De Tavira até Beja. Conferência em Tavira às 14.30, no núcleo islâmico do museu, encontro em Beja ao fim da tarde. A conferência em Tavira teve como pretexto a exposição Mértola, o último porto do Mediterrâneo, que ficará na cidade algarvia até ao fim do verão. A exposição foi apresentada ao público em 14 de fevereiro de 2006. Ainda por aqui anda... Em outubro será instalada no Museu de Olhão. A CCDRA, principal entidade financiadora, será disto devidamente informada.
Cinquenta pessoas encheram a sala e deixaram-me de coração quente com o seu entusiasmo. A tarde culminou com o projeto A construção revela-se à cidade. Uma grande intervenção da Universidade de Coimbra em Beja. Não só se revela o passado da urbe, como se instalam peças de arqueologia da cidade em 23 (!) casas comerciais. Uma forma de aproximar as pessoas do seu património e de levar Beja ao encontro do seu passado. Obrigado, Maria da Conceição Lopes.
Durante a realização da feira anual multiplicam-se as multas por estacionamento indevido. Um condutor autuado pega no papel que tinha no pára-brisas e dirige-se ao chefe da polícia, que por ali andava:
- Isto é um multa?
- É.
- São só nove euros??
- Só nove euros, confirma o sub-comissário, de sorriso largo. Estamos em promoções.
É por essas e por outras que gosto das pequenas cidades do interior.
A cor vermelha domina nesta tela de Félix Vallotton (1865-1925). Intitula-se, vá lá saber-se porquê, A mentira. Isso levou-me, em linha reta, a um poema de Drummond de Andrade, que anda à volta do mesmo tema.
Primeiro post de uma série à volta das cores em pintura e daquilo que elas sugerem.
Hoje passei pelo Ardila sem o ver. Ou melhor, vi o grupo musical Ardila mas não ouvi a gravação. Uma reunião quase à mesma hora da sessão marcada para o Cine-Teatro Caridade levou a que passasse por lá a correr. Verei depois o resultado no DVD.
Um filme septuagenário nesta semana. Foi estreado em dezembro de 1942. Os jovens atores são hoje senhores de idade avançada.
O filme é para adultos, embora os seus protagonistas sejam crianças. Pelo menos assim me parece. Na verdade, só comecei a gostar de Aniki Bobó na idade adulta. Quando era miúdo detestava-o. Há coisas que mudam com o passar dos anos. Gostar de Puccini ou de Wagner foi coisa que só chegou com anos em cima. Gostar de algum Manoel de Oliveira também.
Chegou-me há dias, pela mão de Mário Almeida, a notícia da atribuição de melhor montaria do ano à que foi organizada na Herdade da Contenda no passado dia 8 de dezembro. A iniciativa da distinção partiu dos Monteros de la Cabra.
Para quem não saiba, a Herdade da Contenda fica no concelho de Moura e é gerida por uma empresa municipal. Mário Almeida foi, até há pouco, membro do Conselho de Administração da Herdade.
Das 10 às 18, com várias pausas. Dia de gravações para o dvd sobre a atividade musical no concelho de Moura. Mais quatro grupos, hoje: a Banda de Safara, o grupo Sons da Campina, o Coral Feminino de Safara e os Raízes do Sul. Mais quatro dezenas de praticantes da música que usaram este domingo para um projeto coletivo.
Nota-se, em todos os grupos, curiosidade pelo resultado final. Ora bem, setembro está aí ao virar da esquina.
É amanhã a sessão de apresentação de José Maria Pós-de-Mina como candidato à Assembleia Municipal de Moura. "Mas o José Maria precisa de ser apresentado?", ironizou uma amiga. De facto, o grau de (re)conhecimento que tem dispensa apresentações. Mas a iniciativa em si é importante.
Haverá quatro intervenções: a de Inês Cardoso, representante da JCP, a do candidato à presidência da Câmara (o autor deste blogue), a de José Maria Pós-de-Mina e a de João Dias Coelho, da Comissão Política do Comité Central do PCP.
Daqui até às eleições vão quatro meses intensos. Estamos juntos neste combate, firmes quanto aos objetivos e seguros quanto à eleição.
Sessão de apresentação durante o almoço concelhio a ter lugar amanhã, às 12.30, no pavilhão I do Parque Municipal de Feiras e Exposições.
Foi um ano tramado para Jupp Heynckes. Caiu na Luz cheio de boas intenções e de boas expetativas. Vinha de ganhar a Taça dos Campeões Europeus pelo Real Madrid (quebrando um jejum de 32 anos) e tinha ainda no currículo de treinador dois campeonatos da Alemanha.
Mas aquele ano de 1999/2000, Deus meu... O 3º lugar no campeonato foi fracote, a eliminação nos oitavos-de-final da taça andou pela mesma onda sofrível, mas pior foram os 7-0 do Celta na UEFA. A verdade é que, com o plantel que tinha, nem o S. Heynckes teria sucesso. Recordo algumas das "estrelas" da época: Paulo Madeira, Ronaldo Guiaro, Bruno Basto, Chano, Luís Carlos, Kandaurov, Tote, Pepa etc.
O terceiro anel vaiava Heynckes. Gritava-se "vai-te embora! vai-te embora!". Agastado, o treinador chegou a dizer, numa conferência de imprensa, "si quieren que me vaya, yo me voy".
O protagonista dessa época pouco brilhante acaba de ganhar hoje, pela 2ª vez, a Taça dos Campeões. Só Heynckes e mais três (Happel, Hitzfeld e Mourinho) o fizeram em clubes diferentes. Vai-te embora? Os treinadores são sempre o alvo mais fácil, não é verdade?
Para quem estiver esquecido: o Presidente do SLB era Vale e Azevedo.
Condição de Ilhéu Cerro os olhos e observo a paisagem interior: cumes, rios, valados, desenham-se no espaço, contornados a dor, com certezas de régua e de compasso.
Um potro alado acena um adeus necessário. Uma flor abre em leque a corola macia e perfuma de pranto o horto imaginário, onde invento sozinho outra geografia.
Abro os olhos e nada já relembra a paisagem, tão real e concreta no momento anterior. Cumes, rios, valados - a sedenta miragem, que humaniza o deserto em que sou potro e flor.
A fotografia é um daqueles postais da era colonial. Trata-se, creio, de uma mulher senegalesa, de uma beleza sem par. Imagem feliz, porque supera, por mero acaso, o cliché do exótico. O poema é de um grande autor africano, Daniel Filipe.
Faz hoje 50 anos que a Organização de Unidade Africana foi fundada, em Addis Abeba. Em 1985 resolvemos organizar, na Faculdade de Letras de Lisboa, umas jornadas contra o racismo e o apartheid. Participei ativamente nessa iniciativa, juntamente com outros colegas: Carlos Lopes Pereira, Leopoldo Amado, Domingos Semedo, Sow Daouda, Filomena Miranda, Filomena Vieira Martins, Mamadou Mané etc. Mantenho contacto próximo com alguns, de outros vou tendo notícias, de outros nada sei há muito. Ainda assim, estamos juntos, ao fim de todo este tempo.
Hopper na sua última aparição nos próximos tempos aqui pelo blogue. A luz deve ser mais do sol que da lua, mas as palavras de Verlaine no livro Chair soam-me bem.
Não sei se consigo explicar isto, mas o silêncio dos sítios arqueológicos, a sua solidão, a luz de locais como o castelo de Moura ao fim da tarde, são hopperianos. Os enquadramentos das fotografias de uma escavação, de linhas direitas e cirúrgicas, são tão hopper como as imagens de Early Sunday Morning. Sem o génio desta, bem entendido.
Ao olhar hoje as imagens da escavação, no momento de iniciar a maquetagem de um livro não pude deixar de pensar nisso. E de recordar o comentário da Vanessa Gaspar: "estas fotos são frias". Tinha razão.
OK, haverá esquemas mais eficazes de ganhar dinheiro. Mas este leva a palma a todos, em matéria de criatividade. Enquanto o Prof. Bambo e o Prof. Karamba se ocupam de coisas banais como o mau-olhado, a impotência ou os falhanços na vida profissional, este mago voodoo, Mamadou Ngolo de seu nome, repara computadores por telepatia. No fundo, só pede 100 euros adiantados. É barato, sobretudo se tivermos em conta o grau de especialização que é preciso ter.
Um político do Norte, apoiante do FCP, lembrou-se de chamar magrebinos aos lisboetas. Do que ele se foi lembrar! Não houve cão nem gato que não se atirasse a Carlos Abreu Amorim, por quem não tenho especial simpatia, por causa de tamanho insulto.
Um animador de tv brasileiro contou umas piadas sobre portugueses, coisa banal por aquelas bandas. Disse até, ó deuses!, que as portuguesas eram bigodudas. Já há uma comissão de inquérito.
Ainda na ressaca do Festival Islâmico de Mértola recordo o filme O destino (1997) do egípcio Youssef Chahine (1926-2008). Foi um dos maiores sucessos do veterano cineasta. O filme anda em torno da figura do filósofo Ibn Rushd (ou Averroes, se preferirem). Na verdade, o pano de fundo da trama é a luta da tolerância contra o integrismo. O registo seria retomado, anos mais tarde, em Agora, por Alejandro Amenabar. O destino é um filme bonito, que já passou na tv (!) e que me pareceu um tanto sobrevalorizado. Mas que merece ser visto, porque nos toca de perto.
Os atores do filme são Nour el-Sherif e a espampanante Laila Eloui.
Outra ideia extraordinária, a de preencher paredes e edifícios com silhuetas. Uma instalação de arte pública temporária, da autoria de Helena Passos. O projeto intitulou-se Imagens na parede. Uma estória sem tempo e sem enredo. 23 pontos de intervenção na vila velha. Daqui a pouco vamos ter saudades daqueles companheiros silenciosos com quem nos cruzámos nos últimos dias.
Bombino veio de Agadez, no Níger. Um caminho longo para conquistar o público do cais do Guadiana, que aguentou até de madrugada. Eletro-pop de inspiração tuaregue, uma música intensa da qual ninguém se cansou. Víamos as casas de Agadez e as de Ghadames e os horizontes do deserto nos sons de Bombino. A verdade é que o músico se apercebeu da reação entusiástica dos mais de mil espetadores que enchiam o cais e foi por ali fora. Divertido com a vibração de toda a gente (uma amiga minha que por ali andava parecia ligada à corrente...) e sem se dar conta que as horas corriam. Viva Bombino!
As coisas mais simples são, muitas vezes, as melhores. O Largo da Misericórdia foi reiventado e transformado em anfiteatro. Uma alcatifa verde no chão, panos coloridos de inspiração otomana e está pronto mais um espaço para espetéculos. Da janela do meu gabinete assisti a várias celebrações, música popular no palco, que era o chão, com muita gente, deitada ou sentada na alcatifa, a assistir. Grandes momentos para uma grande ideia.
Acabou há poucas horas o Festival Islâmico de Mértola. "Afogado" na reta final de um livro sobre o castelo de Moura não o vivi tanto como noutros anos. Daí os vários silêncios a que me remeti. Este ano nem sequer passei, falha irreparável, pelo Bar Azul, o melhor sítio para um copo tardio.
Ainda assim, com esforço e persistência, o festival não me passou todo ao lado. Destaco os quatro pontos de que mais gostei. Começo pelos trabalhos, coloridos e divertidos, dos alunos do Jardim de Infância. Uma intervenção quase pop art que encheu o 1º andar da Casa das Artes. Semear os festivais futuros começa pelos mais pequenos. Não tenho a certeza é que a exposição tenha sido muito vista. Se assim foi é pena, porque os miúdos deram boa conta de si.
Um colega do Arquivo Histórico de Moura, Octávio Patrício, identificou, há tempos, um documento onde se faz referência expressa a uma mesquita na Mouraria. Pretexto para um texto conjunto com a equipa de arqueologia, com uma explicação sobre o tema e com uma proposta de localização do espaço religioso. O artigo que se segue foi publicado na edição de ontem de "A Planície".
A
MESQUITA DA MOURARIA
Octávio
Patrício, Santiago Macias, Vanessa Gaspar e José Gonçalo Valente
Não é muito o que se conhece sobre a
história mais remota da Mouraria de Moura. O bairro existe, são três ruas, um
largo e uma travessa. O conjunto está classificado como “imóvel de interesse
público”. Do passado mais longínquo da Mouraria faltam informações. Sabemos em
concreto:
1. Que o
bairro da minoria muçulmana foi instalado, em parte, sobre os terrenos do
antigo cemitério islâmico da povoação, identificado, em tempos, por Artur
Goulart e por um de nós [SM];
2. Que a
Mouraria se estendia da Praça até às imediações da atual Rua de Santo António;
3. Que esse
bairro foi, em parte, destruído em meados do século XVII, quando a construção
do novo amuralhamento levou a que muitas habitações tivessem sido sacrificadas;
4. Que a
população do bairro era constituída, em grande parte, por agricultores e
artesãos.
A Mouraria
manteve-se um bairro popular, um espaço acolhedor e de grande equilíbrio
urbanístico. Trabalhos de reabilitação recentes sublinham essas
características.
A
permanência de muçulmanos em Moura, até finais do séc. XV, não merece qualquer
dúvida. Os documentos escritos atestam-no. Muitos deles eram pequenos
agricultores, que trabalhavam na várzea do Ardila. Outros teriam ocupações que
lhes permitiam rendimentos mais importantes. São disso reflexo as cerâmicas de
luxo importadas da região de Valência nos séculos XIV e XV e de a arqueologia
nos deu testemunho recente. Mais curioso é constatarmos que parte da população
ainda dominava a língua árabe em meados do séc. XIV, o que nos é provado pela
lápide funerária de Ismail b. Abi Abd Allah al-Ansari, um mourense da Idade Média, falecido em 7
de abril de 1368.
A vida
quotidiana do bairro permanecia numa obscuridade quase total. Como se vivia?
Que hábitos alimentares se tinham? Que práticas religiosas havia? Durante muito
tempo pensou-se que não haveria, sequer, uma mesquita de bairro.
Recentemente,
um documento identificado por um de nós [Octávio Patrício] veio esclarecer essa
questão, sobre a qual muito se especulou. Um texto do séc. XVI, pertencente aos
documentos avulsos da Santa Casa da Misericórdia, refere, de forma explícita, a
existência de uma mesquita na Mouraria. Num testamento, mandado fazer por Maria
Gomes da Mouraria, são deixadas à Misericórdia “casas que partem com o
çapateiro e com a mesquita”. O documento é totalmente omisso quanto a outras
confrontações ou no que se refere a nomes de ruas. A presença de pequenos
oratórios, ou mesmo de mesquitas, nos bairros habitados pela minoria muçulmana,
não é inédita. O caso mais conhecido, e o melhor estudado, é o de Lisboa, sobre
o qual os nossos colegas Mário Viana e Luís Filipe Oliveira se debruçaram. Que
Moura, uma pequena vila de província, pudesse ter uma mesquita parecia
improvável. Até há poucos dias, quando a feliz leitura de um documento nos veio
devolver essa parcela do passado da nossa cidade.
A
localização da mesquita é mais difícil de decidir. A leitura do parcelário
urbano – e se consideramos alguma estabilidade na forma de organização do
bairro – deixa em aberto duas ou três possibilidades. Atrevemo-nos a sugerir,
como hipótese de trabalho, a possível localização da mesquita na esquina do
Largo e da Travessa. Por ser diferente, em termos de planimetria, das restantes
parcelas do bairro, por ser um espaço central da mouraria e por apresentar uma
orientação – 150º a sudeste – coerente com a que têm os espaços de oração do
ocidente muçulmano.
Tivémos uma mesquita em Moura, disso não haja dúvida. Mais um dado para
a (re) construção do nosso passado. .
A mesquita pode ter-se localizado no espaço agora ocupado pelo edifício de primeiro andar, do lado direito.
Esta noite, toda a gente se vai lembrar de Béla Guttmann e falar em Béla Guttmann. A maldição que lançou ao Benfica, depois de conquistar duas Taças dos Campeões Europeus, ganha foros de lenda, mesmo a nível internacional. A verdade é que já lá vão as finais de 1963, 1965, 1968, 1983, 1988, 1990 e 2013. Sete derrotas consecutivas.
Pior, numa semana, são duas derrotas no último minuto. Esconjuros, precisam-se.
Continua, em ritmo certo, o projeto do DVD musical do concelho de Moura. Entre ontem e hoje passaram mais quatro grupos pelo palco do Cine-Teatro Caridade, num total de 48 músicos.
Participaram nas gravações, por esta ordem:
Grupo Musical Margens do Alqueva
Grupo Feminino Papoilas em Flor de Santo Aleixo da Restauração
Ainda Hopper e as suas influências. A desolação quando se está só e quando não se está. William Eggleston usou a inspiração de An excursion into philosophy (1959) quando passou por Huntsville, Alabama. O poema é de Fernando Pessoa.
A feira de maio, em Moura, quase no fim. Animação foi coisa que não faltou. Motivos de interesse também não faltaram. Num dos momentos mais emblemáticos da feira foi entregue o Prémio Municipal "Empresário do Concelho de Moura". Que foi entregue, este ano, à empresa SULOUT. Miguel Ângelo Ferreira há muito tempo que apostou nestes caminhos. Tem sido compensado com o reconhecimento. Este prémio vem reforçar um percurso firme. A SULOUT está IN, fazendo um trocadilho fácil.
Nasceu na Áustria, há 125 anos. Foi um dos mais extraordinários compositores de bandas sonoras de filmes. Gosto particularmente de A summer place (Amores clandestinos). Mas, acima de tudo, do que Steiner concebeu para E tudo o vento levou.
O filme, de arranque caótico, teve três realizadores: Goerge Cukor (18 dias de trabalho), Sam Wood (24) e Victor Fleming (93), cabendo a este último o crédito final. Custa a crer que a rodagem tenha durado apenas quatro meses e meio. Esta breve sequência testemunha bem o que é um trabalho de composição "em conjunto". Por vezes diluem-se as autorias e ninguém sabe o que pertence a quem. É que, entre filmagens, repetições e ensaios, não se sabe quem, de facto, rodou este minuto de filme. Curiosamente, é um dos mais belos e fortes momento de E tudo o vento levou. Grande cinema americano na escolha da semana.
Linha do horizonte (cuja abreviatura é LH), em perspectiva, é a linha imaginária que determina a altura dos olhos de um observador fixo.
A definição é conhecida. Lembrei-me dela, ontem, ao ler o mail enviado pelo Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia às Universidades. Procura-se "assegurar a sustentabilidade das atividades de investigação, não só para 2013 mas também para 2014". Os parágrafos que se seguem não só não sustentam coisa nenhuma como sublinham um hábito cada vez mais presente no nosso quotidiano. A cada dia que passa se mudam as regras aprovadas no dia anterior. As unidades de investigação são entretidas num jogar à rabia, à procura de soluções cada vez mais distantes. Um dia é assim, no outro dia é assado. Agora só as unidades com "excelente" podem ser consideradas. Ora bem, não há, de acordo com a última avaliação pública pela FCT, nenhuma unidade com a classificação de "excelente". Apenas algumas, como aquela que integro, com a ridícula classificação de "muito bom"... Tentemos agarrar a linha do horizonte.
Quando chegou ao Manchester United, há 18 anos que o clube não ganhava o campeonato. Ferguson comandou a equipa mais 7 (sete!) anos sem o ganhar. E não foi despedido. Esteve 27 anos à frente do MU.
Façamos as contas, à boleia da wikipedia:
16 Campeonatos (13 com o Manchester United, em Inglaterra, 3 com o Aberdeen, na Escócia);
9 Taças (5 com o Manchester United, 4 com o Aberdeen);
5 Taças da Liga (4 com o Manchester United, 1 com o Aberdeen);
2 Ligas dos Campeões (Manchester United);
2 Taças dos Vencedores das Taças (Manchester United e Aberdeen);
2 Super-Taças (Manchester United e Aberdeen);
1 Taça Intercontinental (Manchester United);
1 Taça do Mundial de Clubes da FIFA (Manchester United);
Um bocal de poço, datável nos sécs. XIV-XV, está em
exposição na receção da Câmara Municipal de Moura. A peça faz parte de um
conjunto de achados arqueológicos, encontrados durante escavações realizadas no
bairro da Mouraria. No mesmo local foram recolhidos diversos objetos de cozinha
e de mesa, com destaque para peças provenientes da região de Valência.
Este bocal de poço fazia parte de
uma casa da minoria muçulmana de Moura, tendo sido depois destruído e atirado para dentro de uma fossa.Foi
alvo de um prolongado e bem sucedido processo de reconstituição. Trata-se,
provavelmente, de uma peça de fabrico local, que vem juntar-se ao chamado “poço
árabe”, em exposição no Largo da Mouraria.
Os materiais recolhidos nas escavações
serão, futuramente, expostos no novo Museu Municipal. O antigo edifício do
matadouro está a ser alvo de obras de adaptação, prevendo-se que venha a abrir
ao público em 2014.
É já depois de amanhã. Começa a feira de maio. Com uma programação ampla, vasta e diversificada, como se habituou a dizer um velho amigo. Que, para além da feira tradicional, abrange a Feira Empresarial, mais o Fórum das Energias Renováveis e mais o Salão de Caça e Pesca.
Não temos estrelas e estrelinhas da música nacional? É verdade. Nunca passou por aí a nossa opção de dinamização das feiras. Contamos connosco. Ou seja, com os habitantes do concelho, com aqueles que nos visitam, com os nossos empresários, com os nossos dirigentes associativos e com os caminhos que traçamos na cooperação. É e continuará a ser assim.
Da veterania à juventude. Das vozes das Brisas (um dos mais conhecidos e populares grupos cá do burgo) ao som da banda dos Amarelos. O músico mais jovem desta última tem 11 anos. Os restantes companheiros são, quase todos, muito jovens. O futuro passa por aqui.
As gravações tiveram lugar ontem de manhã. Por razões de ordem logística, o "estúdio" passou da Mantana para o Cine-Teatro Caridade.
Os romeiros sobem a ladeira cheia de espinhos, cheia de pedras, sobem a ladeira que leva a Deus e vão deixando culpas no caminho.
Os sinos tocam, chamam os romeiros: Vinde lavar os vossos pecados. Já estamos puros, sino, obrigados, mas trazemos flores, prendas e rezas.
No alto do morro chega a procissão. Um leproso de opa empunha o estandarte. As coxas das romeiras brincam no vento. Os homens cantam, cantam sem parar.
Jesus no lenho expira magoado. Faz tanto calor, há tanta algazarra. Nos olhos do santo há sangue que escorre. Ninguém não percebe, o dia é de festa.
No adro da igreja há pinga, café, imagens, fenómenos, baralhos, cigarros e um sol imenso que lambuza de ouro o pó das feridas e o pó das muletas.
Meu Bom Jesus que tudo podeis, humildemente te peço uma graça. Sarai-me Senhor, e não desta lepra, do amor que eu tenho e que ninguém me tem.
Senhor, meu amo, dai-me dinheiro, muito dinheiro para eu comprar aquilo que é caro mas é gostoso e na minha terra ninguém não possui.
Jesus meu Deus pregado na cruz, me dá coragem pra eu matar um que me amola de dia e de noite e diz gracinhas à minha mulher.
Jesus Jesus piedade de mim. Ladrão eu sou mas não sou ruim não. Por que me perseguem não posso dizer. Não quero ser preso, Jesus ó meu santo.
Os romeiros pedem com os olhos, pedem com a boca, pedem com as mãos. Jesus já cansado de tanto pedido dorme sonhando com outra humanidade.
Na ermida da Santo António, em Santo Aleixo. Com música e gente fraterna. Em ambiente digno de uma romaria, e sem a imoderação que a tela de Malhoa (A volta da romaria) sugere... O poema é de Carlos Drummond de Andrade.