sábado, 31 de outubro de 2015

LEIDEN, RELAÇÕES INTERNACIONAIS E O MÉDIO ORIENTE

Somos amigos há quase 19 anos. Nos últimos 10, encontrámo-nos de forma esporádica. Mantemos um contacto próximo, que se tem estreitado, à distância, nos últimos tempos. Anteontem, fui despertado com um mail, anunciando a admissão dessa minha amiga na Universidade de Leiden, na Holanda. Um sítio de grande interesse no domínio dos Estudos Internacionais. A minha amiga está interessada nas questões do Médio Oriente. E vai passar parte do seu tempo a estudar língua árabe, no edifício que se vê na fotografia.

Há coincidências assim. Levei parte do meu percurso de estudante a ler livros publicados pela E.J. Brill, de Leiden. As obras de Reinhardt Dozy. E a Enciclopédia do Islão. Que esta minha amiga se tenha interessado pelo mundo árabe é uma surpresa total. Comentei, em tom provocador, "já há tantas problemas no Médio Oriente; você ir para lá é mais um". Não levou a mal.

http://www.bachelors.leiden.edu/studies/info/international-studies

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

ALFRED SISLEY 176

Alfred Sisley e o seu La Seine au point du jour, de 1877, hoje no Musée Malraux, em Le Havre. Gosto de Sisley, um dos impressionistas de quem não se fala muito. Gosto da vibração da cor, um pouco como acontecia em muitas telas de Monet, como as dos barcos em Argenteuil. A mélange optique funciona aqui na perfeição e há uma luz a que só em dias muito excepcionais temos acesso no norte.

Acho graça, nos quadros dele como nos outros contemporâneos seus, ao elogio da indústria. Identificamos em muitos as fumegastes chaminés das fábricas, que eram o símbolo do progresso e de uma anunciada prosperidade. Os impressionistas são a face visível do otimismo da Revolução Industrial. Enganaram-se, mas ninguém lhes pagava para fazerem análises histórico-sociológicas.

Espero que não venham um dia fundamentalistas exigir que se apaguem as chaminés, como símbolo da opressão e da poluição blablabla. Depois do que fizeram a Lucky Luke e ao sr. Hulot já espero tudo...

Viva Sisley, o inglês que queria ser francês.


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

TODO O FALSO PUDOR SERÁ CASTIGADO...

Ao ligar-me, há pouco, ao facebook, tinha um aviso solene: nada de poucas vergonhas. Uma fotografia, mais que inocente, ontem publicada fora apagada. Alguém que não gosta de seios femininos se queixara... Ou era isso ou o poema de Drummond de Andrade. Deixo o facebook em paz. Aqui fica mais um pouco de Álvarez Bravo e mais um pouco de Drummond de Andrade. A fotografia é de 1947 e intitula-se Espejo negro. Aqui fica o meu contributo diário neste blogue. Com uma certeza: abomino os falsos pudores.

AMOR – POIS QUE É PALAVRA ESSENCIAL
Amor – pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?
Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

VÉNUS

A palavra museu, do texto de ontem, remeteu-me para este poema, doutra museologia. E para dois nomes com lugar cativo por estas bandas, cujo sentido poético e cuja malícia muito invejo: Carlos Drummond de Andrade e Manuel Álvarez Bravo. A Vénus (ou fruta proibida) deste último foi pensada quando o fotógrafo mexicano já tinha 75 anos. Como diz o título do filme de um amigo meu, a ideia nunca abala. E Álvarez Bravo fotografou assim até aos 100 anos.

No pequeno museu sentimental

No pequeno museu sentimental
os fios de cabelo religados
por laços mínimos de fita
são tudo que dos montes hoje resta,
visitados por mim, montes de Vênus.

Apalpo, acaricio a flora negra,
a negra continua, nesse branco
total do tempo extinto
em que eu, pastor felante, apascentava
caracóis perfumados, anéis negros,
cobrinhas passionais, junto do espelho
que com elas rimava, num clarão.

Os movimentos vivos no pretérito
enroscam-se nos fios que me falam
de perdidos arquejos renascentes
em beijos que da boca deslizavam
para o abismo de flores e resinas.

Vou beijando a memória desses beijos.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

LAGAR DE VARAS - CECI N'EST PAS UN MUSÉE


Isto não é um museu. O Lagar de Varas reabriu hoje ao público, depois de um prolongado encerramento. As obras de beneficiação garantem uma nova vida a esta bela peça de arquitetura vernacular, classificada como imóvel de interesse público. Estiveram presentes: a vereação, os funcionários do museu e do gabinete de comunicação. O ato foi simbólico e destinou-se a assinalar a conclusão de mais um processo de reabilitação. Fase seguinte: a intervenção nas infraestruturas elétricas e, mais tarde, a criação de um novo percurso expositivo.

Para já: a marcação de uma reunião com os restaurantes do concelho, a quem a Câmara Municipal vai convidar a terem um papel mais interventivo.

René Magritte teria gostado deste espaço. Porque a palavra não é a coisa... 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

... FOR ALL SEASONS

A man for all seasons é uma expressão que se aplica a alguém que tem sucesso em várias atividades. Ora bem, essa parte do sucesso já tem mais que se lhe diga. Mas que os dias foram diversificados não há dúvidas. Xonitando entre Olivença, Moura e Santo Amador.


Olivença
Colóquio sobre a importância do encontro de civilizações. A cidade estremenha desempenha no domínio dos contactos entre Portugal e Espanha um papel que é, cada vez mais, motivo de interesse.




Filme
Exibição, algo extemporânea, de "Chegar a casa", na sexta à noite. 



Exposição
Grande afluência de público (a fotografia foi feita ANTES da invasão). Um sucesso merecido pelo Kiko. Um momento feliz para o autor. Um compromisso assumido pela Câmara Municipal e que agora foi cabalmente cumprido.



Espetáculo
Regresso a Santo Amador, a tempo de ver o final do espetáculo musical e de participar no jantar com os grupos corais. O ambiente era festivo, no Centro Cultural.



Ateneu
Ateneus d'Ouro. Distinção aos melhores estudantes e a entidades do concelho. Mais música, mais tradição e mais iniciativa.



Envido
Manhã de domingo dedicada ao desporto. Torneio de envido. Doze atletas (três por equipa). Ficámos em quarto lugar. É só fazer as contas...




Santo Evaristo
Final momentâneo de dias agitados. Participação dos grupos corais no final da missa no dia de Santo Evaristo.


O mês de novembro promete não dar tréguas... Até porque será o mês de abertura do Pavilhão das Cancelinhas. Um marco neste mandato.

domingo, 25 de outubro de 2015

O QUE SURGE NOS SONHOS

Uma cena deste filme, forte e para estômagos fortes, já por aqui andou. Veludo azul, visto há muitos anos, regressa hoje. Gosto da recuperação de um tema antigo de Roy Orbison, bem como da coreogafia no tejadilho do carro.

David Lynch (n. 1946) rodou este filme em 1986.

Esta obra uma tanto estranha (ainda que menos que outras seguintes) é a escolha cinéfila da semana.

sábado, 24 de outubro de 2015

MÚSICA NAS BIBLIOTECAS

Talvez fosse mais apropriado dizer música aos bibliotecários, arquivistas e documentalistas. O congresso acabou ontem mas o seu começo foi marcado pela presença do Grupo Coral e Etnográfico do Ateneu Mourense. O cenário, o Teatro Garcia de Resende, era impecável e o meu colega Pinto de Sá teve palavras de grande simpatia para com o grupo.

A minha passagem por Évora foi em ritmo blitz (salvo seja), mas que valeu a pena lá isso valeu.

PRIVATE SCREENING

Ofereci o filme ao Jorge. Disse-me, com um ar sério "passo-o amanhã à noite". Respondi "não passas nada...". A exibição de "Chegar a casa", às 23.30 de ontem, provocou uma debandada na taberna. Ouvido no local:

onde é que foste desencantar isto?
passa já pro fim.
pera aí, que agora é que arranca. (quando a música começou)
isto é à Manuel de Oliveira.
No meio da exibição, o meu amigo Toi Finha comentou, a meia voz, "esta malta não vai ao facebook". Não sei se vai, mas ri do princípio ao fim.


Antes e depois

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

COTEMOS OS PARTIDOS NA BOLSA

O Presidente da República invocou, ontem, a beatífica influência dos mercados para justificar a sua opção. O extenso arrazoado de Aníbal Cavaco Silva poderia ter-se resumido a uma declaração de 30 segundos. A opção que tomou é legítima? É. É coerente com a sua prática política? Também. A responsabilidade seguinte é do Parlamento e dos partidos? Sem dúvida. Não se entende, por isso, que o Presidente da República tenha adotado um estilo de conversa-de-café onde, à mistura com opiniões avulsas, se entreteve a derramar ódio e veneno sobre a esquerda.

Voltemos ao início. Agora já não basta a opinião e o voto dos eleitores. Agora temos de ouvir os mercados. Nesse caso, e como diz uma amigo meu, é melhor cotarmos os partidos na bolsa. Mais rápido e sem a inoportuna participação da populaça...


HOMENAGEM AOS BOMBEIROS - DUAS NOVAS RUAS NA CIDADE

Um domingo chuvoso, mas feliz. Dia de festa nos Bombeiros Voluntários de Moura.  Dia de homenagear dois nomes prestigiados da história da associação: Alfredo Raposo Massapina e João Ramos Mendes Fialho. A proposta veio dos BVM. Foi acolhida com todo o prazer.



Fotografias com os familiares dos homenageados (mais o Comandante Carlos Encarnação, o Pres. da Direção, Francisco Cerejo e o Presidente da Assembleia-Geral, Francisco Cravo)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

RITUAL DE CORTE BIZANTINA

Eram longos, tortuosos e demorados os caminhos que levavam ao imperador. Podia-se recebido ou não. O ritual de chegada era complexo e moroso. Temos, de meados do século X, o precisos relato de Liuteprando de Cremona, que nos dá conta de como foi recebido na sala do trono do imperador bizantino, Constantino Porfirogeneta:

À frente do trono do imperador estava uma árvore em ferro dourado, em cujos ramos estavam pássaros de vários tipos, também feitos em ferro dourado, que cantavam de diferentes maneiras. O trono em si era tão habilmente construído que ora parecia baixo ora se elevava a grande altura. Era guardado dos dois lados por enormes leões de ferro ou madeira dourada que batiam com as caudas no chão e rugiam alto, com as bocas abertas e as línguas que se moviam.

Nesta sala, seguido por dois eunucos, fui levado à presença do imperador. À minha entrada, os leões rugiram e os pássaros cantaram, mas isso não me encheu de terror nem de admiração, porque já tinha sido avisado por outras pessoas que já tinham passado por essa experiência. Mas, depois, de me ter prostrado pela terceira vez, quando levantei a cabeça, vi o imperador, que antes estava sentado um pouco acima de mim, quase junto ao tecto da sala, vestido com outras roupas. Não sei como isto era feito.


Os sofisticados mecanismos que Liuteprando relata perderam-se com o tempo, mas é interessante, em especial, a menção ao trono que se eleva aos céus. Este endeusamento do poder está bem presente até os nossos dias, com particular expressão nas áreas geográficas tocadas pelo império bizantino.

O ritual de prostração a que o embaixador foi obrigado chama-se proskynesis. Mergulha as suas raízes no mundo persa e chegou, também ele, até aos nossos dias (na ordenação de sacerdotes, por exemplo).

Os rituais de corte bizantina estão presentes a outro nível, em Portugal. São decerto, as influências do Império Romano do Oriente que justificam este lento bailado que dá pelo nome de "constituição do governo". Já lá vão 17 dias e nada. Audições, reuniões, validações. Um complexo emaranhado de leis e princípios legais, na melhor tradição bizantina. Disse, em tempos, Peter Brown, "devemos mais a Bizâncio que a Roma". A situação política portuguesa dá-lhe razão.


terça-feira, 20 de outubro de 2015

DIA DAS DELÍCIAS



Bosch e o Jardim das Delícias. Prefiro as Tentações de Santo Antão, não por razões nacionalistas, mas porque esta visão paradisíaca peca por excessivamente plácida. E o pecado tem aqui pouco de pecado e algo de samba (os meus amigos especialistas em pintura antiga vão-me crucificar, mas já tenho idade para dizer o que penso)...

A imagem de Hieronymus Bosch (Jeroen van Aeken) tem um pouco a ver com as palavras de Olavo Bilac.

Por estas noites

Por estas noites frias e brumosas
É que melhor se pode amar, querida!
Nem uma estrela pálida, perdida,
Entre a névoa, abre as pálpebras medrosas.

Mas um perfume cálido de rosas
Corre a face da terra adormecida...
E a névoa cresce, e, em grupos repartida,
Enche os ares de sombras vaporosas:

Sombras errantes, corpos nus, ardentes
Carnes lascivas... um rumor vibrante
De atritos longos e de beijos quentes...

E os céus se estendem, palpitando, cheios
Da tépida brancura fulgurante
De um turbilhão de braços e de seios.

MANDATO AUTÁRQUICO: DE 366 A 730


A meio do caminho. Dois anos se passaram sobre a tarde de domingo em que tomámos posse. Dois anos cheios. Com muitas dificuldades, mas sem que déssemos, na nossa equipa, tréguas aos problemas. Orçamentos chumbados pela Assembleia Municipal, que também reprovou um pedido de empréstimo reprovado, votou contra consolidação de contas e não autorizou a celebração de contrato-programa com a LÓGICA, empresa responsável pelo Parque Tecnológico. Obstáculos e mais obstáculos, sem medida nem sentido... Motivo para lamúria? Nem por isso. Razão para se continuar, cada vez com maior firmeza.

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra  tinha uma pedra no meio do caminho  tinha uma pedra  no meio do caminho tinha uma pedra.  

Nunca me esquecerei desse acontecimento  na vida de minhas retinas tão fatigadas.  Nunca me esquecerei que no meio do caminho  tinha uma pedra  tinha uma pedra no meio do caminho  no meio do caminho tinha uma pedra

Há sempre várias pedras nos caminhos que percorremos. Se assim não fosse, que interesse ou estímulo teríamos? Dentre de uns dias, sai o balanço destes dois anos. Que depois reproduzirei aqui no blogue. Aí se poderá aferir o número de realizações que foi concretizado, em todo o concelho.

O poema é do grande Carlos Drummond de Andrade, que tem lugar cativo na minha avenida.


A equipa aqui está. Está e estará. Próximo ponto de situação no dia 1095.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

TECNICAMENTE FALANDO, SEREI EU UM EMIGRANTE? OU, MESMO, UM REFUGIADO?

Encontrei, há dias, esta referência num site. Procurava dados sobre o apelido Macias (raro em Portugal, mas banal em Espanha). Dei com esta informação, que me diz diretamente respeito. Havia/há dados familiares sobre origens sevilhanas. Que não contradizem uma origem norte-africana. Sefarditas? É possível. O e o eram noções fluidas, até épocas recentes.

Quando tinha uma vida mais calma, passei horas a consultar a obra do grande Shelomo Dov Goitein (1900-1985). Um dos seus livros, Letters of Medieval Jewish Traders, publicado em 1973, explica claramente a riqueza desse mundo sem fronteiras.

Olhos cinzentos, cabelos claros e nariz generoso. Judeus, alentejanos, marroquinos, andaluzes ou ciganos? Não sei. Um espírito familiar algo irrequieto, seguramente. À mistura com o gosto pela mudança de poiso geográfico. Judeus errantes ou ciganos nómadas, pouco me importa a origem. Mais interessante é o presente e a luta pelo futuro. Com uma certeza, transmitida pelo meu velho amigo Miguel Urbano Rodrigues: a nossa Pátria é o planeta Terra.

AH, AQUELES INCONFUNDÍVEIS TIQUES PÓS-COLONIAIS...

Hamid Grine, Ministro da Comunicação argelino, foi revistado pela polícia, no passado sábado, no aeroporto de Orly. A imprensa de Argel dá grande destaque ao tema. Do lado europeu, sssshhhhh, tudo caladinho. Só o Figaro, imagino que por razões de agenda política, fala no assunto. Em Portugal, nada, claro. Há "jogo grande" daqui a vários dias.

Não imagino que a ordem tenha partido diretamente do governo francês. Seria o cúmulo. Mas há sempre quem, numa cadeia de comando, queira dar nas vistas e fazer aquilo que não lhe disseram. Sei disso, se sei...

Num caso destes, onde a estupidez e o racismo, que refletem o pensamento do poder vigente, se misturam, pergunto-me "quem terá sido o idiota responsável por uma cena destas?"

domingo, 18 de outubro de 2015

DO CRAM PARA A USM PASSANDO PELO CAMS

Sábado musical, ainda longe do Dia de Sta. Cecília. Aniversário do Centro Recreativo Amadores de Música "Os Leões", concerto no Círculo Artístico Musical Safarense, noite musical na abertura do ano letivo da Universidade Sénior. Salas cheias e entusiasmo transbordante. Onde é que este concelho vai buscar energia para tanto, é o que me pergunto. Do domingo darei conta amanhã.

O desassossego, em várias localidades do concelho, recomeça na sexta à noite e irá até segunda. Para já, porque alguma surpresa surgirá entretanto.


O CAMINHO DE EDGAR

A (boa) fotografia de Marcos Borga, no Expresso, tem pouco de inocente. A paginação feita, e o lugar reservado à notícia, menos ainda. O percurso é (sempre) em frente. A caminhada para as Presidenciais de 2016 não será fácil nem contará com simpatias mediáticas. Cá estaremos, camarada Edgar Silva, prontos para mais este combate. Estou certo que a campanha introduzirá elementos de inovação. Que terão reflexos no acolhimento que as tuas propostas merecerão.


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

BREVEMENTE, NA CIDADE DA PRAIA


Recebi, esta madrugada, um mail informando-me que a curta-metragem Chegar a casa tinha sido selecionada para a 2ª edição do Plateau - Festival Internacional de Cinema, que terá lugar na Cidade da Praia (Cabo Verde), no próximo mês de novembro.

Já aqui dei conta da realização desta pequena ficção, que contou com o decisivo apoio da Câmara Municipal de Mértola, e que consegui levar a cabo com a ajuda de um grupo de colaboradores, que teve a imensa pachorra de me aturar. Aqui vai o nome de todos: 

Abdallah Khawli, Antónia Baião, Azeneide Batista, Badr Hassanein, Daniel Sasportes, Fábio Moreira, Fernando Inverno, Guilhermina Bento, Hélder Coelho, Isabel Martins, João Serrão Martins, Joaquim Simões, Joceline Cabral, Jorge Murteira, Jorge Rosa, Jorge Sales, José Moças, Luís Moreira, Manuel Marques, Manuel Passinhas da Palma, Mercedes Cerón, Percida Camara, Rui Madruga e Sana Contá.

And now, let's look at the trailer:


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A CLASSE OPERÁRIA E O MOMENTO POLÍTICO ACTUAL



Já tinha saudades disto. Um editorial do "Luta Popular" como deve ser.

coligação fascista blablablablabla classe média urbana e da esquerda caviar blablablablabla partido revisionista e social-fascista de Jerónimo de Sousa blablablablabla hipocondríacos proprietários citadinos de gatos e de cachorros blablablablabla o mentecapto presidente da república blablablablabla o palonso que temos em Belém blablablablabla indecente e má figura blablablablabla pentear macacos juntando na mesma cama Passos, Portas e Costa, o que, diga-se de passagem e sem réstia de homofobia, é pouca mulher para tanto homem blablablablabla o traidor Passos Coelho blablablablabla revisionista e social-fascista Jerónimo blablablablabla a canalha dirigente do PCP blablablablabla as cabriolas e as cambalhotas de que são capazes os revisionistas, oportunistas e social-fascistas de Jerónimo e do PCP blablablablabla salivado na boca de Jerónimo blablablablabla enganar papalvos blablablablabla Isto é tudo um putedo! blablablablabla E é contra este putedo todo que se têm de erguer o povo trabalhador, a classe dos operários e os verdadeiros comunistas. blablablablabla cânticos da sereia blablablablabla lacaios do PCP blablablablabla lacaios do Bloco blablablablabla

No essencial é isto. Para quem tiver curiosidade pode ler um pouco mais (não muito mais, só um pouco) em

http://www.lutapopularonline.org/index.php/editorial/1767-a-classe-operaria-e-o-momento-politico-actual

GOOD, OLD, EME-AR-PEE-PEE




Havia a Frente do Povo Judeu. E a Frente do Povo da Judeia. E a Frente Popular do Povo Judeu. Um pouco como na extrema-esquerda do pós-25 de abril.

Quantos eram? É difícil saber. Havia a União Democrática Popular; o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado, mais tarde Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), mais a Aliança Operária Camponesa e ainda a
Frente Eleitoral Comunista Marxista-Leninista (FEC-ML) que depois passou a Organização Comunista Marxista Leninista Portuguesa (OCMLP). A ainda o Partido de Unidade Popular, e a Frente Socialista Popular, e o Partido Revolucionário dos Trabalhadores e mais a Liga Comunista Internacionalista o Partido Comunista de Portugal (Marxista-Leninista) (PCP-ML) do renegado Vilar, e, finalmente, o Partido Operário de Unidade Socialista (POUS) e os Grupos Dinamizadores de Unidade Popular (GDUP's). Uf!

Sobrevive o mais divertido de todos: o MRPP. Regressa agora Arnaldo Matos, o grande educador da classe operária. O traidor Garcia Pereira foi expulso.

Todo este folclore é sinal de vitalidade e como tal deve ser saudado. São momentos vibrantes e criativos. Citemos o célebre monólogo de Orson Welles no filme O terceiro homem:

You know what the fellow said – in Italy, for thirty years under the Borgias, they had warfare, terror, murder and bloodshed, but they produced Michelangelo, Leonardo da Vinci and the Renaissance. In Switzerland, they had brotherly love, they had five hundred years of democracy and peace – and what did that produce? The cuckoo clock.

Ler mais em http://www.lutapopularonline.org