quinta-feira, 31 de outubro de 2024
EÇA DE QUEIROZ NO PANTEÃO NACIONAL - 8.1.2025
RUBEN AMORIM
Aparentemente, irá sair do Sporting e rumar a Inglaterra. Depois de uma carreira mediana como futebolista, lançou-se como treinador. Rapidamente, mostrou o que sabia.
Achei mais invulgar o primeiro título que conquistou (2020/21) do que o mais recente. Pela surpresa e pelo pragmatismo com que geriu a época e um plantel tido como pouco experiente.
Não comento a questão da saída nem os termos, porque só comento o que conheço. Há um dado que tenho como certo: o pouco salutar ambiente do futebol português tem muito a perder com a partida de Ruben Amorim. É raro ver um treinador resistir à gritaria e manter a calma e a compostura. Um homem com nível. Oxalá a aposta lhe corra bem.
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
ÁFRICA(S)
Duas imagens da exposição do MAAT, Black Ancient Futures. Peças de leitura política, como a do zambiano Nolan Oswald Dennis ou a da dinamarquesa de origem caribenha Jeannette Ehlers, não foram suficientes para dissipar o meu ceticismo em tempos de engajamento político radical, mas inconsequente.
terça-feira, 29 de outubro de 2024
CATAVENTOS
Um belo final de tarde na Casa do Alentejo, onde fui convidado a apresentar "Cataventos do concelho de Moura", de Luís Filipe Maçarico e Ana Isabel Veiga. Uma mais que meritória iniciativa da ALDRABA. De levantamentos assim se faz a construção da memória coletiva. Como me sublinhava Cláudio Torres, há muitos anos, este é o "outro património", o que não é o das volutas, o de Veronese, que nao é nem apolíneo, nem de tapetes fofos. É o dos outros...
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
EL WILLIAM KLEIN
Há algum tempo que não via uma exposição com o prazer com que me cruzei com as imagens e os sons de "O mundo inteiro é um palco". Uma evocação da obra de William Klein (1926-2022). O catálogo será lido mais tarde. Para já, fica a obra notável de um homem que passou pelo foto-jornalismo, pelo cinema, pela publicidade, pela pintura, pelo desenho...
O seu interesse pela vanguarda soviética (em baixo) terá tido reflexos numa obra de 1952 (em cima)? Parece-me que sim, mas eu não sou crítico de arte...
domingo, 27 de outubro de 2024
APOCALYPSE NOW - 45 ANOS SEM UMA RUGA. E CONTUDO...
PETRA...
Em Petra apareceu uma sala desconhecida com 12 esqueletos. Toda a gente ficou a pensar o mesmo, não é?...
A palavra nabattiyya aparece numa crónica árabe (Ibn al-Athir, se não me falha a memória) supostamente com o sentido de cristão. Tudo isto é estranho e intrigante.
A fotografia foi feita em dezembro de 2006, depois de uma muita longa caminhada pelos cerros, até ficar quase em frente ao Khazneh.
sábado, 26 de outubro de 2024
STARDUST MEMORIES Nº 79: PUXAR O AR
Noutras eras, muitos carros tinham esta patilha. Os carros, quando estavam frios, tinham a irritante mania de ir abaixo. Uma coisa muito frequente, em particular nos dias de inverno. Escapavam dessa maldição os maravilhosos VW Carocha, que arrancavam e pronto, com aquele inconfundível som de traineira.
A patilha diminuía o acesso do ar no carburador e enriquecia a mistura com mais gasolina (foi essa a explicação que me deram), o que fazia com que o "ir abaixo" fosse menos provável.
Uma senhora minha amiga foi protagonista de uma história dessas, há quase 50 anos. O carro era um Austin 1300. O local era o fim da rua da jopal, em Moura. O dia era um sábado de festa, no princípio de outubro. Ainda se andava de carro no centro da vila nos dias de festa... Receosa de deixar o carro morrer no cruzamento, e ante a habitual aglomeração de público masculino naquele sítio, resolveu, perto do final da rua, puxar o ar e acelerar ao mesmo tempo. Ambos os gestos terão pecado por exagero. Resultado: o motor do Austin 1300 fez um barulho lancinante, semelhante a um Boeing 727 arrancando para a descolagem. Um dos homens à esquina gritou "fuuujaaammm", provocando o riso dos outros, e eram muitos. A senhora jurou nunca mais tocar naquela patilha.
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
E NÃO ARRANJAS UM ASTROLÁBIO AQUI MAIS PERTO?...
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
QUANDO OS JOGOS TERMINAVAM...
Há muito que isto não se vê.
Quando os jogos terminavam as almofadas alugadas eram arremessadas para as bancadas e para o terreno do jogo. Uma selvajaria, murmurava o meu pai.
Porque razão isto aparece aqui? Porque há imagens de coisas quase esquecidas, de um mundo antigo e bruto, que, de vez em quando, me aparecem. O correr do tempo e o passar dos anos têm destas coisas.
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
ERASMO, SAI DO COMBÓIO!
terça-feira, 22 de outubro de 2024
DE MONTREAL A OSLO PASSANDO POR PRETÓRIA
Uma manhã um pouco diferente, a de ontem.
Visita guiada para 13 representantes (de quatro continentes!) do corpo diplomático. Estiveram no Panteão as embaixadoras da África do Sul, Alemanha, Canadá, Costa do Marfim, El Salvador, Eslovénia, Irlanda, Noruega, Palestina, Polónia, Sérvia, Suécia e a representante da Comissão Europeia em Portugal.
segunda-feira, 21 de outubro de 2024
SETE ANOS VOLVIDOS...
Termino com a citação de um texto. Ainda e sempre os caminhos. Sublinho, neste caso, decisões pessoais. De “A estrada que não foi seguida”, de Robert Frost: “Duas estradas separavam-se num bosque, e eu / Eu segui a menos percorrida / E isso fez toda a diferença.” Continuarei, com toda a convicção a seguir, solidário e solitário, a percorrer os caminhos em que acredito. Com esta minha terra e com esta minha gente sempre no meu espírito e sempre na minha memória.
Assim me despedi, na tarde de 21 de outubro, das minhas funções públicas em Moura. Retomei o percurso. Com convicção e entre fundas incertezas profissionais. Lancei-me ao trabalho. 2018/2019, na Câmara de Lisboa, 2020 noutra entidade pública, a partir de 2021 no Panteão Nacional. Regressei à produção de publicações (como autor, coordenador ou promotor). Foi, profissionalmente, a melhor parte. Assim traduzida:
2018
Caligrafias, ed. de autor [fotografia] - autor
2019
Mesquitas, ed. C.M. Mértola [fotografia] - autor
929, ed. Tinta da China - co-autor
2020
Moita Macedo [catálogo de pintura] - coordenação
Guerreiros e mártires, ed. Museu Nacional de Arte Antiga [catálogo de exposição] - coordenação
2021
Bolama, ed. Multiculti [fotografia] - autor
2022
Movra Medievalis, ed. Multiculti - co-autor
Panteão & Panthéon, ed. Panteão Nacional [catálogo de exposição] - coordenação
Duarte Darmas - do cálamo ao drone, ed. Multiculti - autor
Mulheres Mecenas, ed. Caleidoscópio - coordenação
2023
Mértola, ed. C.M. Mértola [fotografia] - autor
Thalassa! Thalassa!, ed. Panteão Nacional [catálogo de exposição] - coordenação
Caixa Geral de Depósitos - património arquitetónico, ed. Caixa Geral de Depósitos - co-autor
2024
Portugal 1975, ed. Postcart [catálogo de exposição] - coordenação
Sophia por José Manuel dos Santos, ed. Caixa Geral de Depósitos - coordenação
Foram 14 publicações em sete anos. Deverá haver mais duas até dezembro.
domingo, 20 de outubro de 2024
DO BARROCO AO FADO
sábado, 19 de outubro de 2024
FADO DO ESTUDANTE
sexta-feira, 18 de outubro de 2024
JOSÉ FRANCISCO
O dia foi há cinco anos. Precisamente hoje, precisamente cinco anos. Era também uma sexta-feira.
Estarás cá sempre.
Estarás na última noite da feira, quando se juntava o grupo todo, até os fiscais nos porem na rua.
Estarás sempre, quando passa na televisão "A canção de Lisboa". Havia alturas animadas em que cantavas o fado do estudante. E não sei o que fiz à gravação daquela tarde de verão, há já cerca de 10 anos.
Estarás cá sempre, na recordação de muitas (mesmo muitas) conversas pessoais, tidas ao longo de mais de 30 anos. A tua família estava sempre nessas conversas.
Estarás cá sempre, quando me cruzo com algumas pessoas em Moura e me recordo dos teus comentários sardónicos. Nessas alturas, dá-me uma terrível vontade de rir e só por me lembrar que já cá não estás é que as coisas perdem a graça.
Estarás sempre, quando me lembro - e lembro-me muitas vezes - dos telefonemas curtos lá na Câmara "não te vás embora sem falares comigo; há aqui coisas para assinares".
Raios partam isto, José Francisco...
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
SARDINHAS - A VISÃO DOS MAIS NOVOS
ULYSSIPONE PEREGRINATIO
terça-feira, 15 de outubro de 2024
SÍLABA GENTIL
Sim, a loja existe.
E sem, tem este nome.
Palpita-me que é de imigrantes. Até pelo erro no painel.
Mas SÍLABA GENTIL é mesmo fora de série.
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
PAÍS DE POETAS
A montra da Florista O Jardim, na Rua Cândido dos Reis, em Sines, tem poemas. De Al Berto, de Luiza Neto Jorge, de Matilde Rosa Araújo... Isto de sermos um país de poetas evoca-me sempre uma cena (a ideia era boa, a cena é fraquinha, como todo o enredo) de um filme português do início da década de 70, onde vemos poemas nas papeleiras.
Aqui, na florist, é bem melhor. Se a loja estivesse aberta, tinha comprado flores. Juro.
domingo, 13 de outubro de 2024
ART-DÉCO SINEENSE
De entre as (muitas) pequenas manias que tenho, uma delas é gostar, imoderadamente, de art-déco. Ontem dei com esta belíssima fachada em Sines. Que não conhecia.
De um texto de Cristina Carvalho (IHA-FLUL): A Primorosa em Sines que, apenas apresenta lettering azul geometrizado sobre fundo branco, recorre nalguns caracteres como o O, P, R e I a uma fonte desenhada em 1929 chamada Broadway,21 sendo metade pintada a cor (preto, na origem) e a outra metade branca. Aqui estamos claramente perante as suas características mais genuínas de Art Déco.
Desgraçadamente, a lente não deu para apanhar a fachada toda.
sábado, 12 de outubro de 2024
SINES, PELA TARDE
Anda-se adiando e fica para o último dia... Coisas lusitanas.
A exposição vai estar no Centro de Artes de Sines até dia 15. Foi uma bela incursão Panteão Nacional / Culturgest fora de portas. O azul do Mediterrâneo e os poemas de Sophia retomados fora de portas. Um projeto literalmente fora da caixa. E que acabou por dar outros frutos.
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
UM POEMA DE ABDALLAH IBN WAZIR
Não desesperes de chegar a califa
Pois Ibn Amr foi nomeado inpsetor das alfândegas.
Desgraçada época em que se fazem coisas como esta
Colocar altos cargos nas mãos de um limpador de esgotos...
Este texto abre o setor de poesia do 4º. volume do "Portugal na Espnha Árabe". O livro saiu em 1975, mas estava previsto que tivesse saído antes do 25 de abril. A minha irresolúvel dúvida é: a Censura teria deixado passar?...
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
LAWRENCE WEINER
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
ADEUS, RTP2...
terça-feira, 8 de outubro de 2024
DUARTE DARMAS EM BEJA - 14ª.
segunda-feira, 7 de outubro de 2024
7.10.1969 - 55 ANOS
ANTÓNIO BORGES COELHO 96
TESTEMUNHO
Não é exagero
dizer que a leitura de "Portugal na Espanha Árabe" moldou o meu
percurso. Provavelmente, não me teria tornado historiador sem o impacto causado
pelas páginas luminosas que António Borges Coelho escreveu para a 1º. e o 3º. volumes
da primeira edição dessa obra. Só conheci o Borges Coelho anos mais tarde, já
eu era aluno da faculdade. Infelizmente, nunca fui diretamente seu aluno.
Estava de sabática, na fase final do doutoramento e tive de me contentar com
uma alternativa. Em todo o caso, ele foi um dos meus professores de eleição,
com o muito que me ensinou fora da sala de aulas.
O interesse de
António Borges Coelho pelo Islão nunca esmoreceu, sendo depois caldeado pelas
investigações sobre os Descobrimentos e, sobretudo, sobre a Inquisição,
tema da sua tese de doutoramento. Isso mesmo fica claro com as sucessivas
reedições de “Portugal na Espanha Árabe” e com a participação ativa nos
projetos “Portugal Islâmico” (1998), “Marrocos-Portugal” (1999) e Museu
Islâmico, em Mértola (2001). Uma participação solidária, empenhada e militante.
Em 1998, António Borges Coelho prefaciou “O legado islâmico em Portugal”, livro de que, em conjunto com Cláudio Tores, fui autor. Isso deu-me “pretexto” para, anos mais tarde, lhe fazer uma longa entrevista biográfica, publicada, com outros ensaios, no livro “Historiador em discurso directo” (2003), editado pela Câmara Municipal de Mértola.
Poderia repetir aqui tudo o que escrevi no parecer que a Universidade do Algarve me pediu, em 2009, no âmbito da atribuição do grau de “doutor honoris causa” a António Borges Coelho. Em especial no reconhecimento que todos lhe devemos, nos campos cívico, académico e humano.
Parabéns, neste dia do 96º. aniversário.
domingo, 6 de outubro de 2024
AMÁLIA, POR THURSTON HOPKINS
Thurston Hopkins (1913-2014) percebeu muito bem todo o dramatismo de Amália. Como lindamente se vê nesta fotografia de 1958, hoje na coleção da Caixa Geral de Depósitos.
Faz hoje 25 anos que Amália Rodrigues deixou o mundo dos vivos.
sábado, 5 de outubro de 2024
DIA DA REPÚBLICA, 2024
Dia da República no Panteão Nacional.
Assinalando o centenário da morte de Teófilo Braga (1843-1924), numa iniciativa da Câmara Municipal de Ponta Delgada. Cerimónia presidida pelo Chefe do Estado e que contou com a presença do Presidente do Governo Regional dos Açores, do Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e do Presidente do Conselho de Administração da Museus e Monumentos de Portugal.
Há dias mais "relax"..., mas tudo correu sem falhas.
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
CAMÕES & MAPPLETHORPE
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de
frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.
É tudo quanto sinto um desconcerto:
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio;
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao céu voando;
Num' hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um' hora.
Se me pergunta alguém porque assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
Dois épicos pela manhã. Luís de Camões (1524-1580) e Robert Mapplethorpe (1942-1989). Uns têm, outros não. Por mais que queiram. E por mais que tentem.
quinta-feira, 3 de outubro de 2024
ARMINDO CARDOSO
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
OS RIDÍCULOS
UM GENOCÍDIO SEM FIM
Não consigo explicar, racionalmente, porquê, mas esta sucessão de factos no Médio Oriente, causou-me, do ponto de vista emocional, um impacto sem precedentes. Talvez pelo facto de se não se ver um fim neste processo. A não ser o do continuado e selvático extermínio da população palestiniana.
Em vez de imagens recentes, fui buscar esta, mais antiga, de Larry Towell. Porque o massacre é permanente. Retrata a destrruição de uma campo de refugiados, em Jenin, em 2002. Mais de 4.000 pessoas ficaram sem casa, destruídas pelo exército israelita.
Quando falarem destas operações, nomeadamente no sul do Líbano, chamem-lhes incursões, ok? Invasões é noutros sítios...
O PROJETO DO MUSEU DAS DESCOBERTAS - dia 8 (EL CORTE INGLÉS)
terça-feira, 1 de outubro de 2024
NO INÍCIO DO ANO ESCOLAR
Nas semanas que antecedem o começo das aulas fico sempre na dúvida: este ano quantos alunos serão? Leciono, no primeiro semestre, uma cadeira de opção, aberta a outras licenciaturas, para além da História. Em 2021/22 houve um recorde de 41 (!), no ano passado eram 17, o número mais baixo desde que regressei à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Este ano são 28…
Nos primeiros anos, “arrancava em quarta”. Depois da apresentação do programa e da definição dos objetivos da cadeira – História do al-Andalus – iniciava as sessões, sempre às terças e quintas, sempre às 8 da manhã. Uma prática que é prática (as aulas terminam às 9.45), mas quando chego ao fim do dia o cansaço nota-se. Nos últimos dois anos – e este ano ainda de forma mais enfática – dediquei especial atenção às questões de metodologia da investigação. No fundo, como resolver na prática as questões que a investigação coloca e como se pensa, estrutura e executa um trabalho. Não são aulas exatamente “simpáticas”, mas são necessárias.
Questão nº 1: PLANEAMENTO. Falo-lhes sempre de Alfred Hitchcock, que gizava a produção dos seus filmes com tanto rigor, que depois achava a rodagem uma maçada… O planeamento tem de ser preciso e pensado com rigor geométrico (uma amiga em Moura dizia que eu era perfecionista e irascível, sendo que a primeira parte é exagerada e a segunda totalmente falsa). Mas não se começa um trabalho de investigação sem um plano, sem recolha de bibliografia (incluindo listagens de cotas em bibliotecas sff), sem um índice provisório do que vamos fazer, sem uma lista telefónica de colegas a quem recorrer.
Questão nº. 2: LOGÍSTICA E EXECUÇÃO. Tudo tem de estar preparado e, minimamente, estar previsto. “Quanto tempo vou levar em leituras?”, “de que recursos vou necessitar?”, “que impacto tem o meu trabalho?”, “como posso passar a minha mensagem?”, são questões que nos ajudam a criar uma logística interna. O improviso – “ah!, não há problema que eu desenrasco-me” –, o trabalho de terreno feito com base em meras intuições, e sem prever todas as variáveis, designadamente o que pode correr bem ou mal, é meio caminho andado para o desastre. Aconselho sempre o maior cuidado na forma de executar. E digo sempre que isso lhes será útil, quer sejam investigadores, professores ou, até, autarcas.
Questão nº. 3: AVALIAÇÃO E AUTO-AVALIAÇÃO. Peço sempre que sejam críticos e autocríticos. Que fujam das “inspirações” (insisto sempre que o sucesso de qualquer coisa é feito de 10% de inspiração e de 90% de transpiração), que se preparem, que fujam dos amadorismos e dos resultados de efeito fácil. Recordo-lhes sempre que o conhecimento é essencial e que uma visão global das coisas nos ajuda a perceber onde tivemos sucesso e onde falhamos.
Tenho estes, e outros princípios básicos que aqui não cabem, como essenciais numa atividade académica, profissional ou autárquica. São coisas de que alguns, por absoluta falta de conhecimento (e pela falta de vontade em aprender), por arrogância e por vaidade, se esquecem. Constato isso cada vez mais. O que é pena.
Crónica em "A Planície"
O IMIGRANTE QUE NÃO GOSTA DE IMIGRANTES
O rapaz é imigrante. É português mas não nasceu português. A questão da imigração mexe com ele, porque ele não é português.
Perceberam? OK, então têm mais sorte que eu...