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Regressa agora ao Corinthians. Embora não gostasse dos golos que marcava ao SLB (e marcou alguns) fica a imagem de um profissional sério e que deixará, decerto, saudades em Alvalade.
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No Público, ontem:
As organizações patronais querem reduzir para metade ou para um terço as indemnizações nos processos de despedimento colectivo ou por extinção do posto de trabalho e defendem a imposição de um tecto máximo, que actualmente não existe. Os sindicatos, principalmente a CGTP, nem querem ouvir falar de tal hipótese.
No Público, hoje:
(...) a ministra do Trabalho propôs aos parceiros sociais uma redução das indemnizações - que passarão a ter por base 20 dias de salário por cada ano de antiguidade contra os actuais 30 - e a imposição de um tecto máximo de 12 meses. Além disso, Helena André formalizou a criação de um fundo para financiar uma parte das indemnizações, alimentado exclusivamente pelas empresas.
Perceberam a diferença entre o que querem os patrões e o que quer o governo? Perceberam? Se perceberam têm mais sorte que eu. É preciso assim uma legislação mais flexível, assim tipo espanhola ou moderna ou qualquer coisa. Uma jornalista do Expresso mostrava hoje na SIC uma angústia assim tipo existencial. Do tipo querem ver que daqui a pouco também estou no olho da rua. O Partido Socialista, se até há pouco tinha uma ideologia assim tipo social-democrata, com tanto de social como o queijo tipo Serra tem a ver com o original, agora deixou-se de invenções e passou a ter uma ideologia assim tipo de gatas antes o patronato.
É preciso sermos flexíveis, assim tipo Nokulunga Buthelezi, só que em termos laborais. José Sócrates descobriu a pólvora. É preciso dar condições aos patrões para trabalharem. Assim tipo América onde basta a renegação verbal "you're fired", assim tipo muçulmanos radicais no casamento.
É um socialismo moderno, tipo assim. Como agora se diz.
Léon Blum deve estar a dar voltas no túmulo.
É só até domingo que está patente ao público, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, a Expedição Amazónia Exposição. Entre 26 de Dezembro de 2009 e 9 de Janeiro de 2010, ilustradores, fotógrafos, designers, médicos, professores e jornalistas registaram de forma livre e espontânea, dia e noite, as suas impressões acerca da Amazónia, ora a bordo do barco-residência Dorinha, em percursos exploratórios em canoas, ora em caminhadas pela floresta, nas margens do Rio Solimões e do Rio Negro.
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O ponto de inspiração foi a expedição científica liderada, em 1783, por Alexandre Rodrigues Ferreira, e que teve como título Viagem Filosófica ao Grão - Pará.
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A mostra é composta por cadernos de campo realizados no terreno pelos ilustradores, reproduções de uma selecção de desenhos, fotografias captadas por três fotógrafos e o projecto multimédia Amazónia 2010, produzido a partir de textos, imagens e sons do local e que é apresentado em formato digital (vídeo) com animação 2D e 3D e banda sonora de João Lucas.
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Texto adaptado a partir de
http://www.pavconhecimento.pt/exposicoes/temporarias/index.asp#amazonia
.O documentário tem página: http://www.pareescuteolhe.com/ que dá ligação a um blogue
No site da Rádio Voz da Planície:
PCP: Apresentado projecto de resolução sobre serviço intercidades
O Grupo Parlamentar do PCP apresentou na Assembleia da República, um Projecto de Resolução sobre a manutenção do serviço intercidades Beja-Lisboa-Beja. O documento foi rejeitado pelos votos contra do PS e as abstenções do PSD e CDS/PP.
Os votos contra do PS, incluindo os dos deputados Luís Pita Ameixa e Conceição Casanova eleitos pelo distrito de Beja, e as abstenções do PSD e CS/ PP, rejeitaram um Projecto de Resolução apresentado pelo Grupo Parlamentar do PCP e votado na passada sexta-feira na Assembleia da República, que “defende a manutenção do serviço intercidades, Lisboa-Beja e Lisboa-Évora e reclama a sua qualificação em termos de oferta e adequação de horários". (fim de citação)
Será que percebi bem? O PCP apresentou uma uma proposta defendendo a manutenção do intercidades Lisboa-Beja e o PS votou contra? Os srs. deputados baixo-alentejanos (como eles gostam de dizer) Pita Ameixa e Conceição Casanova, do PS, votaram contra essa manutenção. Contra? Porque será? E se a linha fosse Lisboa-Baixo Alentejo votariam a favor?
Fotografia no blogue: http://texasselvagem.blogspot.com. Ia jurar que é a estação do Barreiro...
Automotoras como esta tiveram uma longa vida nas linhas férreas do sul. Em segunda classe havia bancos de madeira e um inconfundível cheiro a gasóleo. No Ramal de Sueste chegavam a atingir uns estonteantes 70 kms/hora. A estrutura rangia toda e ficávamos com a sensação que a automotora ia descolar em direcção aos céus. Ainda não se falava no Beja International Airport, claro.
Vale a pena ler o que Luís Maneta escreveu hoje no A Cinco Tons (v. aqui).
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O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Rendas, disse hoje que "foram aprovadas recomendações para iniciar o processo de creditação dos licenciados pré-Bolonha".
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Falando no final da reunião da CRUP, que decorreu no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, António Rendas revelou que "essas orientações visam credenciar os licenciados anteriores ao processo de Bolonha com o grau de mestre".
Para isso, "conforme o currículo académico e profissional de cada um terão de fazer algumas disciplinas, apresentar e defender um relatório final, cujas definições serão determinadas por cada uma das universidades".
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"Puta que pariu! Estás a falar a sério?" foi a surpresa e indignada reacção de uma professora universitária a quem telefonei, perguntando se tinha tido conhecimento prévio disto, no conselho científico da sua faculdade.
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Longe vão os tempos em que Sottomayor Cardia (1941-2006) foi (injustamente) crucificado por propor a redução das licenciaturas de 5 para 4 anos, que seriam depois complementadas com mestrados de 2 anos. O tempo lhe daria razão e a tiraria aos que, eu incluído, achavam que se menorizava a importância do grau de licenciado.
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O que veio depois é conhecido: licenciaturas de três anos, mestrados com três semestres mais um para o seminário de dissertação, teses cada vez mais curtas, muitas vezes sem o tempo necessário de reflexão e de escrita, a investigação transformada em pílulas.
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Aquela história do "relatório final, cujas definições serão determinadas por cada uma das universidades" é tudo menos tranquilizadora. E não garante, podem ter a certeza, qualquer qualidade ou relevância nos trabalhos realizados. E, em última análise, nem sequer é o grau académico que determina o nível de proficiência. Mas será essa a verdadeira questão? Não creio. O fundo do problema não está na atribuição indiscriminada dos graus de mestre ou de doutor, mas sim numa questão de sobrevivência. E na necessidade crescente de, seja lá como for, se financiarem as universidades. Já lhes terá ocorrido a possibilidade de leiloar graus?
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Os meus últimos anos de faculdade (1983/85) foram marcados por tumultos permanentes e por guerras entre facções no corpo docente: a direita reaccionária ganhou, a esquerda perdeu. À medida que o tempo passava, e à medida que os despedimentos à esquerda se sucediam (para além da falhada tentativa de José Manuel Tengarrinha, ficaram célebres os episódios de Hernâni Resende, de Cláudio Torres, para além das pressões exercidas sobre José Mariz, Isabel Castro Henriques etc.) fiquei com a nítida sensação que se vivia ali um fim de ciclo. Alguns colegas da Direcção da Associação de Estudantes de Letras perguntavam-me quais eram os meus projectos. Na brincadeira, dizia sempre "estou a pensar candidatar-me a um lugar na Universidade de Bujumbura; por aqui não devo ter grandes hipóteses...". O tempo passou, mas ainda tenho uma planta da cidade. Nunca se sabe...
Site da candidatura: http://www.franciscolopes.pt/