É um grande filme, mas sem esta música e sem a voz de Peggy Lee não seria o mesmo. Depois de rever alguns excertos acho que está na altura de consultar a programação da Cinemateca e ver que filmes andam por lá em setembro. Viva o Cinema, mais as grandes músicas que também fazem parte do Cinema.
quinta-feira, 31 de agosto de 2023
LXII - CRÓNICAS OLISIPONENSES: LA CULTURE TUK-TUK
Foi ontem, na "notre petite étoile", no cruzamento das Calçadas do Forte e do Cascão e das Ruas do Paraíso, dos Remédios e do Museu de Artilharia.
Iam três franceses num tuk-tuk (isto parece o começo de uam anedota e é), mais a sua loiríssima e jovem guia. Quando vou a passar, ouço esta frase extraordinária: "Alfama c'est le quartier des trois F: Fado [fádô], Fátima et Futebol". Uma tese invulgar, sobretudo porque não sei onde fica o Estádio de Alfama. Os franceses acenaram enfaticamente "ah, oui! oui!". Eu desci a Rua do Museu de Artilharia em passo acelerado, para um almoço tardio.
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
O PANTONE DE RAUL BRANDÃO
cinzentas - violeta - violeta - violeta - violeta - violeta - roxo - verde - negra - violeta - violeta - violeta - verde - roxo - roxo - roxo - roxo - verde - verde - doirada - roxo - azulados - negra - esbranquiçada - roxo - negro - verde - violeta - verde - verde - oiro - chumbo - pardo - branco - branco - branco - branco - azul - esbranquiçados - cinzentos - oiro - branco - branco - branco - azul - verde - azul - roxo - branco - branco - oiro - cinzento - branco - cinzento - cinzento - azul - azul - azul - branco - branco - cinzento - cinza - branco - cinzento
Estas cores surgem em 3 (três) páginas. Fiquei fascinado com as persistentes alusões cromáticas de Raul Brandão numa releitura de "As ilhas desconhecidas", escrito há um século. É uma paleta pastel e de tons frios. A descrição evoca as pinceladas rápidas dos impressionistas.
Excerto de uma tela de Monet:
terça-feira, 29 de agosto de 2023
CONTRAVISÕES
Fotografias da coleção de António Cachola no átrio da sede da Caixa Geral de Depósitos, selecionadas por Sérgio Mah. Até final de setembro.
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
O FABRICO DAS NOVAS ELITES
Sempre achei desajustado o foco na luta contra as propinas. Mais graves me pareciam/parecem outras situações. As dificuldades crescentes em se pagar um alojamento e o vale-tudo no arrendamento de quartos veio, infelizmente, dar-me razão. Há um sacrifício crescente por causa das famílias e o que mais pesa não são as propinas. Mas sim o resto: o alojamento, a alimentação, as deslocações, os livros etc. As desigualdades vêm de trás e cimentam-se aí.
A ironia maior é andarmos a criar elites em domínios com grande procura (medicina, engenharia, arquitetura...) para depois serem outros países a disso tirar partido. E empresas nossas que não investem um cêntimo na Educação.
Mas, antenção!, shiu que isto é um estado socialista.
MÁSCARA Nº. 12: MOURA
Continua a procura de faces nas paisagens urbanas. Ou, como diz uma velha e querida amiga, "podia dar-te para pior". Esta mascarilha está junto à Rua dos Açores, em Moura. Uma face com frondosa melena e tudo.
domingo, 27 de agosto de 2023
VERÃO AZUL: VENEZA
Poderia dizer o azul do Adriático, mais o ouro de Bizâncio. Mas o que interessa aqui é o azul de Manet. E todo o esplendor de Veneza.
O quadro foi pintado em 1875. Pertence ao Shelburne Museum, nos Estados Unidos.
sábado, 26 de agosto de 2023
VERÃO AZUL: OS HOMENS DO DESERTO
São conhecidos como homens azuis. O indigo dos tecidos colha-se-lhes à pele. Os papéis, a burocracia, os relógios são coisas à margem do seu mundo. Ocupam o grande deserto, sobretudo na sua franja sul. Andam por cidades como Gao e Tombuctu.
Entrevista a um desses homens, Moussa Ag Assarid - http://estudi78.org/moussa-ag-assarid-touareg-nomada-del-desierto/
Às vezes, muitas vezes, tenho inveja deles.
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
VERÃO AZUL: YVES KLEIN
Quase poderíamos chamar-lhe "o homem que reinventou o azul". Yves Klein teve uma vida breve (1928-1962) e intensa. Reinterpretou obras, como esta Nike de Samotrácia, que está no Reina Sofia, e foi ousado. E criou direito a um azul que é só seu (cf. infra).
quinta-feira, 24 de agosto de 2023
VERÃO AZUL: LAJES
Os impérios fazem lembrar uma Olinda no meio do oceano. Há-os de todas as cores. O mais azul e branco é este anexo, mesmo no centro das lajes, no norte da Ilha Terceira.
A Terceira é diferente de todas as outras ilhas. Estes impérios, em intenção do Espírito Santo, são a base de festas (havendo mais de 70 impérios são mais de 70 festas) com vinho e massa sovada.
Despensa do Império do Espírito Santo, nas Lajes (Açores) - 16:30 (26.10.2021)
O PALMOLIVE E OS MEIOS AÉREOS
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
VERÃO AZUL: JARDIM MAJORELLE
mar azul
mar azul marco azul
mar azul marco azul barco azul
mar azul marco azul barco azul arco azul
mar azul marco azul barco azul arco azul ar azul
CRÓNICAS DO 54 - Nº. 1: TAMBÉM
Ia a caminho da Buraca. A senhora não falava alto, falava altíssimo. Ia três filas à minha frente e era como se estivesse a falar comigo. Acompanhava-a um netinho. A senhora falava ao telemóvel, com a Maria (não garanto a total fidelidade do monólogo, mas era mais ou menos isto) "sim, vamos aqui no autocarro também. Ontem fui à consulta também, mas também ainda não me sabem dizer nada. Amanhã vou à praia também aqui mais o meu pequenino. Também. Não, não este ano não estou a pensar ir à terra, também. Acho que está muito calor e depois a casa ainda não tem grandes condições, também. Sim, é minha e da minha irmã, também. Não, também, aquilo lá há cada vez menos gente. Qual praia? Vamos à Costa, também. Apanhamos o autocarro e passamos lá o dia, também. O miúdo também gosta. Olha, espera também, que estou a chegar à paragem. Já falamos, também".
Uma viagem curta, a meio caminho entre o monólogo do "Cavaleiro Andante", de Almeida Faria, e "A floresta em Bremerhaven", de Olga Gonçalves.
Também.
terça-feira, 22 de agosto de 2023
REABILITAR O PATRIMÓNIO - COM PRÁTICA DE TERRENO E POUCA CONVERSA...
Há dez anos estava terminada a reabilitação da Igreja do Espírito Santo. Foi um exemplo prático do que pode, e deve, ser feito, em termos de reabilitação do Património. Com pouca conversa, ainda menos propaganda (eu sei, foi um erro nosso, deviamos ter anunciado a obra dez vezes e dado conta da sua execução outras dez), mas com capacidade de execução.
Recordo esse facto, porque há justamente dez anos estava a ser debatido no local o futuro a dar a sítios como esse.
Uma experiência única, de que muito nos orgulhamos (refiro-me às equipas autárquicas envolvidas nesta obra e das quais fiz parte).
QUARTA-FEIRA, 21 DE AGOSTO DE 2013
DA EMPRESA PARA OS EMPRESÁRIOS
VERÃO AZUL: STEVE McCURRY
Marrocos, Chefchaouem, em 2016.
A cidade, vista assim, pela lente de Steve McCurry, ainda parece mais azul. Há mais de 20 anos passei várias vezes por Chefchaouen. Em 2001 fui co-autor (fotografias de António Cunha, um texto de Cláudio Torres, sobre Mértola, outro meu, sobre a cidade marroquina) de um livrinho onde se evocavam as duas margens do sul. Et in Arcadia ego...
O livro faz parte do que me começa a parecer um passado distante. O azul de Chefchaouen é inapagável.
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
VERÃO AZUL: MATISSE
Os dias vão azuis, quentes e calmos. Muito calmos, quando os comparamos com o frenesi do início do mês. Na paleta de Matisse houve sempre lugar para o azul, como neste Ícaro.
E antes que algum amigo pergunte, nunca vi a série "Verão Azul". Nunca tive paciência para tal. Aproveitava-se o título.
17:58:54 - FINIS...
Foi essa a hora, rigorosamente vista no cronómetro. Foi feita a última correção, no raio da página 276. Um hífen desgraçado fora do sítio...
Agora:
Artes finais
Impressão
Apresentação pública, lá para final de setembro ou início de outubro (suponho eu).
Um simpático calhamaço de 406 páginas, escrito em co-autoria com três colegas.
domingo, 20 de agosto de 2023
DANDO AO PEDAL, FOTOGRAFICAMENTE FALANDO
AINDA FOTOGRAFIA: INÊS D'OREY
O dia foi ontem, o encantamento permanece. "Se um caminho sigo, é o da procura da memória dos sítios. Uma linha que está presente em todos os nomes que referi. As preocupações de reconstrução do passado refletem-se nos gostos de um historiador", foi o que escrevi aqui no blogue há mais de cinco anos.
Gosto em particular de registo de sítios que foram e já não o são. Inês d'Orey tem-se dedicado muito a esses registos.
rød#5. Edition of 1: 31x51cm backlit print in a Lightbox
sábado, 19 de agosto de 2023
DAMASCO, 2003
Não sou muito de "dias de". Abro aqui uma exceção para recordar uma viagem com quase duas décadas. A fotografia foi feita no dia 12 de outubro de 2003, no pátio interior do restaurante Zeitouna, muito perto da igreja com o mesmo nome, a dois passos de Bab Sharqi. A máquina era/é uma Nikon FM2, o rolo um Delta 100. Não, me lembro o que almocei...
LXI - CRÓNICAS OLISIPONENSES: MACISTE EM LISBOA
É um BAR e fica na Rua da Esperança. Não conheço o local, mas ao passar chamou-me a atenção o nome: Ippolito & Maciste. MACISTE??? Era um nome habitual nos cinemas de Moura. Eram filme de série B, realizados por funcionários da indústria como Sergio Corbucci (1927-1990). Corbucci realizou mais de 60 filme, entre 1951 e 1990...
Maciste era protagonizado por atores peitudos e hoje esquecidos como Gordon Scott ou Mark Forrest. Fazem-me sempre lembrar aquela piada de Groucho Marx, quando lhe perguntaram, à saída da ante-estreia de "Sansão e Dalila", se gostara do filme. Resposta: "I have one major criticism. You can't expect the public to get excited about a film where the leading man's bust [Victor Mature] is bigger than the leading lady's [Hedy Lamarr].".
Maciste regressou a Lisboa, isso é certo.
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
SIMETRIA
A minha "empatia" com o cinema de Stanley Kubrick tinha a ver com a precisão geométrica das imagens. Kubrick trabalhava os enquadramentos, e a perspetiva, até que o rigor atingido o satisfizesse. Há, no youtube, por exemplo, várias demonstrações dessa bem conhecida característica do cineasta.
Não sendo fotógrafo, nem cineasta, mas precisando de usar a fotografia por razões profissionais, tive de adotar procedimentos canónicos para não entregar imagens com erros nos relatórios de escavações, nos livros, nos artigos etc. Claro está que, por mais que me tente dispciplinar - "atenção à linha do horizonte", "olha que a imagem zenital e sem diagonais é melhor", "atenção à sombra para dar expressão às estrturas", "não fotografes ao meio-dia que ficas com um chapão de luz", "usa rolos 100 ASA" - falho imenso. O resultado das fotografias nunca é excecional. As da escavação são mais aceitáveis, mas aí o registo é essencialmente técnico.
Lembrei-me disto ao rever - e ao apagar - ficheiros no computador. Esta tentativa de simetria data do inverno ou da primavera de 2016. É um contrapicado do Pavilhão das Cancelinhas, na Amareleja. Vale o que vale. Ou seja, não vale grande coisa...
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
MÉRIDA: CONSORCIO CIUDAD MONUMENTAL HISTÓRICO-ARTÍSTICA Y ARQUEOLÓGICA
O que é o Consorcio? Isto:
El Consorcio de la Ciudad Monumental,
Histórico-Artística y Arqueológica de Mérida es una entidad de derecho público,
integrada por la Junta de Extremadura, el Ministerio de Educación, la Excma.
Diputación Provincial de Badajoz, la Asamblea de Extremadura y el Excmo.
Ayuntamiento de Mérida.
Los órganos de gobierno y
administración del Consorcio de la Ciudad Monumental de Mérida son los
siguientes: Consejo
Rector, Comisión Ejecutiva, Director y Gerente.
Tiene personalidad jurídica propia y plena capacidad para el cumplimiento de
sus fines específicos.
El Consorcio tiene por
objeto la cooperación económica, técnica y administrativa entre las Entidades
que lo integran para la gestión, organización e intensificación de las
actuaciones relativas a la conservación, restauración, acrecentamiento y
revalorización de la riqueza arqueológica y monumental de Mérida.
Una amplia plantilla de trabajadores se esfuerza, desde los diferentes
departamentos, en desarrollar los objetivos para los que se creó este
organismo.
Ver mais em https://www.consorciomerida.org/
O que é que o Consorcio implica? Uma sólida e produtiva participação de várias entidades estatais no projeto. O que daí resulta? Uma extraordinária qualidade de trabalho e uma intervenção muito ampla no património da cidade.
E não se inclui aqui o Museo de Arte Romano nem o Instituto de Arqueologia, ligado ao CSIC (Consejo Superior de Investigaciones Cientificas).
Ou seja, estas coisas são muito simples, e ao contrário do que muitas vezes se quer fazer crer. Ou o Estado que intervir ou não quer intervir. E em Espanha trabalha-se muito bem nesta área. Há muitos anos. Já no tempo do franquismo, a comparação com o nosso bisonho e tacanho salazarismo, a diferença era abissal.
REGRESSO A PAYMOGO
Devo ter ido mais à aldeia das origens nestes últimos nove meses que nos 20 anos anteriores. Desta vez por uma razão bem específica e bem gratificante. A minha prima Pepa foi homenageada pela Irmandade da Virgem do Rosário. No final da cerimónia religiosa passámos pelo sítio onde repousam os antepassados (e são muitos e recordo-me de muitos deles...).
Há mais de 50 anos em Madrid, a Pepa nunca deixou de ir, com uma regularidade que me impressiona, à sua aldeia de origem. Foi esse o motivo da festa.
Há 50 anos que eu não entrava no local onde foi o almoço... e que era o antigo cinema de inverno [Cine Victoria, seria?].
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
HUMBERTONA (1940-2023)
Morna ca so dor (não é de facto, mas tem muito de nostalgia), tocava Humberto Bettencourt Santos, popularmente conhecido como Humbertona. O violão de Humbertona não voltará a tocar. O músico faleceu em São Vicente, no passado dia 10. Só hoje li a notícia, numa página do facebook. A imprensa portuguesa, aitantoquenósgostamosdeáfrica, não dedicou a este facto uma só linha. Nas redes sociais também não vi grande coisa.
Humbertona era genial, mas não era "estrela"...
SALOMÉ NO CINE MIRAMAR
No sábado passado lembrei-me de um velho médico angolano, cujo nome não recordo. Dizia-me em tempos, há já muitos anos..., a propósito das suas idas ao cinema, em Luanda: "ia muitas vezes ao Cine Miramar, uma esplanada ao ar livre; quando o filme não prestava, olhava para a baía e tinha a noite ganha".
Nunca fui a Luanda, mas a peça levada à cena em Mérida, uma "Salomé" com muito empoderamento feminino, muitos laivos gratuitos LGBT e muito farsodrama ao gosto castelhano levou-me a pensar "que cenário tão bonito que isto tem e que sítio tão fantástico este teatro é".
Em 2024, vou ter mais cuidado na escolha da peça...
sexta-feira, 11 de agosto de 2023
ONDAS
Agosto é tempo de ondas. Esta obra de António Palolo faz-me lembrar ondas. Mesmo por isso foi escolhida para uma exposição sobre o mar. Retomo-a agora, porque Palolo merece ser lembrado.
quinta-feira, 10 de agosto de 2023
SONS DE OUTROS TEMPOS - I: O CONJUNTO DE OLIVEIRA MUGE
Esta canção do Festival de San Remo (1966), aqui interpretada pelo moçambicano Conjunto de Oliveira Muge, faz parte da banda sonora do filme "Tabu", de Miguel Gomes. "Tabu" é uma peça invulgar, um filme bonito, com um texto muito bom e uma história densa. É o meu filme português nº. 1.
quarta-feira, 9 de agosto de 2023
O LUAR DE LAGOS
igual a noite é
como a jardim deserto
um espelho no café
que permanece aberto
nenhuma voz ou campo
há o luar a paz
que na sombra perfaz
o seu tecido branco
e à rua percebida
passam ciganos com suas mães
mais tardos na subida
os xailes - grande vida!
seguidos pelos cães
Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006) nasceu há exatamente 100 anos. Uma personalidade invulgar na vida e na morte.
Argel, 1982 (fotografia de Abbas)
terça-feira, 8 de agosto de 2023
CRÓNICA MATUTINA DA SENECTUDE, ALGURES NUMA BIBLIOTECA
FLASH-VISIT NO PANTEÃO NACIONAL
segunda-feira, 7 de agosto de 2023
DJUNTA MON NA ILHA DO CORVO
"Não se vendia nada, trocava-se tudo. Quem tinha uma casa a fazer, tocava o sino e a casa fazia-se num instante". A descrição é de Raul Brandão, e refere-se à ilha do Corvo, em "As ilhas desconhecidas". Em Cabo Verde, esse ato coletivo é conhecido como djunta mon. É uma atitude solidária, típica das sociedades tradicionais, suponho eu. Os sociólogos e os antropólogos que esclareçam isto, se faz favor. "Eram mulheres e crianças, cada um com seu tijolo / Isto aqui era uma orquestra, quem diz o contrário é tolo", cantava Zeca Afonso, há quase 50 anos, em "Os índios da Meia-Praia". O mundo de dificuldades era o mesmo. A forma de as ultrapassar era entre todos. O exemplo não frutificou. As dificuldades permanecem. Nós? Cada um por si...
domingo, 6 de agosto de 2023
PASSEIO À HORA DO CALOR
sábado, 5 de agosto de 2023
ALBERTO E A MÁQUINA DO TEMPO
No outro dia, numa página de futebol do facebook apareceu-me esta fotografia. E dei comigo a pensar "o que será feito dele?". Alberto Gomes Fonseca Júnior (n. 1956) teve uma carreira curta e fulgurante. Nas eliminatórias para o Europeu de 1989 cometeu a proeza de ter "dado" duas vitórias à seleção portuguesa, marcando golos decisivos. Fraturou a perna numa final da taça, contra o Porto. Lembro-me perfeitamente do lance, ocorrido a curta distância do local onde me encontrava. Nesse dia, 7.6.1980, aos 23 anos (!) Alberto acabava para o futebol. Os anos seguintes foram um penoso arrastar de uma carreira que podia ter sido a de um extraordinário defesa-esquerdo.
Tinha travado conhecimento com Alberto no início de 1979. Dirigia então o jornal da turma de jornalismo e tínhamos decidido que haveria entrevistas de fundo. Uma delas foi a Lydia Barloff, o que quer dizer que o nosso jornalinho era uma coisa muito avançada para a época. A mim coube-me entrevistar Alberto, o que, do alto dos meus 15 anos, fiz com toda a convicção, marcando encontro através de um amigo comum. E ele, um jovem de apenas 22, respondeu a todas as minhas perguntas com simpatia e como se estivesse ante um jornalista a sério.
O que será feito do meu jornalinho? Algum exemplar haverá, nos caixotes lá de casa.
O que será feito do Alberto?
sexta-feira, 4 de agosto de 2023
TODO O OURO DE BARCELONA
Encerra depois de amanhã, no Museu Nacional de Arte Antiga, a exposição Barcelona Gótica. É um extraordinário conjunto de peças vindas da capital catalã.
A peça mais ternurenta é, certamente, o fragmento de retábulo, de inícios do século XV e de autoria desconhecida, onde vemos o Menino Jesus aprendendo a andar, com o apoio de um andarilho.
Barcelona é uma cidade mediterrânica e aberta aos contactos culturais com outros mundos. Itália e o mundo bizantino sempre estiveram perto. Como o prova a pia batismal de planta octogonal ali encontrada.
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