Escute. Tive um belo jantar e só disse à minha mulher "este linguado é digno de Jeová".
Multidão: Oooooohhhh!
Oficial: Blasfémia! Disse-a outra vez!
MOLDANDO O PASSADO, NO ALANDROAL
Moldando é maneira de dizer, eu não moldo nada, que sou uma total nulidade em bricolages e afins. Na impossibilidade de contarmos com três peças ao vivo na exposição em preparação para o Museu Nacional de Arte Antiga, decidimos que seria importante tê-las sob a forma de réplica. Uma delas é uma inscrição existente no castelo do Alandroal (século XIV). É uma das mais extraordinárias peças de epigrafia existentes em Portugal. Foi pormenorizadamente estudada por Mário Barroca na sua tese. O que tem de tão invulgar? É que o mestre construtor, o Mouro Galvo, teve o atrevimento, a ousadia, o descaramento etc. de iniciar a lápide com a fórmula usada no reino de Granada invocando Allāh, "wa lāgāliba illā-llāh", vertida em caracteres latinos:
LEGALI BI IL ILLALLA DEUS /
E E DEUS SERA POR QUEN EL /
FOR ESE VENCERA EU MOURO G
ALVO FO I MAESTRE DE FAZER EST /
E CASTELO DO ALANDROAL
É uma inscrição pouco conhecida fora "do meio", até pelo local, de difícil visibilidade, onde se encontra.
Irão, as três, poder ser vistas de perto, graças ao talento de Manuel Passinhas da Palma, que as está a preparar com o rigor que lhe é habitual. Aqui fica o negativo da lápide do Alandroal, em jeito de teaser:
sábado, 17 de outubro de 2020
SE ELES ACHAM MAL, É PORQUE A IDEIA É BOA
Que Rui Ramos, cada vez mais radical e fanatizado, ataque a ideia é bom sinal. Alguma virtude a ideia deve ter.
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
DISTANCIAMENTO E MAIS DISTANCIAMENTO
Ontem "estive" na Universidade Aberta como arguente de uma distinta dissertação de doutoramento. O candidato era o mourense Paulo Jorge dos Reis Godinho. A tarde foi mais intensa e longa do que esperaria, embora este modelo do zoom me desagrade mais do que possa dizer. O tema em discussão - a obra de Apríngio - poderá, caso o novo Doutor assim o entenda, ser o ponto de arranque para novas e mais aprofundadas investigações. O caminho ficou aberto.
Aqui fica a "foto de família" que foi possível fazer...
Da esquerda para a direita, e de cima para baixo:
1. Paulo Godinho; o autor do blogue (Univ. Nova de Lisboa); Ana Jorge (Univ. Católica)
2. João Luís Cardoso (Pres. júri - Univ. Aberta); Sónia Fonseca (técnica - Univ. Aberta); Nuno Simões Rodrigues (Univ. Lisboa)
3. Adelaide Millán da Costa (Univ. Aberta); Maria Filomena Andrade (Univ. Aberta)
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA E TURISMO
Razões de ordem profissional/académica impedem-me de ir até ao Aljube cumprimentar com amizade a Vanessa Gaspar e o Nuno Colaço e assistir à intervenção que irão fazer no âmbito do encontro "Investigação arqueológica e turismo". Sigo sempre estes temas com o natural interesse de quem está no meio.
Os materiais que irão ser apresentados foram recolhidos na campanha de escavações de 2004 (já lá vão 16 anos, caramba...), na unidade estratigráfica 69 ou 70, algo assim. Cito de memória e elas são umas centenas. Recordo a forma jubilosa como tudo aquilo foi escavado, a surpresa de encontrarmos centenas de fragmentos de garrafas e uma intacta. Que teve lugar de destaque na exposição "Água - património de Moura", já lá vão também uns anitos.
Sempre defendi, continuarei a defender, princípios básicos nestas coisas da arqueologia, do património e dos museus:
1. Que é preciso trabalho continuado e consequente;
2. Que é preciso conhecimento e aprofundamento do conhecimento;
3. Que é preciso divulgar, e que essa divulgação deve, em primeira instância, seguir modelos formais (exposições, catálogos), que não devem excluir as modernas plataformas de informação.
Nada disto é compatível com amadorismos, com a ignorância militante e fofinha de que fazem uso alguns autarcas sem preparação, com atitudes babacas e com o uso do Património na lógica do "ó-patego-olhó-balão".
A intervenção de hoje, num encontro marcado pela qualidade, é de saudar. Pelo que daqui vai um abraço virtual, mas real apesar dos distanciamentos, para a Vanessa e para o Nuno.
Moura on my mind, como no blues? Sempre. Depois de fechar o ciclo das exposições lisboetas (na Sé dentro de dias, no Museu Nacional de Arte Antiga no próximo mês, volto a atacar Moura. Salvo seja 😊.
terça-feira, 13 de outubro de 2020
IGREJA DE SANTA ISABEL - O CÉU QUE NOS PROTEGE
Ontem à tarde foi tempo para rumar à Igreja de Santa Isabel, em Campo de Ourique. A escassos 150 metros da escola onde fiz os meus exames do 12º. ano...
Teve lugar, na própria igreja, a cerimónia de entrega do Prémio Vilalva, instituído pela Fundação Calouste Gulbenkian e cujo júri integro. A cerimónia foi presidida pelo Presidente da República, que fez uma bela intervenção sobre a aquele espaço e sobre o seu significado. Tiveram ainda papel de destaque, com palavras certeiras, a Dra. Isabel Mota (presidente da FCG), o Prof. António Lamas (presidente do júri), o Pe. José Manuel Pereira de Almeida (pároco de Santa Isabel) e o arq. João Appleton,(coordenador do projeto).
A reabilitação da Igreja de Santa Isabel, projeto de Carlos Mardel (nem mais, nem menos) é uma empresa digna de registo, a todos os níveis. Pelo rigor da obra, pela investigação aprofundada que a acompanha, pela inovação que foi introduzida na igreja. Não quebrando qualquer tipo de sigilo, o que me conquistou o coração foi a espantosa pintura de Michael Biberstein. Barroco assim, no século XXI, projetando o espaço interior em direção ao céu? Pode ser? Pode, claro que pode.
"No meio disto", ainda houve lugar a uma grata surpresa. Dois importantes membros da equipa do projeto têm ligações a Moura: o Prof. Vítor Serrão é co-autor de um livro sobre pintura religiosa da minha terra; o Eng. Vítor Vajão é autor dos projetos de iluminação da igreja de Santo Aleixo e do Edifício dos Quartéis. E foi o responsável pela iluminação da exposição "Água - património de Moura".
Um belo final de tarde, no calor tépido de Lisboa.
Fotografia - Paulo Catrica
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
E JÁ HÁ PLANOS PARA 2021
Assim isto corra bem, claro. Começa na quarta-feira o curso online "Portugal, uma retrospectiva", que é resultado direto da coleção sobre História de Portugal dirigida por Rui Tavares. O projeto é uma parceria Público / Tinta da China / Instituto de História Contemporânea / NOVA FCSH / Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
"Entramos em cena" (o Fernando Branco Correia e eu) no dia 17 de março de 2021. A propósito do ano de 929. O que leva ao califado, e o que acontece depois. Acho / achamos que vai correr bem.
Informações em: https://www.publico.pt/cursoportugalumaretrospectiva/programa
domingo, 11 de outubro de 2020
LE PAON SANS CRAVATTE
Em França dava um bom nome de restaurante, daqueles caros.
Em Portugal é um an-do-li-tá que diz muito sobre alguém. Quando não se consegue escolher entre o opressor e o oprimido. Cunhal não dá? OK. Então e Bento Gonçalves? E Catarina Eufémia? E Alex? E Dias Coelho? Assim já pode ser?
É só seguir o link...
https://twitter.com/arquivo_pt/status/1314536089743364098?s=20
sábado, 10 de outubro de 2020
NO CLAUSTRO DA SÉ
Visita, ontem, às escavações da Sé de Lisboa. Um percurso e uma explicação para os professores de Arqueologia das Faculdades de Letras (UL) e de Ciências Sociais e Humanas (UNL). Detalharam todo o processo João Carlos Santos (Subdiretor da DGPC) e as responsáveis pela escavação, Alexandra Gaspar e Ana Gomes.
Independentemente das questões interpretativas, das funções precisas de cada espaço, ou de afinações cronológicas, um dado se (nos/me) tornou evidente: o que foi posto à luz do dia é demasiado relevante para ser destruído ou removido. Repito o que já escrevi, e que causou algumas discordâncias: sendo impossível mostrar, é preferível manter, cobrindo e protegendo.
Assinei um compromisso no início da visita, segundo o qual não poderia tirar fotografias. Não tiraria, em qualquer dos casos. Aqui fica a única, bem protegido e fazendo publicidade à FERROVIAL.
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
CASTELO DE MOURA - FAÇA-SE LUZ!
E ao falar do Castelo de Moura, não é que me esqueci da iluminação? Ainda por cima, um projeto ao qual estive pessoalmente ligado. Um processo construído, pago e instalado e que, por razões que agora não são relevantes, não foi possível por em funcionamento em 2017. Em fevereiro de 2018 escrevi isto: Testes de luz, feitos há uns anos, no Castelo de Moura. Um trabalho brilhante, literalmente, de Maria João Pinto-Coelho. Este foi dos projetos que não tive oportunidade de terminar. Um dia será terminado, seguramente. Hoje, a iluminação do Castelo de Moura foi parcialmente ligada. Falta a Torre de Menagem, nas suas quatro faces. Se isso for feito, fico contente, claro. Gosto sempre de ver que são concluídos projetos nos quais trabalhei.
Registei a fachada do convento, transformada em cara. Ou em carranca, melhor dizendo. Os olhos cheios de luz, como escreveu Baudelaire. Les fleurs du mal, ainda e sempre.
Le flambeau vivant
Qu'un Ange très savant a sans doute aimantés ;
Ils marchent, ces divins frères qui sont mes frères,
Secouant dans mes yeux leurs feux diamantés.
Me sauvant de tout piège et de tout péché grave,
Ils conduisent mes pas dans la route du Beau ;
Ils sont mes serviteurs et je suis leur esclave ;
Tout mon être obéit à ce vivant flambeau.
Charmants Yeux, vous brillez de la clarté mystique
Qu'ont les cierges brûlant en plein jour ; le soleil
Rougit, mais n'éteint pas leur flamme fantastique ;
Ils célèbrent la Mort, vous chantez le Réveil ;
Vous marchez en chantant le réveil de mon âme,
Astres dont nul Soleil ne peut flétrir la flamme !
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
O QUERIDO CASTELO ONDE NASCI...
Ontem foi Dia dos Castelos.
Não nasci no Castelo de Moura, bem entendido. Mas parte da minha carreira profissional esteve/está ligada aquele sítio. De certo modo, "nasci ali". Conheço bem o castelo, do ponto de vista da História e da Arqueologia. E lá levarei os meus alunos do Mestrado em Património, da Universidade Nova de Lisboa, na próxima primavera. É sempre com inescapável emoção que ali vou. Assim será sempre.
Há peças das várias escavações realizadas em Moura que estarão, em breve, numa grande exposição, no Museu Nacional de Arte Antiga. Como comissário científico de "Guerreiros e Mártires" escolhi-as, sem bairrismo bacocos. A importância patrimonial do sítio justifica a seleção.
Em 1989 comecei as escavações arqueológicas no Castelo de Moura. Foi um trabalho que foi sendo (dês)continuado: 1990 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2007 / 2008 / 2010 / 2011 / 2012 / 2013 / 2017 / 2018 / 2019. Primeiro a solo, depois com Vanessa Gaspar, mais tarde também com José Gonçalo Valente. Um processo longo e com resultados palpáveis. Foi publicada uma memória de escavação, disponível online. Em 2012 abriu ao público a Torre de Menagem. Um projeto iniciado em 1989 e cuja evolução dava um romance. Depois, em 2013, foi a vez do posto de turismo. As escavações continuaram. A investigação prossegue. A divulgação do sítio também.
Sigo sempre com grande interesse estes temas. Continuo a defender - isso mesmo digo aos alunos - o primado das infraestruturas e do trabalho aprofundado e consequente. Transformar o Património em animação folclórica dá fotografias e umas coisas bacocas no facebook. Mas não cria valor acrescentado.
No meio disto, vem-me sempre à memória a ária Al dolce guidami. Anna Netrebko canta-a de forma emotiva. Sinal dos tempos e do correr do tempo. Não me passaria pela cabeça, em 1989, dizer que gostava desta ópera. Agora sim. Mas já passaram 31 anos.
Dentro de dias será apresentado um livro sobre Moura. Há outros em preparação.
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
UM DIA DESTES, ASSINO O "EXPRESSO"
Assim, começa a valer a pena. Primeiro, foi a fuga de informação a propósito de uma entrevista a António Costa, em que este dizia dos médicos o bom e o bonito. Depois, viram Jerónimo de Sousa num sítio onde ele não esteve (MILAGRE! MILAGRE!). Hoje, de manhã, dei com isto no telemóvel. O "Expresso" lançou uma notícia que não era verdadeira, com a nota (repetida) NÃO PUBLICAR. Como se costuma dizer "então, pá?".
MEMÓRIA DOS SÍTIOS E DOS NOMES
É um daqueles projetos que parece tudo menos provável. Nunca tal me tinha ocorrido antes de meados de 2018. A dada altura, achei importante fixar a memória dos edifícios de uma determinada instituição pública. Que, ao longo de quase 100 anos, tinha povoado todo o território português com as suas construções. A maior parte dos edifícios ainda está em uso, uns quantos foram vendidos, em dois ou três casos foram demolidos e deles temos apenas recordações em papel fotográfico.
Creio ser uma característica muito nossa, a do negligente ou deliberado esquecimento do passado. Queimamos arquivos com a maior descontração, derrubamos muralhas ou construções relevantes, apagamos os vestígios da nossa memória coletiva sem pestanejar, deixamos para trás obras escritas, ignoramos com a maior arrogância o património popular. Neste último caso, sem nos darmos conta da riqueza excecional que representa a diversidade dos modos de vida, das maneiras de falar, das ancestrais formas de construir. É, seguramente, um problema de educação e de cidadania. Ao qual não fomos capazes, até hoje de dar resposta. Sinto, naturalmente, responsabilidades profissionais neste domínio.
Voltando ao tema de início, pareceu-me importante registar as localizações, os desenhos e as autorias desses imóveis. Um trabalho que, creio, deveria ser levado a cabo noutras entidades. Não só ao nível académico (o de Joana Brites é de consulta obrigatória), mas com a finalidade de pública divulgação, de registo e de fixação da memória dos sítios e dos nomes.
Os 175 edifícios por onde fui passando têm uma memória desigual quanto ao seu estado de origem. Uns foram mais modificados que outros. Alguns estão espantosamente bem conservados e parecem de História recente. Os arquitetos da chamada Escola do Porto estão ausentes. Com exceção de um distinto projeto de Fernando Távora em Aveiro. Com uma ou duas exceções, os pós-modernos não aparecem. Ainda bem. Pelo País dentro, fui dando com uma verdadeira parada de estrelas. Há desenhos de Gonçalo Byrne, de Carrilho da Graça, de Hestnes Ferreira, de Nuno Teotónio Pereira, de Francisco Conceição Silva, de Porfírio Pardal Monteiro. Ou de outros menos conhecidos, como José Rafael Botelho ou como Chorão Ramalho. Ambos muito apreciados pelos da minha geração, refira-se. O Estado Novo deixou a sua marca de norte a sul. Cristino da Silva sobrevive em Castelo Branco. Dois nomes destacam-se neste panorama: António Reis Camelo e João Simões. Este último foi o autor do projeto do antigo Estádio da Luz, mas só o soube através de um amigo arquiteto. Um outro nome “perseguiu-me” meses a fio, sem qualquer pista, para além do nome em si, até descobrir que na secretária ao lado (!) trabalhava uma senhora com ligações à família. Trata-se do pouco conhecido e verdadeiramente talentoso Raul Martins, que na sua curta carreira (faleceu em 1934, aos 42 anos) desenhou o antigo Cinema Europa, o Jardim Cinema ou, para a Caixa Geral de Depósitos, os edifícios de Santarém, Póvoa de Varzim ou Angra do Heroísmo. Todos eles com profundas, e quase nunca boas alterações, feitas logo após o seu falecimento. Pode ser falha minha na pesquisa, mas não encontrei um só trabalho monográfico (tese de mestrado ou ensaio) sobre este arquiteto.
Quando terminar o périplo de oito semanas (no sábado, dia 3, que este artigo está a ser escrito no dia 30 de setembro) terei percorrido mais de 16.000 quilómetros de carro, mais uns 5.500 de avião, terei cruzado mais de 85 % dos concelhos do nosso País e feito cerca de 11.000 imagens. A missão estará cumprida quando o livro sair, em 2021. Ficará terminado este percurso, em nome da memória dos sítios, dos edifícios e dos nomes. Um domínio que tantas vezes negligenciamos, como se de uma ucronia se tratasse. E não é.
Texto publicado em "A Planície"
terça-feira, 6 de outubro de 2020
CHÃO NEGRO
Ó Alentejo dos pobres
Reino da desolação
Não sirvas quem te despreza
É tua a tua nação.
Não sirvas quem te despreza
É tua a tua nação.
Não vás a terras alheias
Lançar sementes de morte
É na terra do teu pão
Que se joga a tua sorte.
É na terra do teu pão
Que se joga a tua sorte.
Terra sangrenta de Serpa
Terra morena de Moura
Vilas d'angústia em botão
Dor cerrada em Baleizão.
Ó margem esquerda do verão
Mais quente de Portugal
Margem esquerda deste amor
Feito de fome e de sal.
Margem esquerda deste amor
Feito de fome e de sal.
A foice dos teus ceifeiros
Trago no peito gravado
Ó minha terra morena
Como bandeira sonhada.
Ó minha terra morena
Como bandeira sonhada.
Terra sangrenta de Serpa
Terra morena de Moura
Vilas d'angústia em botão
Dor cerrada em Baleizão.
MOMENT VOLTAIRE
L’univers m’embarrasse et je ne puis songer que cette horloge existe et n’ait pas d’horloger.
Não me perguntem porquê, mas sempre que olho para esta fotografia, penso que é isso que Marques Mendes está a dizer a Fidel Castro...
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
JUAN ROMERO (1919-2020)
Faleceu Juan Romero, o último sobrevivente espanhol dos campos de concentração nazis. Nunca dele tinha ouvido falar e mais espantado fiquei ao saber que só há poucos meses, e quando já cumprira 101 anos, o governo do seu país de origem se lembrou de lhe agradecer o facto de ter lutado contra o franquismo e pela democracia.
É uma história absolutamente invulgar, e que pude ler ontem, no El Diário online:
domingo, 4 de outubro de 2020
JOÃO LEMOS ESTEVES E WIZ KHALIFA
Mel Brooks tem 84 anos, Woody Allen vai cumprir 85, John Cleese faz 80 este mês. O mundo dos comediantes está a ficar bisonho. Eis que surge João Lemos Esteves. Os gags são pegados. O último é que a filha do presidente americano é conhecida em Portugal como Rainha Ivanka Trump. Cada um tem os "fetiches" que pode ou Le Portugal c'est moi, dirá JLE. Já agora, a tal de Ivanka é a do lado direito, na fotografia.
Prometo que não volto a falar da criatura até final do ano.
(não posso contar uma história que envolve príncipes e reis e uma Ivanka que não se chamava Ivanka, devido à moralidade vigente...)
COREOGRAFIA VASCAÍNA
Vasco da Gama está ali plantado, ao fim da Rua Direita. O google maps diz que é uma "atração turística". Lá isso é. Interrompi o telefonema que estava a fazer para fotografar este animado grupo de jovens, que resolveram imitar o passo em frente do navegador para fechar a noite. Arte sendo útil...
sábado, 3 de outubro de 2020
AINDA A MESQUITA DE LISBOA - II
Os professores universitários na área da arqueologia entenderam, através do presente comunicado, tomar posição relativamente às notícias que têm vindo a lume relativamente a achados de época medieval islâmica surgidos no âmbito do projecto de valorização da Sé de Lisboa.
Por um lado, cumpre-nos sublinhar que os dados conhecidos até ao momento são inequívocos relativamente à excepcionalidade científica e patrimonial dos achados, tratando-se de estruturas associadas ao complexo da mesquita maior da cidade de Lisboa em época islâmica, singulares no contexto nacional e relativamente raros no panorama europeu. De resto, já há anos que se conheciam vestígios deste período no claustro da Sé, não tendo, contudo, à época sido possível interpretá-los cabalmente. As imagens divulgadas até ao momento mostram vários compartimentos de grande monumentalidade, ocupando uma área e com um grau de preservação assinaláveis, tornando imperiosa a sua conservação e desejável a sua valorização.
Por outro lado, é impensável que um projecto de valorização de um momento classificado da importância nacional como é a Sé de Lisboa destrua as suas preexistências. Em Portugal afirmou-se globalmente nos últimos anos o princípio da conservação pelo registo, em que se os achados arqueológicos são sistematicamente eliminados em operações de reabilitação urbana, de saneamento, ou da construção de equipamentos públicos, num equilíbrio sempre frágil entre a preservação do passado e as necessidades prementes do presente. No entanto, o caso presente é o de um projecto de valorização patrimonial, pelo que é paradoxal a eliminação de estruturas deste valor. É de rejeitar em absoluto a ideia de deslocalização dos vestígios, uma prática abandonada há muitas décadas pelas mais elementares normas internacionais. Não é igualmente sustentável que a preservação dos vestígios ponha em causa a integridade da Sé, tendo a engenharia mostrado, em vários pontos da Europa, as possibilidades de compatibilização em situações idênticas à presente. Em todo o caso, não sendo possível a valorização, é sempre viável o seu aterro, regressando-se à situação prévia à deste projecto garantindo, deste modo, a preservação destes achados singulares para gerações vindouras.
A academia está aliás, como sempre esteve, disponível para ajudar a encontrar as melhores soluções.
É este o texto que está a circular pela comunidade científica e do qual, juntamente com colegas da Universidade Nova de Lisboa (André Teixeira, Catarina Tente, José Carlos Quaresma, José Bettencourt e Rodrigo Banha da Silva), sou um dos primeiros subscritores. O apoio tem sido, de norte a sul, muito relevante. Continuo confiante num desenlace positivo.
Eis a lista completa de subscritores:
Amílcar Guerra (ULisboa), Ana Bettencourt (UMinho), Ana Catarina Sousa (ULisboa), Ana Margarida Arruda (ULisboa), André Carneiro (UÉvora), André Teixeira (UNovaLisboa), Andrea Martins (ULisboa), Andreia Arezes (UPorto), António Faustino Carvalho (UAlgarve), António Monge Soares (ULisboa), Armando Redentor (UCoimbra), Carlos Fabião (ULisboa), Carlos Rellán (UNovaLisboa), Catarina Tente (UNovaLisboa), Catarina Viegas (ULisboa), Elisa de Sousa
(ULisboa), Francisco Caramelo (UNovaLisboa), Helena Catarino (UCoimbra), Helena Paula Carvalho (UMinho), João Cascalheira (UAlgarve), João Luís Cardoso (UAberta), João Marreiros (UÉvora), João Muralha (UCoimbra), João Pedro Bernardes (UAlgarve), João Zilhão (ULisboa), Jorge Custódio (UNovaLisboa), Jorge de Alarcão (UCoimbra), Jorge de Oliveira (UÉvora), José Bettencourt (UNovaLisboa), José Carlos Quaresma (UNovaLisboa), José d'Encarnação
(UCoimbra), José Meireles (UMinho), Lara Bacelar (UCoimbra), Leonor Medeiros
(UNovaLisboa), Leonor Rocha (UÉvora), Luís Fontes (UMinho), Luiz Oosterbeek (IPTomar), Manuela Martins (UMinho), Maria da Conceição Lopes (UCoimbra), Maria de Jesus Sanches (UPorto), Maria João Valente (UAlgarve), Mariana Diniz (ULisboa), Mário Barroca (UPorto), Nuno Bicho (UAlgarve), Pedro C. Carvalho (UCoimbra), Raquel Vilaça (UCoimbra), Ricardo Costeira da Silva (UCoimbra), Rodrigo Banha da Silva (UNovaLisboa), Rui Centeno (UPorto), Rui Morais (UPorto), Santiago Macias (UNovaLisboa), Susana Gómez Martínez (UÉvora), Telmo Pereira (UAutLisboa), Vasco Gil Soares Mantas (UCoimbra), Victor S. Gonçalves (ULisboa)