Diz-se em língua gaulesa "un sommet du kitsch". Este edifício no Saldanha e a célebre silla-mano do mexicano Pedro Friedeberg têm em comum um certo absurdo. Uma querida amiga de Granada, que não vejo há muitos anos, defendia a existência de uma Polícia Estética, destinada a evitar "certas coisas". A ideia de policiar o gosto não me merece qualquer simpatia. Até porque podemos sempre tirar partido das situações. Ontem, fartei-me de rir sozinho, enquanto olhava a mão amiga que suportava o prédio...
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
MOURALUMNI - 1 A 10
E eis que chegámos à dezena de ALUMNI. O projeto tem sido um assinalável sucesso. Fica claro que querer é (quase) poder. Muitos dos jovens que de Moura sairam com esforço e dificuldade são um exemplo de vontade. A esta dezena muitos outros se juntarão. Para os próximos meses estão previstos uma médica, um matemático, um ator, talvez uma juíza. Mourenses por esse Portugal fora. E que nunca esqueceram, nem esquecerão, o sítio de origem.
1. Arsénio Fialho, professor universitário (IST)
2. Elisabete Pato, jornalista
3. Francisco Caldeira, piloto da aviação comercial (TAP)
4. Carlos Valente, gestor (diretor-geral da Pionner)
5. Carlos Campaniço, escritor e programador cultural
6. Carlos Silvestre, professor universitário (IST)
7. Zélia Parreira, bibliotecária (diretora da Biblioteca Pública de Évora)
8. Francisco Moita Flores, escritor e investigador
9. Jorge Felisberto Lopes, funcionário do Comité Olímpico Internacional
10. José Eduardo Cavaco, professor universitário (UBI)
1. Arsénio Fialho, professor universitário (IST)
2. Elisabete Pato, jornalista
3. Francisco Caldeira, piloto da aviação comercial (TAP)
4. Carlos Valente, gestor (diretor-geral da Pionner)
5. Carlos Campaniço, escritor e programador cultural
6. Carlos Silvestre, professor universitário (IST)
7. Zélia Parreira, bibliotecária (diretora da Biblioteca Pública de Évora)
8. Francisco Moita Flores, escritor e investigador
9. Jorge Felisberto Lopes, funcionário do Comité Olímpico Internacional
10. José Eduardo Cavaco, professor universitário (UBI)
sábado, 28 de janeiro de 2017
MOURA MUSICAL: DO MAESTRO JOSÉ COELHO AOS DJ
O que é que Moura tem? Tem música nova, tem. Tem vibração, tem. Assim como no célebre samba de Dorival Caymmi.
O fim de semana de 4 e 5 vai ter trepidação q.b.. Primeiro são os DJ do concelho, que estarão em força no II Congresso Municipal: Daniel K; Giff; Shark;
Luigi; L-Beatz; Sunlize; Xinha; Vith; Jhy e Big Fella. O programa é extenso, e não primará pelo silêncio. São horas a fio em tornos de novas formas de expressão.
Num ambiente mais formal decorrerá a homenagem ao Maestro José Coelho, que terá lugar na tarde de domingo, dia 5. Recordemos um dos homens que mais impressivas marcas deixou no nosso concelho. As músicas deles são cantadas centenas de vezes, todos os anos.
Comemoramos os 29 anos de cidade sem pompa, nem formalidade? É verdade, mas o pulsar de Moura passa por aqui.
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
MOITA MACEDO NA FUNDAÇÃO ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA
Um final de dia meio inesperado, com a inauguração da exposição O traço com que firo as minhas telas, de Moita Macedo, um magnífico trabalho de curadoria de Fernando António Batista Pereira. A espontaneidade do artista e o seu pendor gestualista ficam bem evidenciados na escolha dos materiais, bem como no interessantíssimo material do espólio pessoal de Moita Macedo.
Não pude deixar de sorrir ao ver que o site da fundação anuncia a projeção do filme Moita Macedo - pintor e poeta na revolução, de Santiago Macías... Tenho, assim, honras de destaque, através de um documentário rodado no início de 1981 e concluído em julho de 2013. 36 anos se passaram. Nunca me passou pela cabeça que um dia o ingénuo documentário seria exibido numa prestigiada fundação...
Ver - http://fasvs.pt
BAR PIRATA - o fim de uma época
A notícia só veio no site da TimeOut. Pode ser que não seja verdade, mas a esperança é curta. Fechou o Bar Pirata, nos Restauradores. "Conheces o Pirata?", perguntou-me o meu pai em 1981, estava eu a começar a faculdade. Vai daí, entrámos para beber uns piratas (vinho generoso misturado com soda), acompanhados por uns pastéis de bacalhau feitos quase só com batata. O ambiente era popular: funcionários públicos de baixa patente, boémios, taxistas, cauteleiros... Fiquei fã. A partir, quase sempre com o João, passei a ir regularmente ao Pirata.
No dia 19 de março do ano passado perguntei a um amigo "conhece o Pirata?". Entrámos para tomar um aperitivo. Estava longe se imaginar que seria a minha última vez. O Pirata fechou e vai, decerto, dar lugar a um franchising ou a uma coisa de luxo. A gentrificação é isto, por muito que alguns teimem em não o querer perceber...
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
MÁRIO RUIVO (1927-2017)
Morreu Mário Ruivo. Fui por ele, em tempos, empossado como membro do Conselho Nacional do Ambiente. Homem sábio e de grande cordialidade, conduzia as reuniões do Conselho de forma suave e eficiente. Conservarei dele gratas recordações e, sobretudo, a lição da importância que a atividade permanente e a jovialidade devem desempenhar nas nossas vidas.
Da página do CNADS:
Personalidade ilustre, profundamente empenhado na ciência, na valorização do conhecimento, no desenvolvimento, com particular incidência na problemática dos oceanos. Aliou esse percurso a um compromisso com causas públicas, as quais estiveram sempre presentes ao longo da sua vida, desde o final dos anos 40 do século passado.
Abraçando a investigação científica no domínio dos recursos vivos do mar, logo após a sua licenciatura, foi contudo obrigado a emigrar no final dos anos 50. Integrou então os quadros da FAO até ao 25 de abril de 1974. No período da Democracia, para além de membro dos Governos provisórios, desenvolveu atividades diversas com especial relevo para os assuntos do Mar, desde o fomento da investigação científica através das agências governamentais que têm essa função (JNICT e FCT), até à animação de iniciativas públicas com impacte internacional (Comissão Intergovernamental da UNESCO, Coordenador do Relatório “O Oceano, O Nosso Futuro”, Conselheiro Científico da Expo 98 “Os oceanos, um património para o futuro”).
Assegurou a Presidência do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CNADS) desde a sua constituição, garantindo um equilíbrio ímpar no seu funcionamento e nas posições que este órgão foi assumindo ao longo de quase vinte anos de atividade. A intervenção direta de Mário Ruivo garantiu que tenha prevalecido neste Conselho um ambiente de exigência científica e de convergência multidisciplinar, o que permitiu que este órgão usufruísse de uma capacidade singular de acompanhamento crítico das iniciativas públicas e privadas com impacte no ambiente e no território.
Mário Ruivo expressou, até ao momento em que nos deixou, uma permanente apetência e uma extraordinária e clara visão para intervir e fomentar o desenvolvimento de iniciativas estratégicas em domínios diversos da vida social e científica, com particular incidência na sua paixão de sempre: Os Oceanos.
Personalidade com uma visão global do mundo que nos rodeia, dedicou toda a sua vida a inquietar o conhecimento, a fomentar a investigação científica, a intervir na gestão pública, a mobilizar capacidades, a defender inovações e a criar ambientes propícios que abrissem caminhos para um desenvolvimento harmonioso, sempre ancorado na preservação dos recursos ambientais.
Mário Ruivo deixa-nos, por tudo isso, com um sentimento de imensa saudade.
Ver - http://www.cnads.pt
UM DIA NA PRESIDÊNCIA - EDIÇÃO SETE
Mais três voluntários para Um dia na presidência: a Inês, a Beatriz e o João. Mais uma jornada de invulgar interesse com jovens curiosos e à procura de respostas. Um dia cheio, com reuniões de coordenação, visitas a obras, participação em iniciativas camarárias, etc. Pelo meio, pude levá-los a ver mais de perto projetos terminados e já consolidados. Não sei se a vida política passará pelo futuro deles. Mas espero que este dia lhes tenha sido útil. Para mim foi, e até acabou com uma selfie...
08:00 - Oficinas municipais
08:30 - Como funciona uma câmara municipal
09:15 - Reunião de coordenação
10:30 - Visita às obras no Campo Maria Vitória
10:50 - Parque de Leilão de Gado: Semana da Comunidade Educativa
11:15 - Obras: novos sanitários no pavilhão 1 da feira
11:45 - Visita às obras na Ribeira da Perna Seca
12:15 - Visita às obras de pavimentação em Santo Aleixo
14:40 - Visita às obras no Pátio dos Rolins
15:00 - Visita à igreja do Espírito Santo
15:15 - Exposição "Água: património de Moura"
15.45 - Reabilitação de casa na Mouraria
16:00 - Reunião sobre empreitadas
17.00 -Reunião de Câmara
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
NA HARMONIA DA TARDE
Voici venir les temps où vibrant sur sa tige
Chaque fleur s'évapore ainsi qu'un encensoir ;
Les sons et les parfums tournent dans l'air du soir ;
Valse mélancolique et langoureux vertige !
Chaque fleur s'évapore ainsi qu'un encensoir ;
Le violon frémit comme un cœur qu'on afflige ;
Valse mélancolique et langoureux vertige !
Le ciel est triste et beau comme un grand reposoir.
Le violon frémit comme un cœur qu'on afflige,
Un cœur tendre, qui hait le néant vaste et noir !
Le ciel est triste et beau comme un grand reposoir ;
Le soleil s'est noyé dans son sang qui se fige.
Un cœur tendre, qui hait le néant vaste et noir,
Du passé lumineux recueille tout vestige !
Le soleil s'est noyé dans son sang qui se fige...
Ton souvenir en moi luit comme un ostensoir !
Chaque fleur s'évapore ainsi qu'un encensoir ;
Les sons et les parfums tournent dans l'air du soir ;
Valse mélancolique et langoureux vertige !
Chaque fleur s'évapore ainsi qu'un encensoir ;
Le violon frémit comme un cœur qu'on afflige ;
Valse mélancolique et langoureux vertige !
Le ciel est triste et beau comme un grand reposoir.
Le violon frémit comme un cœur qu'on afflige,
Un cœur tendre, qui hait le néant vaste et noir !
Le ciel est triste et beau comme un grand reposoir ;
Le soleil s'est noyé dans son sang qui se fige.
Un cœur tendre, qui hait le néant vaste et noir,
Du passé lumineux recueille tout vestige !
Le soleil s'est noyé dans son sang qui se fige...
Ton souvenir en moi luit comme un ostensoir !
Harmonie du soir, Charles Baudelaire e Les fleurs du mal, livro melodioso e necessário. Mais a genial harmonia vespertina de Clara Azevedo. Uma necessária harmonia num dia denso, e que está longe de terminar...
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
A FLOR DO MARACUJÁ
A FLOR DO MARACUJÁ
Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá!
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá!
Pelas tranças de mãe-d’água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá!
Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá!
Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá!
Pelas florestas imensas,
Que falam de Jeová!
Pela lança ensangüentada
Da flor do maracujá!
Por tudo o que o céu revela,
Por tudo o que a terra dá
Eu te juro que minh’alma
De tua alma escrava está!…
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá!
Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em – á –
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos, ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!
Fagundes Varela
Se o dia começou frio e chato, um poema ouvido na Antena 2, antes das nove da manhã, mudou muito as coisas. Não sei quem o leu, mas um poema bem lido melhora sempre. A inatingível flor do maracujá é tão distante como a Venus Bleue, de Yves Klein. Do romantismo de um ao romantismo do outro vai um século de distância. Vidas breves: Luiz Nicolau Fagundes Varella faleceu em 1875, com 33 anos, Yves Klein em 1962, aos 34.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
SOPAS DEPOIS DO ALMOÇO, COMO SE DIZ AQUI NO ALENTEJO...
A tomada de posse de Barack Obama teve muito mais gente? É verdade. E então?
Hillary Clinton teve mais três milhões de votos que Donald Trump? É verdade. E então?
Donald Trump não gosta de ouvir falar espanhol e eliminou uma parte do site da Casa Branca que estava em espanhol. Pois, mas ele nunca disse que gostava de hispânicos etc. e tal...
O novo presidente dos Estados Unidos é um ordinário e um arruaceiro? Sim, mas isso não é coisa de há três dias...
Estas reações assemelham-se muito a mau perder.
Aos que acham que as eleições se ganham na imprensa de referência e em colóquios em salas com tapetes fotos dá vontade de gritar: acordem, que há um novo proletariado que não encaixa nos moldes habituais.
Por isso o fascizante Trump ganhou.
Ou seja, esta vitória é o começo de um novo tempo. Não gosto da ideia, mas a verdade é essa.
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SEMANA DA COMUNIDADE EDUCATIVA
Começou hoje e vai até 1 de fevereiro. Um programa intenso e de grande interesse. Pelo meio há uma nova versão da Carta Educativa. Que vai ser posta à discussão. Palavras leva-as o vento... A aposta da Câmara de Moura na Educação é bem mais que uma circunstância. Ou um bem parecer. Ou um estilo assistencial de fazer política...
domingo, 22 de janeiro de 2017
sábado, 21 de janeiro de 2017
NATUREZA MORTA, ASSIM POLITICAMENTE CORRETA
O tema "natureza morta" surge, a espaços, no blogue. Do ponto de vista profissional, usei estas pinturas como base de trabalho e para o estabelecimento de analogias.
Tinha uma carne de malmequeres, fina e translúcida,
com tênues veios de ametista, como o desenho sutil dos rios.
E ainda ficava mais branco, naquela varanda cheia de luar.
Os outros peixes nadavam gloriosos por dentro das ondas,
subiam, baixavam, corriam, brilhavam trêmulos de lua,
sem saberem daquele que não pertencia mais ao mar.
Deitado de perfil, em crespos verdes sossegados,
ia sendo servido, entre vinhos claros de altos copos,
envoltos numa gelada penugem de ar.
Seu olho de pérola baça, olho de gesso, consentia
que lhe fossem levando, pouco a pouco, todo o corpo...
E à luz do céu findava, e ao murmúrio do mar.
Cecília Meireles in Mar Absoluto
Em pesquisa recente, encontrei este poema de Cecília Meireles, intitulado natureza morta. O poema é dedicado a um jovem, se bem depreendo. Arranjei uma "alternativa", como forma de ilustração... Prefiro assim, se não se importam. Uma tela de Nathaniel Bacon (1585–1627), intitulada The Cookmaid with Still Life of Vegetables and Fruit (c. 1620-25) e que está hoje na Tate Gallery. É uma das raras obras que nos chegou deste artista.
Tinha uma carne de malmequeres, fina e translúcida,
com tênues veios de ametista, como o desenho sutil dos rios.
E ainda ficava mais branco, naquela varanda cheia de luar.
Os outros peixes nadavam gloriosos por dentro das ondas,
subiam, baixavam, corriam, brilhavam trêmulos de lua,
sem saberem daquele que não pertencia mais ao mar.
Deitado de perfil, em crespos verdes sossegados,
ia sendo servido, entre vinhos claros de altos copos,
envoltos numa gelada penugem de ar.
Seu olho de pérola baça, olho de gesso, consentia
que lhe fossem levando, pouco a pouco, todo o corpo...
E à luz do céu findava, e ao murmúrio do mar.
Cecília Meireles in Mar Absoluto
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
ALUMNUS X
José Eduardo Cavaco foi o primeiro
convidado de 2017 e o 10.º desde o início do projeto.
Nesta edição da iniciativa, que ontem teve lugar, os alunos da Escola Secundária
(às 10:00) e da Escola Profissional de Moura (às 15:00) ficaram a conhecer o
percurso profissional e pessoal deste professor e músico.
José Eduardo Cavaco nasceu em 1969, em Moura. Frequentou os diferentes níveis escolares, até ao 12.o ano, na cidade mourense. É licenciado em Biologia Marinha e Pescas pela Universidade do Algarve, doutorado em Biomedicina pela Universidade de Utrech, na Holanda, e pela Universidade da Beira Interior na Covilhã.
Desde 2002 que é professor na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, lecionando no curso de Medicina (coordenador do bloco cardio-respiratório) e Ciências Biomédicas (Anatomia e Fisiologia Humana). Desempenha também outras funções na Universidade e desenvolve uma carreira de investigação na área da reprodução, com destaque para a infertilidade masculina.
Os primeiros passos na música foram dados na Banda da SFUM “Os Amarelos”, celebrando, este ano, 35 anos desde a sua primeira saída. De resto, sempre que vem a Moura, continua a tocar clarinete naquela banda. Na Covilhã, local onde reside, é presidente e diretor artístico da Banda da Covilhã, tendo lançado dezenas de projetos na área musical.
José Eduardo Cavaco tem também “veia” de jornalista, colaborando assiduamente com O Notícias da Covilhã e em outros meios regionais e nacionais.
José Eduardo Cavaco nasceu em 1969, em Moura. Frequentou os diferentes níveis escolares, até ao 12.o ano, na cidade mourense. É licenciado em Biologia Marinha e Pescas pela Universidade do Algarve, doutorado em Biomedicina pela Universidade de Utrech, na Holanda, e pela Universidade da Beira Interior na Covilhã.
Desde 2002 que é professor na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, lecionando no curso de Medicina (coordenador do bloco cardio-respiratório) e Ciências Biomédicas (Anatomia e Fisiologia Humana). Desempenha também outras funções na Universidade e desenvolve uma carreira de investigação na área da reprodução, com destaque para a infertilidade masculina.
Os primeiros passos na música foram dados na Banda da SFUM “Os Amarelos”, celebrando, este ano, 35 anos desde a sua primeira saída. De resto, sempre que vem a Moura, continua a tocar clarinete naquela banda. Na Covilhã, local onde reside, é presidente e diretor artístico da Banda da Covilhã, tendo lançado dezenas de projetos na área musical.
José Eduardo Cavaco tem também “veia” de jornalista, colaborando assiduamente com O Notícias da Covilhã e em outros meios regionais e nacionais.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
HUMBERTONA
O nome verdadeiro é Humberto Bettencourt Santos. Um músico genial. É caso para dizer MAIS um grande músico, tantos são e de tanta qualidade os que as ilhas de Cabo Verde têm.
Mea culpa, mea maxima culpa, só há semanas tomei conhecimento do trabalho de Humbertona. Para mim, o violão e as mornas ERAM Luís Rendall. Apenas e só. É um prazer errar e descobrir coisas novas e de grande beleza. Ora ouçam:
Aqui
Aqui
E escusam de agradecer.
Mea culpa, mea maxima culpa, só há semanas tomei conhecimento do trabalho de Humbertona. Para mim, o violão e as mornas ERAM Luís Rendall. Apenas e só. É um prazer errar e descobrir coisas novas e de grande beleza. Ora ouçam:
Aqui
Aqui
E escusam de agradecer.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
MH 370 - A DERROTA DA TECNOLOGIA
O avião do voo MH 370 desapareceu no dia 8 de março de 2014. Era um Boeing 777, com 239 ocupantes e 300 toneladas. As buscas foram hoje suspensas. Que o comunicado tripartido seja em chinês ou noutra língua é indiferente. A tecnologia foi derrotada. A pergunta que toda a gente (se) faz é "como é que é possível?". E para essa pergunta não se encontrou resposta.
Ver - http://jacc.gov.au/
FLAGRANTES DA VIDA REAL - VIII
Entra um cliente numa certa e determinada taberna da vila. O cabelo artisticamente no ar e a pose indicavam estatuto: artista ou intelectual. O taberneiro não se desmanchou e, olhando fixamente a bem desordenada melena, disparou: "o amigo veio de mota?".
É por essas e por outras que é bom viver na vila.
Einstein, que não foi, que se saiba, cliente daquela taberna
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
MAC - 1942/2017
75 anos não são coisa pouca. Nem é uma data banal. Na sexta-feira lá estarei, na festa do Moura Atlético Clube. Irão homenagear os sócios mais antigos. O meu pai está no top-10.
O que é o M.A.C.? Formação, juventude, solidariedade, dádiva, empenho. É muito mais que isso, decerto, mas a verdadeira força de um clube está na juventude. Que é a mola propulsora do futuro.
Parabéns ao clube e a todos os que construíram e constroem a prática desportiva. Parabéns aos que fizeram, fazem e farão o M.A.C..
FRIO E LUZ
Castelo de Moura, ontem, às 16:16
Da tarde luminosa e fria passei às palavras de Paul Celan:
PARTIE DE NEIGE, droit cabrée jusqu'à la fin,
dans le vent ascendant, devant
les cabanes à jamais
défenêtrées:
fait ricocher des rêves plats
sur la
glace striée ;
dégager au pic
les ombres de mots, les empiler par toises
tout autour du fer
dans le trou d'eau.
dans le vent ascendant, devant
les cabanes à jamais
défenêtrées:
fait ricocher des rêves plats
sur la
glace striée ;
dégager au pic
les ombres de mots, les empiler par toises
tout autour du fer
dans le trou d'eau.
O frio da tarde percorreu-me os ossos, um a um. Mais fria se tornou a noite, com a partida de um amigo. Noite dentro, recordei um texto de há tempos: "quero voltar à
frescura do oásis e aos jardins percorridos por fios de água bem ordenados, a esses
labirintos com que se pretendia imitar os jardins do Paraíso, que tinham rios e aves que
nunca ninguém viu". Foi esse o caminho que o Juan tomou.
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
JUAN ZOZAYA STABEL-HANSEN (1939-2017)
Recebi a notícia, friamente, por mail. Faleceu, em Madrid, Juan Zozaya Stabel-Hansen.
Conheci-o em Mértola, no início de 1987, faz agora 30 anos e tudo passou tão depressa. Era, já nessa altura, um dos nomes maiores da arqueologia islâmica. Homem fraterno e tranquilo, tratava os mais jovens como se fossem seus pares. Conhecia como poucos a arte mediterrânica e a arqueologia islâmica. Uma erudição discreta e isenta de vaidade.
Um dos museus que me causou mais impacto foi, decididamente, o Museo Arqueológico Nacional, onde estive pela primeira vez em janeiro de 1987. Enquanto o meu amigo Juan Zozaya foi subdirector da instituição visitava-o com alguma regularidade, nos tempos em que a minha vida mertolense estava a começar. Recordo que o meu castelhano com forte sotaque (muito diferente do puro andaluz do meu pai) causava surpresa ao contínuo que me atendia. Fui brindado com a pergunta "es usted argentino?" (duas vezes) e "es usted paraguayo?" (uma vez). O senhor teria tão fraco ouvido como má memória...
Recordo a grande surpresa que tive com a rica e diversificada coleção do MAN. E retenho, com clareza, a confirmada paixão que senti pela arte islâmica e pelos ambientes paradisíacos que retratava. Como nos cofres em marfim, que nunca me cansarei de admirar. Devo ao Juan inúmeras facilidades, contactos e informações. A genuína vontade em ajudar estava sempre presente. O seu percurso foi marcado pelo brilhantismo e pela generosidade. Fui-o encontrando, quase sempre em Mértola, ao longo destes anos. A vez derradeira foi há sete meses.
Fez parte de uma lista de colegas e amigos que estiveram comigo quando me candidatei à Câmara de Moura, em 2013. Quando lhe telefonei a pedir apoio, respondeu-me com a sua típica gargalhada e um "claro que sí, camarada!".
Estarás sempre entre nós, Juan.
FRIO, MUITO FRIO
Esta paisagem de inverno, datada de 1908, é obra do pintor sueco Gustaf Edolf Fjaestad (1868-1948). Enquadra-se neste dias frios. Faltava no norte o esplendor da luz limpa que nos tem acompanhado.
Roald Dahl, que também tinha origens bem a norte, resolveu, à sua maneira, o problema do frio:
A woman who my mother knows
Came in and took off all her clothes.
Said I, not being very old,
'By golly gosh, you must be cold!'
'No, no!' she cried. 'Indeed I'm not!
I'm feeling devilishly hot!'
Came in and took off all her clothes.
Said I, not being very old,
'By golly gosh, you must be cold!'
'No, no!' she cried. 'Indeed I'm not!
I'm feeling devilishly hot!'
domingo, 15 de janeiro de 2017
TOBY DAMMIT
Regresso aos clássicos. Neste caso, a uma obra pouco conhecida de Federico Fellini. Toby Dammit era a terceira e última parte de um filme de três realizadores (Roger Vadim, Louis Malle e o próprio Felini). Todos os episódios eram baseados em contos de Edgar Allan Poe. Não tenho qualquer memória das partes 1 e 2 do filme. Pelo contrário, a história que Fellini encenou é uma das mais belas sequências de mistério e terror da História do Cinema. O terço derradeiro de Histórias extraordinárias, de 1968, é a minha escolha destes dias. Com um conselho: nunca façam apostas com o Diabo...
Vejam - http://www.tcm.com/watchtcm/movie/91091
e os 15 segundos finais:
Vejam - http://www.tcm.com/watchtcm/movie/91091
e os 15 segundos finais:
sábado, 14 de janeiro de 2017
O MUNDO INTEIRO É UM PALCO
Tenho-me lembrado hoje, insistentemente, desta passagem de uma peça de Shakespeare (As you like it), que já por aqui andou há mais de cinco anos:
All the world's a stage,
And all the men and women merely players:
They have their exits and their entrances;
And one man in his time plays many parts, (...)
And all the men and women merely players:
They have their exits and their entrances;
And one man in his time plays many parts, (...)
Faz parte desta publicação um desenho do artista argelino Rachid Koraichi (n. 1947), inspirado em L'oeil, de Donatella Bisutti.
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AQUEDUTOS DE PORTUGAL
"Aquedutos de Portugal", uma magnífica exposição de fotografia de Pedro Inácio, está patente a partir de hoje e até dia 17 de março (ou um pouco depois disso...) no Museu Municipal.
As ideias são como as cerejas... E do ato da inauguração surgiu a ideia de se organizar um Fórum 21 sobre a água. Será em março, no dia 22. Que é o Dia da Água.
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
A PROPÓSITO DE PAULO MACEDO
Conheço Paulo Macedo desde outubro de 1976. Somos amigos desde então. Já sobre ele escrevi um artigo no jornal "A Planície" (v. aqui).
Foi meu assistente de realização numa curta-metragem da qual não rezará a História. Um trabalho feito com amor e entusiasmo. Ao longo de décadas fomo-nos encontrando de forma irregular. Como acontece nas amizades antigas, a conversa recomeça sempre no ponto em que ficáramos.
Discordamos seriamente em muitas coisas, a começar pelos temas políticos. Como é óbvio. Pois, mas a Amizade vale mais. Continuo a achar que fez um trabalho sério à frente da Saúde, a despeito de todas as decisões que mereceram a minha oposição. Curiosamente, do combate às farmacêuticas pouco se falou...
Li com tristeza as infames notícias de hoje, que procuram atingi-lo. De uma coisa tenho a certeza: é alguém que não pressiona, não faz fretes, não admite cunhas, nem favorece amigos. Constato, há mais de 40 anos, que é de uma ética inabalável. Tentativas de tosca vingança, como a que hoje se esboçou, irão parar ao local que merecem: o caixote do lixo.
AULA NA ESCOLA SECUNDÁRIA
Foi na passada segunda-feira, logo pela manhã. Fui, a convite do Prof. Elói Ribeiro, dar uma aula sobre património histórico de Moura a uma turma do 10º ano. A estreia, a convite do mesmo docente, ocorrera no dia 6 de junho de 2012.
A Escola Secundária tornou-se, nos últimos três anos, parte dos meus horizontes mais familiares. Procurei e consegui uma maior proximidade com os mais novos. A aula veio reforçar esse princípio.
Dar uma aula a um escalão etário que não me é, profissionalmente, familiar, causa dificuldades. A última disciplina que lecionei, em Coimbra, foi Gestão do Património Arqueológico e as idades oscilavam entre os 19 e os 63 (!) anos. Ainda assim, no passado dia 9 não me saí mal. Acho eu... Houve de tudo, como sempre, mas no essencial estiveram atentos e fizeram perguntas (um punhado delas de grande argúcia e pertinência, que revelaram cabeça e atenção). Foi um excelente começo de semana.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
MOURA, O PRESENTE E O FUTURO
A notícia saiu hoje no "Jornal de Negócios". Deixo o link e duas imagens, sem mais comentários. Fico apenas a aguardar as reações. A noite promete ser algo divertida...
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/autarquias/detalhe/mapa-saiba-se-o-seu-municipio-esta-a-exportar-mais?ref=HP_Destaquesduasnot%C3%ADcias
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ARQUITETURA INFORMAL
O título é gentil, tendo em conta a obra concretizada. A inspiração parece estar no expressionismo, caso o autor de tal soubesse. Ou no MIT Stata Center, de Frank Gehry. Ou nos cenário do filme "O gabinete do Dr. Caligari", de Robert Wiene. E não me parece que assim seja. Mas aquele equilibrismo arrojado tem graça, sem dúvida.
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
QUAL A MOURA QUE QUEREMOS? - nº 4
Todas as mudanças são suscetíveis de causar polémica. Todas, sem exceção.
O Campo Maria Vitória, antigo estádio de futebol, estava há mais de uma década sem qualquer uso regular e devidamente definido. Cerca de um hectare de área urbana precisava de tratamento e requalificação. Foi isso que resolvemos fazer.
Dados objetivos:
Valor do investimento total - c. 3.000.000 €.
Área total do Campo Maria Vitória - 9.627 metros quadrados.
Área cedida ao promotor - 6.508 metros quadrados.
Área propriedade do Município - 3.119 metros quadrados.
Valor de cedência - 300.000 €
mais,
Obras realizadas pelo promotor no espaço propriedade do Município - 1.261 metros quadros de espaços verdes, 1.008 metros quadrados para equipamento de utilização coletiva, 850 para rede viária, caminhos pedonais e estacionamento, incluindo parque de autocaravanas);
mais,
Realização de obras de infraestruturas gerais por parte do promotor.
Utilização e manutenção do espaço - garantida pelo promotor durante durante 20 anos.
Criação de postos de trabalho - c. 60.
Data de conclusão da obra - maio de 2017 (sim, dentro de quatro meses).
Que Moura queremos? estamos dispostos a investir tempo e dinheiro numa outra imagem de cidade? Repito o que há semanas escrevi algures: governar implica determinação, a procura de soluções e coragem. Não se anda ao sabor das marés nem ao jeito do vento que sopra. O tempo dirá quem tem razão. E o tempo, também, separará o trigo do joio. O que se tem tentado fazer implica conhecimento e não apenas opiniões. É tão simples quanto isso.
Está melhor assim?
Ou ficará melhor assim, dentro de poucos meses?
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